Morte de mulher em clínica de estética em bairro nobre de BH é investigada pela Polícia Civil
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A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte de uma mulher, de 49 anos, que passou por um procedimento estético no Centro Cirúrgico Integrado, que fica na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A morte foi na manhã desta quinta-feira (24). A vítima não teve nome divulgado.
O Centro Cirúrgico Integrado é um hospital-dia, que faz cirurgias odontológicas e procedimentos estéticos, como abdominoplastia, bichectomia, lipoaspiração e outros.
Segundo boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM), a mãe da vítima contou que ela fez uma lipoaspiração seguida de abdominoplastia na manhã de quarta-feira (23) e que ela chegou à sala de recuperação bem e satisfeita com o procedimento.
À noite, ela começou a passar mal e a sentir dores fortes. Foi medicada pela médica de plantão, mas continuou com mal-estar ao longo da madrugada. De manhã, a mãe acionou a médica mais uma vez e avisou que a filha "estava morrendo". Por volta das 7h15, ela não resistiu.
O médico que realizou o procedimento disse à Polícia Militar que os exames da mulher estavam em dia e que ela foi para a sala de observação após a cirurgia, sem ter tido nenhum problema. E que, quando ela começou a se sentir mal, ele já estava em casa.
Já a médica plantonista informou à PM que seguiu todos os protocolos de atendimento e medicação e que tentou fazer reanimação durante uma hora, mas a vítima não resistiu.
Uma irmã da mulher contou aos militares que o médico havia receitado remédio para emagrecimento, que deveria ser aplicado na barriga. Informou que a irmã tinha pressão alta e que havia dito para que ela não fizesse a cirurgia.
Segundo a Polícia Civil, o corpo da mulher já foi removido para o Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), onde será submetido a exames para apuração da causa da morte.
O G1 entrou em contato com a clínica, mas o atendente, que não quis se identificar, preferiu não se posicionar sobre o fato.
À noite, o Centro Cirúrgico Integrado encaminhou uma nota afirmando que possui alvará da Secretaria de Saúde e autorização do Conselho Regional de Medicina para realização de cirurgias plásticas. Informou que o médico que realizou a cirurgia é habilitado e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Todos os exames, segundo a clínica, foram exigidos pelo profissional e demostraram condições de saúde para submeter à cirurgia (veja a nota completa abaixo).
Caso da Clínica Belíssima
Em setembro do ano passado, uma jovem morreu após se submeter a três cirurgias plásticas na Clínica Belíssima, na Região da Savassi, também área nobre de Belo Horizonte.
Edisa Soloni, de 20 anos, pagou em torno de R$ 11 mil para fazer os procedimentos. Os parentes dela disseram que ela queria fazer apenas redução no abdômen, mas foi convencida pelo médico a fazer outras duas cirurgias.
Em maio deste ano, o médico responsável foi indiciado por homicídio doloso.
Veja a nota da clínica na íntegra:
"A instituição se trata de um HOSPITAL DIA, com alvará da Secretaria de Saúde e autorização do Conselho Regional de Medicina para a realização de cirurgias plásticas (documentação anexada). Para tanto, conta com toda a infraestrutura exigida para tais procedimentos, internações e resposta a intercorrências.
O médico que utilizou nossas dependências para a cirurgia de sua paciente é devidamente habilitado, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, e tem anos de experiência no procedimento realizado. Todos os exames prévios foram exigidos pelo profissional, e demonstraram condições plenas de saúde da paciente para se submeter à cirurgia.
Ao longo de todo o pós-operatório a paciente esteve sob acompanhamento permanente e presencial de uma médica, inclusive durante o pernoite, com constante monitoramento de suas condições de saúde. Além da assistência médica integral, durante todo o tempo a paciente esteve também acompanhada pela enfermagem e por um membro da família. Diante das lamentáveis intercorrências, todas as medidas indicadas foram adotadas imediatamente, sem que conseguissem reverter o quadro e impedir o óbito da paciente.
Em respeito à família e em atenção às disposições legais aplicáveis, não forneceremos outras informações sobre as circunstâncias do ocorrido, pelo que contamos com a colaboração de todos no respeito ao luto e à privacidade dos envolvidos.
O Hospital Dia mantém contato com o médico responsável pelo procedimento e com a família da paciente, e expressa seu mais profundo pesar. Aos familiares e amigos, estende suas condolências neste momento tão triste.
Permanecemos à disposição caso outros esclarecimentos sejam necessários."
Com G1