Quem mora ou trabalha no município de Matozinhos, na região Metropolitana de Belo Horizonte, pede urgência à prefeitura do município para que resolva o problema de falta de ônibus. Há uma semana, o serviço foi interrompido por tempo indeterminado depois que o contrato entre a Viação Cota e o Executivo foi rescindido.

População de Matozinhos está sem ônibus há uma semana - Foto: Wikicommons/reprodução

Em nota, a prefeitura do município alegou que desde o encerramento do contrato, no último dia 24 de fevereiro, trabalha com urgência para encontrar uma nova empresa. No entanto, quem depende do ônibus pede mais agilidade à prefeitura.

“Esse problema da falta de ônibus começou antes do feriado de Carnaval e até hoje, depois que eu voltei do recesso, ainda não foi resolvido. Para vir trabalhar hoje eu tive que pegar carona porque meu ônibus não passa mais”, conta a assistente técnica Elisangela Marques, 46.

Moradora do bairro Bom Jesus, ele se deslocava todos os dias com a linha 503, que antes de ser interrompida apresentava condições péssimas para os usuários. “Era muito ruim, nunca passava no horário certo, os ônibus estavam ruins, tudo muito cheio. Ficava até com medo de andar nos ônibus, só andava porque era o que tinha. Mas agora nem isso”, reclama.

O porteiro Thiago Vieira, 33, sai do bairro Vista Alegre para trabalhar no Cruzeiro todos os dias. Sem o ônibus, o trajeto que antes demorava 10 minutos, ficou muito mais demorado. “Antes o ônibus passava na minha porta e me deixava perto do serviço. Agora, ou eu pago um mototáxi, ou eu pego uma linha de Capim Branco que vai até Pedro Leopoldo e me deixa no caminho. O mais rápido que eu consigo chegar, agora, é com 40 minutos de trânsito”, diz o porteiro, que pede agilidade para a volta do transporte público. “Uma cidade não pode ficar mais de uma semana sem ônibus, é absurdo”, concluiu.

Entenda

Em reunião realizada na última quinta-feira (24), com o Ministério Público e a Prefeitura de Matozinhos, a Viação Cota desistiu do contrato de concessão do transporte público coletivo no município. Desde então, o serviço prestado pela empresa está paralisado.

Em nota, a prefeitura disse que trabalha com a expectativa de que o problema seja resolvido em, no máximo, 30 dias. O executivo pediu “compreensão” da população pelos transtornos neste período.

Questionada sobre os motivos da rescisão, a prefeitura de Matozinhos alegou que há algum tempo a empresa não vinha cumprindo as cláusulas contratuais exigidas na concessão, mesmo recebendo um apoio financeiro durante a pandemia do coronavírus. A situação foi comunicada ao Ministério Público de Minas Gerais, que acompanha a situação.

O Ministério Público e a Viação Cota foram procurados para comentar o encerramento do contrato de serviço, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto para a manifestação.

Com O Tempo