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Amostras de DNA de 26 suspeitos mortos em MG serão inseridas em banco de perfis genéticos para apurar eventuais crimes

Amostras de DNA coletadas dos 26 corpos dos suspeitos de assalto a banco mortos em Varginha serão inseridas no banco nacional de perfis genéticos. A partir disso, poderá ser apontada a eventual participação deles em outros crimes.

Foto: Franco Junior/g1Foto: Franco Junior/g1

A secretaria-executiva da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a médica legista Tatiana Telles, informou nesta segunda-feira (1º) que esse banco de perfis genéticos procura coincidências, os chamados "matches", entre o DNA desses corpos e o DNA achado em locais de crime no Brasil.

“Muito provavelmente nós teremos coincidências de atuações dessa quadrilha em outros locais de crime, em que por ventura tenham sido inseridos vestígios”, disse a médica legista Tatiana Telles.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pediu uma apuração sobre as mortes. A deputada Andréia de Jesus (PSOL), presidente do colegiado, diz que vai acionar o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública investigar o caso.

"Sou solidária às mães e familiares que estão passando por um momento tão difícil e afirmo que a Comissão de Direitos Humanos está acompanhando o caso e vamos cobrar respostas", disse ao g1.

A deputada ainda fez críticas à atuação dos agentes.

"Uma operação policial exitosa é uma operação que não deixa óbitos para trás. Infelizmente, no Brasil, a juventude negra ainda continua tendo pena de morte como a única alternativa", disse a parlamentar.

Ela também defendeu que os mortos tivessem sido responsabilizado pelo crime que cometeram. "Um crime contra patrimônio não justifica a retirada de vida, seja de quem quer que seja", acrescentou.

Regimentalmente, para que a comissão possa iniciar a apuração oficial, é preciso que os deputados membros aprovem um requerimento. Ainda não há uma previsão para que isso ocorra.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também acredita que uma investigação deve ser feita para apurar a ação.

Protocolo usado em Brumadinho

Segundo a médica legista Tatiana Telles, assim que a Polícia Civil tomou conhecimento sobre as mortes na operação, encaminhou uma aeronave para Varginha, onde foram feitos os primeiros trabalhos para identificação dos corpos. Eles foram separados por numeração e foi feita uma primeira coleta de digitais.

Após o traslado dos cadáveres para Belo Horizonte em rabecões, cinco peritos e dez legistas começaram a atuar na realização de exames no Instituto Médico-Legal (IML) André Roquette por volta das 21h deste domingo (31).

A decisão de trazê-los para a capital se deveu à complexidade dos trabalhos. Para identificação dos corpos, foi adotado um protocolo semelhante ao adotado na tragédia de Brumadinho em 2019.

"Assim que os corpos foram recebidos no IML, foram classificados com numeração, foram devidamente colocados protocolo de desastre de massa, igual foi feito em Brumadinho", disse o legista Marcelo Mari.
Os corpos foram submetidos a exames de raio-X, passaram por coleta de DNA e ainda foram refeitas as coletas de impressão digital, para uma dupla chegassem. Os trabalhos seguiram ao longo de toda a madrugada e apenas uma pausa foi feita entre 6h20 e 7h.

Segundo Tatiana Telles, algumas famílias já procuraram o local buscando informações sobre a identificação dos suspeitos, que ainda não tem previsão para conclusão.

"Os familiares que tiverem supostos entes queridos em meio a esses corpos tragam documentos, como exames, tomografias, fotografias que apareçam os dentes, os rostos se tiverem tatuagens, documentos pessoais. Qualquer elemento que facilita a identificação antropológica dos suspeitos", afirmou o médico legista José Roberto Rezende Costa.
O prazo para conclusão do laudo pericial é de dez dias, podendo ser prorrogado devido à complexidade dos trabalhos.

26 mortes

De acordo com levantamentos policiais, a quadrilha se preparava para atacar um centro de distribuição de valores do Banco do Brasil em Varginha. A Polícia Militar (PM) disse que os suspeitos haviam alugado um sítio na cidade para ficarem perto do batalhão da corporação e assim realizarem a ação.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os confrontos com os homens ocorreram em duas abordagens diferentes. Na primeira, os suspeitos atacaram as equipes da PRF e da PM, sendo que 18 deles morreram no local.

Em uma segunda chácara, conforme a PRF, foi encontrada outra parte da quadrilha e, neste local, após intensa troca de tiros, ocorreram as demais mortes.

De acordo com a polícia, eles têm relação com crimes cometidos contra instituições financeiras em Uberaba (MG), Araçatuba (SP) e Criciúma (SC).

Armamento de guerra

Um vídeo divulgado pela Polícia Militar mostra o que seria armamento de guerra apreendido pelas forças policiais junto com a quadrilha que pretendia assaltar bancos no Sul de Minas.

Conforme a PM, os suspeitos tinham uniformes, coletes balísticos, coturnos e roupas camufladas. Além disso, tinham carregadores já municiados e armamentos de todos os calibres, como fuzis, escopetas e também "miguelitos", usados para furar pneus de viaturas.

A polícia também apreendeu com os suspeitos vários galões de combustível e materiais que seriam usados como explosivos.

Os integrantes da quadrilha poderiam fugir em uma carreta com fundo falso apreendida pela Polícia Rodoviária Federal. A suspeita é da PRF, que localizou o veículo em Muzambinho (MG).

Domínio de cidades

O modo de agir dos integrantes da quadrilha de roubos é denominado como “domínio de cidades”. Neste tipo de prática, os criminosos utilizam práticas para impedir que as forças de segurança possam reagir e também colocam em risco a população.

A explicação é do comandante do Batalhão de Operações Especias (Bope), tenente-coronel Rodolfo César Morotti Fernandes. Em entrevista ao g1, ele explicou que a ação dos homens mortos no Sul de Minas é diferente da chamada de “novo cangaço” e é, na verdade, a denominada “domínio de cidades”.

“Nesse contexto de atuação criminosa, o ‘novo cangaço’ subintende a ações de menor vulto. Ações de quadrilhas menores, com menor poderio bélico e em cidades menores”, disse ao g1.

“O domínio de cidades seria uma evolução do novo cangaço, seria uma forma mais violenta, com mais material empregado, mais efetivo por parte dos criminosos. Ou seja, onde ele teria que dominar a cidade impedindo uma reação imediata da força de segurança, onde ele teria tempo para concretizar a ação criminosa. Basicamente a diferença entre novo cangaço e domínio de cidades seria isso: a quantidade de agentes e esse ânimo em impedir qualquer reação por parte da força de segurança local”, completou.

Com Portal g1



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