Mais de 400 empresas encerraram as atividades em Sete Lagoas neste ano
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De acordo com dados da Central do Contribuinte de Sete Lagoas (CECON), de 4 de janeiro a 30 de junho deste ano, 464 processos de baixa de empresas (de pequeno, médio e grande porte) foram concluídos. Em 2015, 885 empresas encerraram as atividades na cidade, um número muito maior que nos anos anteriores.
O superintendente geral de rendas mobiliárias da CECON, Eugênio Paceli, que trabalha há 20 anos no setor, disse que situação como esta nunca aconteceu antes. Ele atribui a grande quantidade de baixas à crise vivenciada no país. “Há uma perda enorme na arrecadação em função da crise que vem de final de 2014, se fixou em 2015 e piorou em 2016, principalmente depois dos últimos acontecimentos a nível federal. Com esta incerteza política, os juros muito altos, os preços subiram demais”, explica.
Para que o processo de baixa seja concluído, é necessário que a empresa apresente uma documentação comprovando que não deve nada ao município e à Receita Federal. Isso faz com que muitos fiquem parados, quando o contribuinte não tem como arcar com essas despesas. Além disso, muitos apenas fecham os seus empreendimentos, sem prestar contas ao município. Desse modo, o número de empresas fechadas pode ser ainda maior.
A situação de desemprego tem feito com que as pessoas busquem formas alternativas de trabalho, por exemplo, se tornando Microempreendedores Individuais (MEIs), o que diminui a arrecadação do município e traz outras consequências. Cada vez mais pessoas têm encontrado nesta possibilidade uma forma de sobreviver diante do cenário econômico atual. A “economia de sobrevivência”, como bem denominou Paceli, tem movimentado o mercado sete-lagoano nos últimos meses.
Segundo o superintendente, a maior parte das inscrições de empresas no sistema é de Microempreendedores Individuais que estão começando a vender alimentos nas ruas, nos quintais e nas garagens de casa. A estimativa é que de 10 inscrições de empresas, seis sejam de MEIs.
Desemprego
Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos Econômicos e Sociais (NEES), do Centro Universitário Unifemm, revela que 542 pessoas perderam o emprego no mês de maio, em Sete Lagoas. O município registrou 974 admissões e 1.516 desligamentos. O setor de Serviços é o mais afetado, com 37 mil vagas formais extintas. Na sequência aparecem o Comércio e a Construção Civil com, respectivamente, 28,8 mil e 28,7 demissões.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Previdência Social, registrou destruição líquida de 72,6 mil de vagas no país em maio de 2016, derivada da criação de 1.209.991 vagas e do desligamento de 1.282.606 pessoas.
Em Minas Gerais, verificou-se a expansão do nível de vagas em apenas um dos oito setores analisados pelo CAGED, a Agropecuária, que registrou saldo positivo: 21,4 mil postos formais. O resultado está ligado ao cultivo de café, cuja colheita está em alta por motivos sazonais.
Por Marcelle Louise