O governo federal liberou R$ 50 milhões para a segurança pública de Minas Gerais. Do total, R$ 20 milhões serão aplicados na Polícia Militar, R$ 20 milhões na Polícia Civil e R$ 10 milhões no Corpo de Bombeiros Militar. O valor faz parte de crédito aprovado pelo Congresso Nacional no início de outubro e a expectativa é que entre na conta do estado em até 60 dias.

Foto: Varginha 24 horas

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (4) pelo diretor de assuntos técnicos e jurídicos do Senado, Alexandre Silveira, em um ato no Congresso Nacional. Segundo ele, o valor foi articulado em conjunto com a bancada mineira, com a liderança do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Apesar de não ter relação direta, a liberação acontece em meio à repercussão da operação conjunta, em Varginha, entre a Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no último domingo (31), que resultou em 26 mortes.

Segundo as autoridades, as vítimas eram suspeitas de pertencerem a uma quadrilha de roubos a bancos na modalidade conhecida como “novo cangaço”. No esquema, criminosos fortemente armados chegam em comboios de veículos a cidades de pequeno e médio portes para realizar as ações.

Silveira lamentou as vítimas, mas pontuou ter sido uma ação necessária para evitar um mal maior. “Ninguém em sã consciência pode achar que uma quadrilha altamente especializada, com aquele nível de armamento, poderia estar querendo brincar. Ali nós poderíamos ter dezenas de vítimas caso a polícia não tivesse sido altamente eficiente na defesa do cidadão de bem, do cidadão que a polícia tem o dever de proteger”, disse, parabenizando os policiais envolvidos.

Para ele, a liberação dos recursos vem em um momento para estruturar e fortalecer as ações de segurança. “Minas Gerais já tem as melhores forças de segurança do Brasil, é importante destacar. Mas cada reforço que a gente leva do ponto de vista orçamentário permite ao governo do estado fortalecer as ações fins, através da compra de armamento e viaturas, mas também investir no material humano, na dignidade do trabalho das forças de segurança. Isso tudo permite a melhoria da qualidade do serviço e, portanto, beneficia diretamente a população”, disse Silveira.

O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, também presente, comemorou o valor. “Hoje a gente tem uma carência de investimentos, então essas emendas vão acrescentar enormemente as forças de segurança. Os recursos só fazem com que as nossas tropas cresçam cada vez mais”, frisou.

A prioridade da Polícia Militar vai ser trabalhar nas áreas de divisa, com o investimento em pelo menos 50 viaturas semi blindadas e na compra de pistolas de impulso elétrico. Os equipamentos, segundo informou o comandante-geral da PM, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, serão úteis para reduzir o potencial ofensivo nas abordagens.

“Apesar da Polícia Militar de Minas Gerais ser a segunda menor em termos de letalidade, nós somos cinco vezes menores em letalidade do que a média nacional, mesmo assim nós estamos fazendo um investimento maciço para trazer qualidade e conforto para o nosso policial atuar. E onde ele puder atuar com um armamento e uma técnica com menor potencial ofensivo, que são essas armas de impulso elétrico... Para cada viatura dessa, junto com ela, mais duas armas”, explicou.

Já a Polícia Civil vai utilizar os R$ 20 milhões na estrutura das unidades de plantão. “Desde veículos à compra mesmo daquilo que vai trazer uma melhor qualidade de vida ao policial na sua unidade. Por exemplo, geladeira ou algum kit que possa gerar uma melhor condição para ele romper os plantões. Nós temos basicamente 80 unidades em regime de plantão. E esses plantões nem sempre são muito bem estruturados”, revelou o chefe da Polícia Civil, Joaquim Francisco Neto e Silva, acrescentando que a compra de computadores e impressoras também está na lista.

Sobre a troca de viaturas, o objetivo é adquirir pelo menos 100 novos veículos para substituir a frota atual que, segundo o chefe da Polícia Civil, está desgastada. “Hoje 75% da nossa frota tem acima de cinco anos, e 50% dela tem acima de dez anos. Então, é uma frota bastante envelhecida que sempre está dando problema e o custo de manutenção de um veículo acima de dez anos é de R$ 2,2 mil na média. Acima de cinco anos, R$ 1,1 mil na média. Então nós precisamos realmente proceder a essa aquisição de novos veículos para que a gente possa recolher aqueles que não mais estão em condição de uso”, concluiu, dizendo que espera ter as novas viaturas nas ruas até maio do próximo ano.

O comandante do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Edgard Estevo da Silva, informou que vai utilizar o montante para comprar viaturas, ferramentas, equipamentos e materiais para o dia a dia do trabalho. Ele disse que a ação é importante para suprir a ampliação da tropa na cobertura das cidades mineiras.

“Nós estamos em um crescimento importante para a população de Minas. Nesses quatro anos, de 2019 a 2022, nós estaremos saindo de 73 municípios para 90 municípios. É um crescimento de 23% em presença. Um recurso como esse é fundamental. Ele vai se transformar exatamente nesse material, nessa ferramenta, nessa viatura”, contou.

Com O Tempo