Um foragido da Justiça por matar uma criança, de dois anos, em Brasília (DF) foi preso pela Polícia Militar de Minas Gerais em Bonito de Minas, nessa quarta-feira (1º). Segundo a PM, o crime foi em 2019 em São Sebastião, no Distrito Federal, e a criança foi assassinada com golpes de faca.
O homem, de 30 anos, foi encontrado em um bar na área urbana da cidade durante um patrulhamento de rotina. Os policiais fizeram a abordagem porque o suspeito ficou nervoso ao perceber a presença da viatura.
“Ele estava sentado em um banco com outros seis homens e demonstrou nervosismo. No momento da abordagem, o foragido passou um nome falso e entrou em contradição ao ser questionado sobre o que estava fazendo na cidade. Fizemos contato com o Setor de Inteligência e com a polícia de Brasília até que conseguimos descobrir o seu verdadeiro nome”, disse o cabo Kleberson Macedo Ramos.
De acordo com o militar, foi feita consulta no sistema e foi constatado que o homem estava com um mandado de prisão em aberto por cometer o homicídio.
“Ele confessou que realmente matou a criança, mas não disse a motivação e nem entrou em detalhes sobre o crime. O foragido alegou que estava na cidade há seis meses e teria ido visitar os avós”.
O homem foi conduzido para a delegacia de Januária e depois foi levado para o presídio.
O nome do suspeito não foi divulgado e o g1 não conseguiu falar com a defesa dele. Se algum advogado se manifestar, esta reportagem poderá ser atualizada.
Com g1
Adolescentes mineiro e capixaba planejavam massacres simultâneos a escolas
Dois adolescentes, um morador de Minas Gerais e outro do Espírito Santo, trocavam informações pela internet para planejarem ataques simultâneos a escolas de seus estados.
Ambos foram abordados em casa na manhã desta quinta-feira (2), com uma mulher adulta, em operação coordenada pelo Ministério da Justiça após informações serem repassadas por serviço secreto norte-americano.
Até o momento, apenas a Polícia Civil capixaba deu detalhes das investigações. No caso do estado, o garoto tem 13 anos e mora em Cariacica, na Grande Vitória. Ele teria tomado tal decisão por causa do descontentamento com as notas recebidos na escola. Em outubro, ele começou a conversar com um outro adolescente, de 15 anos, morador de Minas Gerais, que também planejava um ataque.
"Não se tratava de uma brincadeira. Ele (o capixaba) afirmou que possuía essa vontade e que, se não matassem alguém, iria se matar. Notamos que se tratava de um transtorno psicológico. A vida dele era aparentemente normal, mas tinha esse pensamento suicida e homicida. Os pais nos agradeceram e disseram que não sabiam, falaram apenas que ele ficava muito no celular", disse o delegado Brenno Andrade, titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) do Espírito Santo, em entrevista coletiva nesta quinta.
Andrade destacou que o adolescente “era um bom estudante” e que, apesar da pouca idade, sabia navegar muito bem na internet. O adolescente não foi apreendido e será acompanhado pela Vara da Infância e da Juventude de Cariacica.
O delegado contou que os investigadores questionaram o adolescente sobre em qual escola ele cometeria o atentado, mas ele não explicou. Os policiais confirmaram apenas que seria um ataque a tiros em alguma unidade educacional.
A Polícia Civil capixaba começou a investigação após ser acionada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Na manhã desta quinta-feira os agentes foram à residência do garoto cumprir um mandado de busca e apreensão.
Em um telefone apreendido foi encontrado uma conversa na qual o adolescente planejava comprar uma arma. “Tô querendo um revólver .38, porém, com bala e tudo dá uns 7 mil a 9 mil, aí acho que vou ter que usar um .32, vou ver ainda.”
Os policiais também apreenderam na residência um simulacro de arma de fogo feito com madeira e fita isolante.
Inspiração nos massacres de Suzano e Realengo
O adolescente capixaba pesquisava desde outubro informações detalhadas sobre os massacres de Realengo (RJ), em 2011, e o de Suzano (SP), em 2019, em que escolas foram invadidas por atiradores que mataram diversas pessoas.
“Ele procurava na internet pessoas ligadas a atentados, até que achou esse de Minas Gerais e começaram a planejar”, contou o delegado Brenno Andrade. ele não deu mais informações sobre o menino mineiro.
Os adolescentes do Espírito Santos e de Minas Gerais planejavam juntos o ataque. Eles queriam colocar o plano em prática em até dois anos. Uma mulher de 21 anos, do Pará, também foi alvo, mas não tinha ligação direta com os dois adolescentes. Após serem ouvidos pelas polícias, todos foram liberados.
Operação começou com informações dos EUA
A Operação Escola Segura foi deflagrada no Espírito Santo, em Minas Gerais e no Pará. Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos três estados. Todos os suspeitos confessaram a intenção de cometer os atentados. “Os suspeitos confessaram a intenção de cometer os crimes”, diz nota do Ministério da Justiça.
As investigações se baseiam em informações da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) e do Serviço Secreto, ambos da Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, como parte de cooperação policial entre autoridades norte-americanas e brasileiras.
O trabalho que culminou na operação desta quinta foi coordenado pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas.