João Evangelista, em seu pronunciamento no plenário, afirmou que foi lhe passada uma rasteira por Paulinho Lambe-Lambe (PR). “Estava fechada coligação com o PTB, o que certamente garantia legenda para eleger até dois nomes dentro da composição. Mas, depois de negociações obscuras, Lambe-Lambe tornou-se vice de Emílio – sem o consentimento e conhecimento dos candidatos do PR, fazendo dobradinha com o PSB. Fomos traídos”, afirmou.
Outros vereadores tomaram as dores de João Evangelista. Para Duílio de Castro (PMN), é preciso rever o processo eleitoral, que muitas vezes comete injustiças. Da mesma forma sugeriu Luiz Carlos, o vice derrotado junto com o candidato Leone Maciel. “A reforma política deve avaliar a questão das eleições proporcionais se realmente a intenção for atender a vontade do povo”, considera. Porém, Luiz lembrou que foi beneficiado em 2004, quando foi eleito apesar de ter sido apenas o 24º candidato mais votado.
O ex-vereador e que se candidatou como vice do candidato a prefeito Emílio Vasconcelos, Paulinho Lambe-Lambe se defendeu das acusações. Segundo ele, faltando três dias para encerrar o período de fechar as coligações, ele foi procurado por quatro candidatos do PTB que não aceitavam a coligação com o PR. “Temiam disputar o pleito com eu e o João Evangelista na chapa, já que certamente acabaríamos eleitos. Procuramos outras coligações, mas só o Emílio aceitou. Para não atrapalhar os outros, dar chances aos menores, fiquei como vice do PSB. Houve nova reunião, em que João Evangelista e todos os candidatos assinaram autorizando a composição com o Emílio”, afirma.
Revoltado, Lambe-Lambe alfinetou. “O João Evangelista tem deficiência visual, e não mental. Ele assinou e concordou com a coligação com o PSB. Infelizmente, quem vive de política, e não para a política, prefere analisar derrota dessa forma. Eu mesmo, com 29 mil votos, não fui eleito deputado estadual, enquanto Ronaldo João foi eleito com 18 mil. Não houve acordo às escondidas com o Emílio. Mas o choro é livre”, finaliza Lambe-Lambe.