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Preço do trigo dispara devido a guerra e deixa pãozinho mais caro

Quem não gosta de um café com pãozinho francês bem quetinho logo no início da manhã para melhorar o dia? Esse hábito tão amado pelos brasileiros ficou cada vez mais no bolso dos consumidores devido à inflação, ao aumento da gasolina anunciado pela Petrobrás e também à guerra envolvendo Ucrânia e Rússia. Em Belo Horizonte, as padarias já admitem reajuste nos principais produtos em virtude do novo preço dos insumos.

O levantamento mais recente do Mercado Mineiro com estabelecimentos da capital e da Região Metropolitana mostra uma média de preço de R$ 16,99 no preço do quilo do pão francês.

Foto: Reprodução InternetFoto: Reprodução Internet

O preço mais salgado coletado pelo site de pesquisa foi R$ 22,99, numa padaria do Mangabeiras, na Região Centro-Sul na capital. Já o valor mais cobrado é o de R$ 13,90, visto em panificadoras da região Leste, Noroeste e na Grande BH

O vilão nesse caso é justamente o trigo, matéria-prima que mais teve reajuste desde o início do conflito entre ucranianos e russos há vários dias. Nas últimas semanas, o insumo teve elevação de quase 50% no Brasil, o que incidiu também sobre os demais produtos, como bolos, pizzas, macarrões e biscoitos. 

“Nossa maior dificuldade é porque a Ucrânia é a sexta maior exportadora mundial e a Rússia é a primeira. Eles sempre abasteceram a Europa. Consequentemente, com o início da guerra, os países europeus estão comprando o trigo na Argentina, Estados Unidos e Canadá. Quando a procura é maior do que a demanda, o produto tende a subir. Isso ocorreu com o trigo, que subiu em dólar. Quando a guerra começou, a Bolsa de Chicago já publicou essa commodity com reajuste. Logo, foi sentido no Brasil pelos moinhos e trouxe para nós um aumento de custo da principal matéria-prima”, ressalta o presidente do Sindicato e Associação Panificação e Confeitaria de Minas Gerais (Amipão), Vinícius Dantas.

Com o cenário nada animador em relação à guerra, que tem mexido com a economia global, a expectativa é que o aumento dos preços não pare por aí. Os panificadores não descartam novos reajustes nos próximos dias.

Dantas afirma que os fornecedores do Brasil têm número limitado, o que torna o trigo mais caro. “Os moinhos são poucos. Temos aqueles que estão na Argentina. Na semana passada, o país proibiu toda e qualquer exportação do produto. A tributação do trigo na Argentina se alterou em 30% feito pelo próprio estado. Aqui no Brasil, os moinhos tiveram dificuldade na prospecção do produto, exatamente pela falta de liberação. A logística do Canadá e dos Estados Unidos é mais complicada, pois demora muito para o trigo chegar ao Brasil e é mais caro. Apesar disso, o abastecimento já está normal, porém com preço alterado”.

As padarias também se encontram em situação complicada, ao ter de repassar os aumentos para os clientes. A padaria Belo Pães, no centro de BH, não teve opção senão rever os preços de todos os produtos.

“É um momento muito difícil. E infelizmente não temos como não repassar esse aumento para o consumidor. A farinha e o trigo tiveram aumento de 30%, o que significa uma média entre 15% e 30% de reajuste nos produtos. Não tivemos como segurar esse aumento. A gente trabalha produtos de fabricação própria e, por isso, o custo de produção subiu muito. Tivemos de fazer um reajuste baseando na média proporcional aos aumentos gerais”, diz a gerente de produção, Dayanne Alves Timóteo.

Para minimizar os custos da produção, ela afirma que é necessário muita pesquisa para tentar comprar a matéria-prima com o menor preço possível.

“A gente faz uma análise diária dos preços dos fornecedores. Não conseguimos comprar com fornecedor durante uma semana sem consultar os valores. O preço aumenta no dia a dia. É um trabalho diário de pesquisa no mercado para averiguar quais fornecedores iremos comprar”, diz.

Aumento do frete

O reajuste nos combustíveis anunciado pela Petrobras – 18,8% para a gasolina e 24,9% para o diesel – também contribuíram para o aumento dos insumos das padarias, em virtude de o frete ficar cada vez mais caro.

“A malha de transporte rodoviária afetou a distribuição de todos os produtos, havendo repasse para o fermento, açúcar e sal. No contexto geral, tivemos alteração em todos os produtos que fazem parte do contexto das nossas receitas”, afirma Vinícius Dantas.

O proprietário da panificadora Tradição, Danilo José Pinto, diz que o atual momento exige muita criatividade: “Temos de repassar o custo para o consumidor. Não tem muito jeito. A logística de entrega dificultou muito em função da alta do preço do diesel, do frete mais caro. Fica mais difícil”

Da Redação com Estado de Minas



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