Mulher é presa suspeita de espalhar boato nas redes sociais sobre morte de morador de BH
- Categoria: Polícia
Uma mulher de 18 anos foi presa suspeita de espalhar informações falsas sobre a morte de um morador do Alto Vera Cruz, na Região Leste de Belo Horizonte, na noite deste domingo (26).
Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher publicou nas redes sociais e divulgou a informação de que a guarnição de uma sargento da corporação teria causado a morte do jovem, identificado como Ademilson Junior Batista de Novais, de 17 anos, mesmo sem ter certeza da veracidade da notícia.
O suposto boato motivou um protesto de moradores da comunidade, na noite de domingo. Pneus foram queimados na rua Fernão Dias, e o para-brisa de um ônibus foi quebrado com pedras e pauladas.
De acordo com o boletim de ocorrência, os militares foram recebidos com pedradas e garrafadas no protesto e perceberam que, a todo momento, a suspeita incentivava e estimulava os manifestantes a investir contra eles.
A mulher ainda chamava uma sargento de "assassina" e gritava que "todo castigo para ela era pouco".
Segundo a PM, ao ser questionada sobre o motivo dos ataques, a suspeita confirmou que ouviu boatos de que a guarnição teria causado a morte de Ademilson.
Os militares, então, fizeram contato com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leste para verificar as circunstâncias da morte do jovem e, no local, foram informados que ele sofreu uma overdose e não apresentava sinais de violência no corpo.
Uma profissional de saúde relatou aos policiais que Ademilson deu entrada na UPA por volta das 7h30 de domingo, desacordado. Ele foi socorrido por dois amigos, que afirmaram que o grupo usou drogas durante a madrugada e que, em determinado momento, o jovem sofreu um mal súbito e caiu.
O caso foi encaminhado com registro de calúnia para a Delegacia de Plantão 1, na Região Centro-Sul da capital.
Em nota, a Polícia Civil informou que a suspeita foi ouvida e liberada após a lavratura de Termo Circunstanciado de Ocorrência. Ela assumiu o compromisso de comparecer em audiência no Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte.
A corporação ainda destacou que, segundo informações da unidade básica de saúde para onde o jovem foi encaminhado, "o corpo não apresentava sinais de violência e, a princípio, a causa da morte seria por overdose".
Família denuncia versão diferente
A mulher de Ademilson, Beatriz Camile, de 18 anos, recebeu uma informação diferente de pessoas que presenciaram o ocorrido.
Ela soube que o jovem estava de bicicleta, na porta de um bar, na manhã de domingo, quando uma sargento abriu a porta da viatura e acertou o corpo dele. O rapaz caiu e bateu a cabeça no chão. Segundo Beatriz, os policiais não prestaram socorro.
"Eles saíram andando, os moradores que socorreram, mas ele chegou ao hospital morto. Eu estive na UPA e me falaram que foi overdose, mas a cabeça dele estava inchada, ele bateu a cabeça. Não foi boato", afirmou Beatriz. Ela e Ademilson têm um filho de 9 meses de idade.
"Nós estamos arrasados. Agora é seguir em frente e cuidar do neném. Espero justiça", disse.
Beatriz afirmou que pretende registrar um boletim de ocorrência com esta versão do caso.
Com G1