O governador Aécio Neves anunciou, nesta quarta-feira (22), no Rio de Janeiro, a participação de Minas Gerais como estado patrono da Exposição de Turismo da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) - Feira das Américas, em 2009. Na próxima edição da feira, a ser realizada em outubro do ano que vem, Minas terá lugar de destaque para apresentar todo o seu potencial turístico, cultural e gastronômico com o maior estande do evento. A Exposição de Turismo da Abav – Feira das Américas - é a maior feira de turismo da América Latina e é o foro principal de comercialização e comunicação do setor, atingindo toda a cadeia produtiva que dá suporte à atividade.
“Teremos o privilégio de ser patronos no próximo ano desse evento. O destino não deu Minas acesso ao mar, mas nos reservou outro fundamental papel que era o da construção da história desse país. Somos o berço da história e da cultura brasileira. Cerca de 70% do patrimônio cultural tombado no Brasil está em terras mineiras. Temos em Minas o turismo como um dos principais projetos estruturadores. Com investimentos em absolutamente todas as áreas que procuram criar no estado um ambiente mais fértil para o turismo para as características muito especiais que Minas tem”, afirmou o governador durante abertura do 36º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens.
Na edição deste ano, que acontece até 24 de outubro, Minas apresenta os principais destinos turísticos do Estado. O estande do Governo de Minas, batizado de Estação de Minas, chama atenção pela réplica de uma Maria-Fumaça do século passado. Minas também participará em 2009 da abertura oficial do 37º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens com uma apresentação cultural.
A Mostra CineBH 2008, que se consolida no calendário cultural da capital mineira a partir desta sua segunda edição, se propõe este ano o desafio de discutir a produção independente de cinema no Brasil – aquela que, sem contar com o apoio de grandes empresas de distribuição e divulgação, suscita importantes debates e atinge repercussão crítica no Brasil e no exterior, sem contudo chegar a um número expressivo de espectadores no circuito comercial.
Em um país que jamais conseguiu consolidar sua indústria cinematográfica, há um senso mais ou menos comum de que toda a produção é independente. Porém, quando se analisam os filmes brasileiros que chegam efetivamente ao grande público (bem como suas fontes de financiamento e divulgação), vê-se que há claramente uma diferença, de produção e resultados, entre filmes que contam com um aparato financeiro e mercadológico constituído e outros realizados à margem dessa estrutura.
Assim como ocorre em Hollywood, o Brasil também possui suas chamadas majors – os grandes estúdios norte-americanos com sede no Brasil, como Columbia, Fox, Warner, Universal e Buena Vista. Grande parte de nossa produção depende delas e da Globo Filmes, braço cinematográfico do grande conglomerado midiático brasileiro, sem as quais, na concorrência pela ocupação das salas de cinema, estaria sem uma forte rede de divulgação/exibição.
Conseqüentemente, se existem as majors brasileiras (mesmo sendo, no caso dessas distribuidoras-produtoras, de matrizes americanas), existem os que se viabilizam sem essas empresas, os independentes, cujo valor não é medido por quantidade de cabeças, ou de dígitos, mas pela capacidade de ser expressivo no audiovisual contemporâneo, seja pelo tratamento do assunto sobre o qual se debruça, seja por suas opções estéticas formais.
Entre os 25 filmes brasileiros com maior bilheteria nos anos 2000, 21 foram distribuídos pelas majors e apenas um não teve apoio da Globo Filmes– o fenômeno de pirataria Tropa de Elite. Esses 25 filmes representam menos de 8% do total de longas-metragens brasileiros lançados em circuito comercial no mesmo período, mas responderam por quase 70% do público da produção nacional nos últimos oito anos. A má distribuição de renda do país encontra seu correlato no campo dos filmes lançados em salas de exibição.
O cenário é completamente diferente quando levamos em conta alguns dos filmes de maior repercussão em festivais nacionais e internacionais. Se tomarmos como referências filmes como Madame Satã (selecionado para Cannes, Sundance e Toronto), Lavoura Arcaica (premiado em Brasília, Havana e Biarritz), Amarelo Manga (premiado em Berlim, Brasília e Toulouse), Cidade Baixa (premiado em Cannes, Huelva e Miami), O Invasor (premiado em Brasília, Havana e Sundance), O Céu de Suely (selecionado para Veneza) e Cinema, Aspirinas e Urubus (premiado em Cannes), veremos um cenário distinto: distribuidoras nacionais, sem vínculos com emissoras de TV; produções de orçamento mais modesto e realizadas muitas vezes em co-produção com países europeus; e uma média de público no circuito comercial entre 70 e 150 mil espectadores.
Em torno do conceito central da mostra, O CUSTO DA INDEPENDÊNCIA, estarão em questão pontos nevrálgicos da discussão sobre essa produção independente, como seu enfoque e abrangência. É viável conciliar projetos autorais regidos pelo desejo de expressão com o atual cenário do circuito exibidor, onde mesmo projetos milionários e com forte apoio da mídia não são garantia de sucesso de bilheteria? São questões como essa que pautarão a programação de filmes e debates da Mostra CineBH 2008, que se lança ao desafio de expor as características dessa independência e o espaço cultural ocupado (ou não) por ela, sem com isso se converter em palco de reclamações, mas, ao contrário, procurando esboçar um diagnóstico e ao mesmo tempo proposições para expandir o alcance desses filmes.
Mostra CineBH 2008 30 de outubro a 04 de novembro de 2008 Tema: O custo da independência é a temática da Mostra esse ano Local: Vila do Cinema
A produção independente de cinema no Brasil estará em pauta na perspectiva de mercado e na homenagem à produtora Sara Silveira