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Cruzeiro vai à sétima final de Copa do Brasil após vencer o Grêmio nos pênaltis no Mineirão

Os cruzeirenses jamais se esquecerão da insana noite desta quarta-feira, 23 de agosto de 2017. Jamais se esquecerão da defesa de Fábio nos primeiros minutos da partida contra o Grêmio. Jamais se esquecerão do gol de Hudson, que possibilitou ao time vencer por 1 a 0 no tempo normal e levar para os pênaltis a disputa pela vaga na decisão da Copa do Brasil. Nem os erros de Robinho e Murilo no tiro de 11 metros serão esquecidos. Talvez sejam perdoados. Isso porque Fábio, que não havia acertado o canto nas quatro primeiras cobranças do Grêmio, pegou com o pé esquerdo o chute do craque Luan, tão cobiçado por grandes clubes do futebol europeu. E Thiago Neves, responsável pela assistência para Hudson no segundo tempo, encarregou-se de executar a batida final. Dessa vez não deu para Marcelo Grohe, que se agigantou em dois pênaltis e fez o que pôde. Mas a vaga na decisão é da Raposa – para a alegria dos mais de 55 mil torcedores presentes no Gigante da Pampulha. A vitória por 3 a 2 nas penalidades teve contribuição importante dos atacantes Rafael Sobis e Raniel. Os gols gremistas foram anotados por Fernandinho e Arthur.

O Cruzeiro se vingou da eliminação de 2016. Na base da luta e da força e vontade, superou um adversário por vezes frio e disposto a segurar o empate que lhe daria a classificação, já que a partida de ida, em Porto Alegre, terminou com triunfo gaúcho por 1 a 0. Desta vez, porém, não houve decepção para a torcida mineira, que teve papel de extrema importância com muitos gritos e cantos de incentivo. No fim, os aplausos merecidos para quem batalhou bastante e não se entregou em momento algum.

Com defesa espetacular de Fábio, Cruzeiro vence o Grêmio nos pênaltis e vai à sua sétima final da Copa do Brasil/Foto: DivulgaçãoCom defesa espetacular de Fábio, Cruzeiro vence o Grêmio nos pênaltis e vai à sua sétima final da Copa do Brasil/Foto: Divulgação

Com uniforme branco, o mesmo utilizado no título da Copa do Brasil de 1993 – justamente contra o Grêmio –, o Cruzeiro se garantiu na sétima decisão do torneio. Campeão também em 1996, 2000 e 2003, o clube celeste tentará o quinto título. O adversário é o Flamengo, que bateu o Botafogo por 1 a 0 no Rio de Janeiro. Os dois clubes já se enfrentaram na final do torneio, há exatos 14 anos. Melhor para a Raposa, que se sagrou campeã ao empatar por 1 a 1, no Maracanã, e vencer por 3 a 1, no Mineirão. A CBF sorteará os mandos de campo da decisão nesta quinta. Os jogos serão nos dias 7 e 27 de setembro.

Torcida apoia, mas time mostra nervosismo

Uma multidão vestida de azul e branco invadiu o Mineirão. Em cada coração, a esperança de ver o Cruzeiro inverter a vantagem de um gol obtida pelo Grêmio há uma semana, em Porto Alegre. Empolgados, os torcedores cantaram alto e até vibraram com as surpresas promovidas por Mano Menezes na escalação. Do time que perdeu no Sul do país, ele tirou Lucas Romero, Lucas Silva e Rafael Sobis. Entraram Ezequiel, Hudson e Elber. Com isso, Thiago Neves recebeu a missão de ser a referência no ataque. O Tricolor, por sua vez, teve o zagueiro Bressan – outrora contestado pela torcida – no lugar do lesionado Geromel.

A confiança cruzeirense quase foi por água abaixo aos 4min, quando Luan se livrou de dois adversários e deu bela enfiada em direção a Lucas Barrios. Só que no caminho do paraguaio apareceu Fàbio, que fechou o ângulo e praticou defesa arrojada. Alívio para a Raposa, que continuava no páreo pela classificação.

Mas ter apenas força de vontade era pouco. O Cruzeiro não conseguia trocar muitos passes no campo de ataque. Quando se aproximava da área adversária, deparava-se com um batalhão de defensores e meio-campistas prontos para desarmar. Opções de velocidade pelas beiradas de campo, Elber e Alisson perderam quase todas as jogadas para a primeira linha gremista, formada por Edílson, Bressan, Kannemann e Cortêz. Quem levou certo perigo, mas apenas em lances individuais, foi Thiago Neves. Aos 12min, o meia improvisado no ataque precisou buscar a bola na intermediária para chutar de longe e assustar Grohe.

Já o Grêmio não se apavorou. No começo, chegou a ter 60% de posse de bola, com os volantes Arthur e Ramiro sendo os responsáveis por girar a redonda de um lado para o outro. E quando Luan aparecia para driblar, era parado com falta. Tanto que os celestes Diogo Barbosa e Thiago Neves foram amarelados por “matarem” jogadas promissoras.

Apesar da tranquilidade, os gaúchos dormiram no ponto num lance fortuito, aos 32min. Robinho levantou a bola de longe, Alisson passou entre Bressan e Kannemann e quase surpreendeu Marcelo Grohe em tentativa de cabeceio por cobertura. Na base do esforço, o Cruzeiro se animou e tentou pressionar. Aos 40min, Elber sofreu falta de Cortêz a poucos metros da grande área. Thiago Neves cobrou à meia-altura e obrigou Grohe a espalmar. Foi a chance derradeira da etapa inicial.

Restavam 45 minutos para tentar ao menos os pênaltis. Mano Menezes, então, recorreu ao banco. Chamou Raniel, xodó da torcida. Elber, bastante apagado, foi substituído. A consequência dessa mudança foi que Thiago Neves retornou ao meio-campo, onde gosta de atuar.

Gol, drama e tensão

Raniel foi jogar onde gosta. Nos primeiros toques na bola, incomodou os defensores do Grêmio em divididas. Ao que parece, contagiou o restante do time. E a torcida foi no embalo. Gritou, incentivou, fez barulho. E o Cruzeiro conseguiu dois escanteios quando atacou. No primeiro, Thiago Neves cobrou, Hudson desviou e Grohe defendeu. O segundo parecia replay da jogada anterior, mas a cabeçada certeira do camisa 25 acertou as redes, aos 7min, e colocou fogo na semifinal: 1 a 0.

Hudson foi o autor do gol que levou o Cruzeiro para a disputa de pênaltis/Foto: DivulgaçãoHudson foi o autor do gol que levou o Cruzeiro para a disputa de pênaltis/Foto: Divulgação

Seria em tiros de canto pelo lado direito a saída do Cruzeiro para ampliar o marcador? Em mais uma jogada oriunda de escanteio, aos 17min, Raniel tentou um voleio e quase fez o segundo.

Passado o momento de pressão cruzeirense, o jogo ficou aberto. O Grêmio se recuperou do baque e voltou a praticar o jogo frio e calculista, de troca de passes no meio-campo e infiltrações “inesperadas” dos velocistas Pedro Rocha e Everton. O Cruzeiro não ficava por baixo e continuava firme na marcação, mesmo com alguns erros de posicionamento.

Aos 29min, o estádio se animou com a entrada de Arrascaeta no lugar de Alisson. Logo na primeira jogada, o uruguaio – recuperado de fratura por estresse na tíbia esquerda – passou por três adversários e conseguiu um escanteio. No lance seguinte, o camisa 10 deu cruzamento venenoso e a bola só não entrou porque Cortêz fez o corte antes da chegada de Thiago Neves.

A cada minuto transcorrido, a tensão aumentava. Ao mesmo tempo em que almejavam a classificação no tempo normal, os times temiam ser castigados em algum contra-ataque. Por isso, as chances foram escassas até o esgotamento do tempo regulamentar. O Cruzeiro desperdiçou a última bola aos 43min, quando Thiago Neves bateu falta em cima da barreira. O Grêmio perdeu aos 46min, num tiro livre em que Luan preferiu chutar a gol a explorar os zagueiros Kannemann e Bruno Rodrigo. A decisão foi para os pênaltis.

Pênaltis

O Grêmio abriu a série no Mineirão. Fernandinho bateu forte, no canto esquerdo. Fábio pulou para o direito: 1 a 0.

Rafael Sobis levou a torcida cruzeirense à loucura. O chute não foi tão forte, mas acertou a “bochecha da rede. Grohe acertou o canto, porém não evitou o empate: 1 a 1.

Os cruzeirenses voltaram a comemorar quando o lateral-direito gremista Edilson acertou a trave direita. Fábio pulou para o outro lado: 1 a 1.

Robinho tinha a chance de colocar o Cruzeiro à frente, mas Marcelo Grohe voltou a acertar o canto. Dessa vez, deu defesa para o goleiro tricolor: 1 a 1.

O terceiro a cobrar para o Grêmio foi Everton. Ele deslocou Fábio, entretanto, chutou muito alto. Bola no travessão: 1 a 1.

O zagueiro Murilo, de 20 anos, assumiu a terceira cobrança cruzeirense. Grohe voltou a acertar o canto e defendeu: 1 a 1.

O Grêmio colocou fim ao azar ao converter a quarta batida com o volante Arthur. Fábio novamente pulou para o canto oposto: 2 a 1.

Raniel, que fez boa partida, soltou a bomba no ângulo esquerdo e empatou para o Cruzeiro: 2 a 2.

Luan, craque do Grêmio, foi bater o quinto pênalti. A torcida do Cruzeiro cantou o nome de Fábio, e o goleiro cruzeirense – que não havia acertado o canto nos outros pênaltis – defendeu com a perna esquerda.

Coube a Thiago Neves, principal jogador do Cruzeiro em 2017, carimbar o passaporte para a final. O camisa 30 bateu rasteiro, no canto esquerdo, e garantiu a alegria de mais de 50 mil cruzeirenses no Mineirão!

CRUZEIRO 1X0 GRÊMIO

CRUZEIRO
Fábio; Ezequiel, Leo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique, Hudson (Rafael Sobis, aos 41min do 2ºT), Robinho e Thiago Neves; Elber (Raniel, no intervalo) e Alisson (Arrascaeta, aos 29min do 2ºT)
Técnico: Mano Menezes

GRÊMIO
Marcelo Grohe; Edilson, Bressan (Bruno Rodrigo, aos 40min do 2ºT), Kannemann e Cortêz; Michel, Arthur, Ramiro (Fernandinho, aos 37min do 2ºT) e Luan; Pedro Rocha e Lucas Barrios (Everton, aos 11min do 2ºT)
Técnico: Renato Gaúcho

Gols: Hudson, aos 7min do 2ºT (CRU)
Pênaltis: Rafael Sobis, Raniel e Thiago Neves marcaram para o Cruzeiro. Grohe defendeu as cobranças de Robinho e Murilo. Fernandinho e Arthur balançaram a rede para o Grêmio. Edilson acertou a trave, Everton mandou no travessão e Luan parou em defesa de Fábio.
Cartões amarelos: Diogo Barbosa, aos 17min, Thiago Neves, aos 26min do 1ºT. Hudson, aos 35min do 2ºT (CRU); Lucas Barrios, aos 36min, Cortêz, aos 40min do 1ºT. Edilson, aos 16min do 2ºT (GRE)
Motivo: jogo de volta das semifinais da Copa do Brasil
Estádio: Mineirão
Data: quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ/FIFA)
Assistentes: Rodrigo F. Henrique Corrêa (RJ/FIFA) e Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha (RJ/FIFA)
Assistentes adicionais: Rodrigo Nunes de Sá (RJ/CBF) e Pathrice Wallace Corrêa Maia (RJ/CBF)
Pagantes: 50.243
Presentes: 55.227
Renda: R$ 1.730.781,00

Da Redação com EM



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