Na noite do último sábado (22), mãe e filha, de 5 anos, foram resgatadas de uma casa, localizada na Rua Joaquim Rodrigues de Almeida, no bairro Bernardo Valadares, onde estavam sendo mantidas em cárcere privado pelo companheiro da vítima. A ação de resgate foi feita pela Polícia Militar (PM).
Foto: Reprodução/Ilustrativa
De acordo com informações, após denúncia, militares chegaram ao local e confirmaram que ali havia duas vítimas de cárcere. Sendo assim, o portão e a porta do imóvel foram arrombados e mãe e filha foram libertadas.
Após ter sido resgatada, a mulher, que não teve a identidade divulgada, confirmou as informações de que o companheiro, responsável por manter a ela e a filha presas na casa, também a agredia. Ela disse, ainda, que o homem é usuário de bebida alcoólica e que também a ameaçava de morte.
O homem responsável pelo crime não foi localizado.
Da Redação
Engenheiro denuncia agressão de PMs por defender morador de rua no Carnaval
De acordo com o engenheiro Civil Daniel Machado Rodrigues da Silva, de 32 anos, ele voltava de uma festa de Carnaval, na madrugada desse domingo (23), e foi espancado por PMs por tentar impedir que policiais agredissem um homem em situação de rua, na praça Sete, no Centro de Belo Horizonte.
Daniel disse que os PMs deram uma volta com ele na viatura e jogaram gás de pimenta em seus olhos./Foto: Arquivo pessoal
A namorada dele também teria levado um golpe de cassetete na orelha de um dos policiais.
Daniel disse que os PMs deram uma volta com ele na viatura e que, no percurso, jogaram gás de pimenta em seus olhos. Depois, disse ter sido pisoteado e espancado.
Desabafo
O pai do engenheiro, o psiquiatra Ênio Rodrigues da Silva, de 52, disse que o caso não deve ficar impune.
“Meu filho, um rapaz militante da luta antimanicomial, contra a violência praticada contra as pessoas em situação de rua, estava saindo do Carnaval e presencia uma pessoa sendo agredida por um policial. Ele tenta moderar a coisa, impedir, quando dois policiais se revoltam mais ainda contra esse sujeito que mora na rua”, disse o médico.
Segundo ele, o outro rapaz fugiu e os PMs começaram a agredir o filho dele. “Eu passei a noite inteira no hospital, emocionado, indignado, solitário, com vontade de gritar para o mundo, sabe? É uma coisa sem palavras”, disse o pai.
“O que está acontecendo nesse país? Que movimento é esse que estamos vivenciando? O que isso significa? É muito triste isso!”, desabafou o psiquiatra.
Desacato
De acordo com o boletim de ocorrência da PM, os militares faziam o “escoamento” de foliões da praça Sete e que um homem bêbado dificultava o trabalho deles, quando Daniel surgiu acompanhado da namorada e ficou incitando a população contra os PMs e falando “palavras de baixo calão”. Ao abordar Daniel, ele partiu para a violência, diz o relatório.
Ainda de acordo com o boletim, Daniel fugiu e foi perseguido por dois quarteirões e alcançado pelos PMs. “O autor partiu para cima dos militares, resistindo e dando socos”, diz o BO.
A Polícia Civil informou que registrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra o engenheiro, por desacato, na Delegacia de Plantão, e o liberou.
Resposta
Em nota, a PM disse que Daniel foi conduzido à delegacia por desacato e que ele ainda teria agredido os PMs, tendo um deles sido ferido com maior gravidade, o que causou uma luxação em sua mão direita e o afastou de suas atividades por dois dias. Disse que não admite desvios de conduta e que as pessoas devem denunciar irregularidades aos órgãos competentes.