Sete Lagoas deve ficar em alerta total para combate do Aedes aegypti. O mosquito que era conhecido por transmitir a dengue, agora também é responsável pela chikungunya e o temido zika Vírus. Nos últimos dias alguns leitores do Setelagoas.com.br relataram que foram diagnosticados com zika, mas os casos nunca foram realmente notificados na Secretaria de Saúde.

No dia 22 de janeiro, uma criança de 8 anos teve os sintomas da doença e o médico chegou a cogitar ser mesmo a zika, no entanto o caso não chegou a ser registrado. De acordo com a mãe da criança, que mora no bairro Bernardo Valadares, ele não havia saído da cidade e sua outra filha também estava com suspeita da doença.

“Ele teve três dias de febre e sentiu muita dor no abdômen, o corpo ficou empolado, todo manchado, e como ele já teve dengue ficamos bastante preocupados. Nós fizemos os exames e não era dengue, os outros resultados  estavam bons. O médico disse que pelos sintomas com certeza é zika”, informou.

O zika vírus, assim como a dengue e a febre chikungunya são transmitidos pelo Aedes aegypti/ Foto: reprodução

Os principais sintomas da doença provocada pelo zika vírus são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular. De acordo com especialistas, os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 a 7 dias. Ainda não existem vacina nem tratamento específico para a doença.

Segundo a mãe do garoto, o médico afirmou que o vírus não é perigoso para ele. “O médico disse que precisa ingerir muita água, suco, tomar o antialérgico e ficar em repouso.”

Outra leitora, que está grávida e preocupada com a indefinição no modo de diagnosticar a doença nos enviou a seguinte pergunta: em Sete Lagoas está circulando esse vírus ou não? Qual a atual realidade da nossa cidade? Ela ainda indagou, “o que me incomoda é se os médicos estão dizendo que qualquer coisa é zika ou se estão abafando os casos na cidade, ou o que esta acontecendo que não sai na mídia casos de zika vírus.”

Mosquito Aedes aegypti/ Foto: cpt.com.br

Um leitor que se identificou como funcionário da saúde de Sete Lagoas nos enviou o seguinte relato:

“Sete Lagoas vive atualmente uma epidemia de doença exantemática muito sugestiva de ser a zika. Temos atendido diariamente, tanto na rede pública quanto privada, inúmeros casos de pessoas com febre baixa, manchas vermelhas de início precoce, dores musculares e articulares. E o poder público insiste em não fazer a pesquisa e o acompanhamento desses casos para que possa haver a confirmação diagnóstica. Parece haver um medo de causar preocupação na população, mas isso chega a ser negligência. Mulheres grávidas correndo grandes riscos e aquelas que desejam engravidar precisam estar cientes daquilo que estamos vivendo em Sete Lagoas. Assim como a dengue jamais foi extinta em Sete Lagoas, como foi veiculado anteriormente em rede nacional, a resposta de que não existe a doença causada pelo zika vírus na cidade não passam de mentiras governamentais.

Esses casos são notificados à Vigilância Epidemiológica que insiste em fechar os olhos e querer classificar tudo como dengue. A doença em circulação NÃO É DENGUE!!!! Existem hoje muito mais casos que se enquadram nos critérios para zika do que para dengue. Temos casos de dengue, sim, mas em menor número do que da possível zika,” relatou.

Enviamos esta mensagem para a Secretaria de Saúde juntamente com alguns questionamentos, há três semanas e até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta. A assessoria de comunicação apenas informou que provavelmente na quarta-feira (17) deve enviar uma nota esclarecedora para toda a imprensa.

Atenção, o zika vírus, assim como a dengue e a febre chikungunya são transmitidos pelo  Aedes aegypti. Como não existe vacina para nenhuma das três doenças, o melhor remédio é combater os focos de acúmulo de água evitando a proliferação das larvas.

Sete Lagoas registrou mais de dois mil casos de notificações da dengue em 2015, um aumento de 1471 casos em relação aos números de 2014. De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro a dezembro de 2015 foram notificados 2103 casos – mais que o dobro dos 632 registrados em 2014, o que representa um aumento de 232,75%.

Por Cristiane Cândido