Ex-vereador de BH vai a júri popular por assassinato de rival em Funilândia
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O ex-vereador de Belo Horizonte Ronaldo Batista e outras nove pessoas vão a júri popular pela morte do vereador de Funilândia, cidade da Região Central de Minas, Hamilton Dias de Moura, em julho de 2020. As investigações concluíram que Ronaldo foi o mandante do crime.
A sentença, do juiz sumariante do I Tribunal do Júri, Marcelo Rodrigues Fioravante, foi publicada nesta quinta-feira (5).
A motivação do crime envolve um desentendimento iniciado cerca de dez anos antes, quando vítima e suspeito, que faziam parte do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região (STTRBH), passaram para lados opostos.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, após Ronaldo assumir a presidência do sindicato, em 2011, Hamilton foi afastado. Ele constituiu um novo órgão de classe e passou exercer oposição ao STTRBH, cooptando membros da entidade.
O ex-parlamentar perdeu receita e começou a ser alvo de ações judicias dos antigos associados, incentivadas pelo novo sindicato e por denúncias de Hamilton ao Ministério Público do Trabalho.
As investigações concluíram que Ronaldo liderou uma organização criminosa, envolvida em fraudes e desvios de valores em sindicatos, e planejou o assassinato, junto com os irmãos Gerson Geraldo Cesário e Antônio Carlos Cesário. O ex-vereador está preso desde outubro do ano passado.
Os três contrataram o ex-policial penal Leandro Felix Viçoso e o policial militar Felipe Vicente de Oliveira para executar o crime, mediante pagamento de R$ 40 mil. A dupla passou a monitorar a rotina da vítima e, como Hamilton vendia lotes na cidade, fingiu estar interessada na compra. Além disso, usou um perfil falso de mulher nas redes sociais para marcar um encontro com o vereador.
Ele foi executado a tiros no dia 23 de julho, dentro do carro, próximo a uma estação de metrô, na Região Oeste de Belo Horizonte. Segundo a denúncia, o autor dos disparos foi o ex-policial penal, que contou com a ajuda de Fernando Saliba Araújo.
Os demais acusados tiveram participações diversas. Um deles foi contratado para adulterar o cano da arma, para que ela não fosse identificada em uma eventual perícia. Outro adulterou os vidros do veículo que os executores usaram no dia do crime. Uma mulher foi acusada de guardar e transportar a arma utilizada no homicídio.
Na sentença que determina que todos os réus sejam julgados pelo júri popular, o juiz Marcelo Fioravante afirmou que os delitos estão relacionados ao assassinato de Hamilton e a outros crimes conexos.
O magistrado ainda ordenou a manutenção da prisão preventiva de Ronaldo e outros cinco acusados, incluindo Gerson Geraldo Cesário, que está foragido.
A defesa do ex-vereador informou que desconhece a decisão e, por ora, não vai se manifestar.
Com G1