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Mulher é baleada por policial militar no interior de Minas e filha pede justiça

Uma mulher de 49 anos precisou passar por cirurgia após ser baleada por um policial militar em Passos, no Sul de Minas. Um vídeo flagra o momento do disparo e, depois de ter sido compartilhado pela filha da vítima, ganhou as redes sociais nesta segunda-feira (16/8). A PM sustenta que a bala é de borracha, que socorreu a mulher e instaurou um procedimento interno.

Maria Celia aparece caminhando em direção ao militar e, quando para, leva um tiro (foto: Gisele Gomes/Arquivo pessoal)Maria Celia aparece caminhando em direção ao militar e, quando para, leva um tiro (foto: Gisele Gomes/Arquivo pessoal)

O caso ocorreu na última sexta-feira (13/8) durante uma abordagem ao filho da mulher. O vídeo mostra Maria Celia de Jesus, vestida com uma camisa azul e calça, se aproximando de um militar. Logo após parar, ela recebe um tiro do agente, a poucos metros de distância.

"Minha mãe estava tentando pegar informação, saber como estava meu irmão, o que estava acontecendo. O policial não falou nada e já atirou nela. Minha mãe não apresentava risco algum. Uma injustiça, uma covardia", afirma ao Estado de Minas Gisele Gomes, filha da mulher atingida.

No registro policial, os militares argumentam que precisaram realizar o disparo após serem atacados com chutes e socos pela Maria Celia e pelo companheiro dela. "O vídeo é clarissímo, mostra a forma como ela se aproxima. Além do tiro em si, eles vão ter que responder por falsidade ideológica, já que lançaram dados falsos no sistema de segurança", afirma o advogado Roberto Junqueira, que defende Maria Celia.

Procurada, a Polícia Militar mineira afirma que "durante a prisão de um dos autores, de 21 anos, a genitora do autor tentou intervir nos fatos, tendo sido atingida por instrumento de menor potencial ofensivo (bala de borracha)". A corporação diz que a mulher foi socorrida, mas não entra em detalhes, na nota (leia a íntegra abaixo), sobre os questionamentos da família de Maria Celia.

Pedido por justiça

O advogado da família promete entrar com representação no Ministério Público, na Corregedoria da Polícia Militar e na Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. "Se eles deram o tiro como defesa de agressões, por que não deram voz de prisão à agressora? Ela ter sido internada não impede que fique um policial na porta do leito esperando por ela", questiona Junqueira.

O disparo ocorreu por volta das 14h30 e Maria Célia deu entrada na Santa Casa de Passos às 15h10, segundo a família. "Ela passou por cirurgia, precisou se recuperar na UTI. O médico disse que o caso poderia se agravar porque a bala atingiu o intestino. Ela perdeu muito sangue, inclusive, está precisando de doação", diz Gisele, que trabalha como balconista.

"Meu irmão tem que responder pelo o que fez. Quero saber é da minha mãe. Ela não merecia levar tiro, não estava fazendo nada. O policial poderia ter matado minha mãe se a bala pegasse um pouco mais pro lado. Quero justiça, quero que ele perca as funções, ele não tem psicológico para trabalhar como policial", afirma a balconista.

Participação em sequestro

O filho de Maria Celia é suspeito de ter participado de sequestro e roubo a uma família, na zona rural de Passos. A PM informa que ele e mais três homens invadiram um sítio, na noite de quinta (12/8), e renderam um casal e duas crianças, de 2 e 7 anos. O grupo chegou a fazer ameaças com uma faca.

Em seguida, colocou a mulher e as crianças em um carro da família, enquanto o homem foi levado em outro veículo da família para sacar dinheiro. Os criminosos chegaram a levar a vítima a uma agência do Banco do Brasil, mas, por causa do horário, não tiveram sucesso.

Eles, então, liberaram a família, ficaram com o carro e disseram que o casal tinha até 10h para pagar R$ 5 mil e, assim, recuperar o carro. Na manhã seguinte, já na sexta-feira (13/8), a polícia foi acionada e conseguiu prender três suspeitos, além de recuperar o carro e outros pertences roubados.

O filho de Maria Celia teria fugido dos policiais e procurado abrigo na casa da mãe. Os militares alegam que o rapaz, de 21 anos, estava armado. No registro policial, os agentes dizem que o suspeito apontou a arma para eles e, por isso, deram três disparos de bala de borracha - sendo que um deles atingiu Maria Celia.

'Família é trabalhadora', diz advogado

A família e o advogado não questionam a prisão do jovem de 21 anos. "Mas é uma família de trabalhadores. Maria Celia mora com o companheiro há 15 anos, os dois têm dois filhos. Ela teve, em outro relacionamento, a Gisele, que é balconista, e um outro filho, mais velho, que trabalha em fábrica de cimento", diz o advogado Roberto Junqueira.

O companheiro de Maria Celia alega que foi a uma unidade da Polícia Militar no sábado (14/8) para registrar uma ocorrência do disparo contra ela. "Os militares não quiseram registrar. Disseram que já tinham feito um boletim, mas nesse boletim não colheram qualquer versão diferente da deles", afirma Junqueira.

"É racismo, discriminação contra pobre. Esse tipo de disparo não ocorre no Alphaville", questiona o defensor.

Nota da Polícia Militar:

"A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que em razão de uma ocorrência de roubo com cárcere privado, no dia 13 de agosto de 2021, em Passos, no Sul de Minas, foi acionada por duas vítimas que alegavam que haviam sido abordadas, no dia anterior, por quatro autores e feitas reféns, inclusive duas crianças.

Durante as diligências, a PMMG conseguiu recuperar todos os bens e prender os quatro indivíduos que, juntos, totalizam 63 passagens pela polícia, destacando-se os crimes de homicídio, roubo, tráficos de drogas e porte ilegal de arma de fogo. A instituição permanece na busca de um quinto indivíduo envolvido na ação criminosa.

A Polícia Militar de Minas Gerais esclarece ainda que durante a prisão de um dos autores, de 21 anos, a genitora do autor tentou intervir nos fatos, tendo sido atingida por instrumento de menor potencial ofensivo (bala de borracha), sendo socorrida e encaminhada à Santa Casa de Passos, ficando sob observação médica.

A família e as crianças foram assistidas pela Polícia Militar, tendo em vista o trauma que passaram, e seus bens restituídos.

A Polícia Militar de Minas Gerais esclarece que já instaurou procedimento para apurar atuação policial militar".

Com O Estado de Minas



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