Quantas curtidas merece este post? No caso de uma publicação feita pelo tatuador Augusto Molinari nesta quarta-feira (23), já foram mais de 90 mil em menos de 24 horas. A postagem que viralizou mostra o antes e depois da mão de uma tecladista, que perdeu parte do dedo médio na infância e agora, com tinta e agulhas, teve a unha “reconstruída”.

Com tinta e agulhas, idosa teve unha reconstituída em BH — Foto: Augusto Molinari/Divulgação

“Tatuei hoje [quarta-feira] uma unha realista numa senhora que pianista e tecladista, ela perdeu a ponta do dedo num engenho aos 7 anos de idade e hoje, 60 anos depois, tomou coragem, se emocionou e saiu do estúdio toda serelepe”, contou o tatuador nas redes sociais.

Augusto, que trabalha em um estúdio em Belo Horizonte, diz que fez a postagem porque ficou emocionado com o resultado do trabalho. Ele não imaginava que haveria tamanha repercussão e se surpreendeu com a quantidade de comentários positivos.

“Para mim, foram alguns minutos, mas, para ela, foi uma falta de 60 anos. Assim que ela foi embora, chorei. (…) Foi muito bom ver que um trampo que eu fiz deixou um tanto de gente feliz. Foi muito bom levar um pouco de luz”, disse.

A dona das mãos que ganharam destaque na internet é Maria Dulcineia Soares Souto e, desde a última tarde, ela não se cansa de olhar para a nova unha.

A tecladista conta que há algum tempo vinha pensando em fazer uma tatuagem no dedo, mas inicialmente a ideia era um desenho tradicional, como “um coraçãozinho”. Foi o filho quem sugeriu o desenho da unha. “Por que eu não pensei nisso mais cedo?”, questiona-se.

Na semana passada, quando ia ao dentista, passou em frente ao estúdio e resolveu entrar. Na recepção, foi informada sobre o trabalho de Augusto e saiu de lá com a sessão marcada para esta semana.

“Eu adorei, fiquei muito feliz, fico toda hora olhando”, diz.

O tatuador começou a fazer trabalhos de reconstrução e reconstituição realista depois que pai dele, que já enfrentou três cânceres, conheceu uma mulher de Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que também havia lutado contra a doença e passado por cirurgia nos seios. “E aí meu pai falou com ela: ‘meu filho tatua, ele pode colocar umas flores, talvez”, relembra.

Mas quando ela procurou Augusto, mesmo sem nunca ter feito uma tatuagem do tipo, ele encarou o desafio e sugeriu fazer a reconstituição do mamilo. De lá para cá, já foram cerca de 20, todas feitas de forma gratuita, assim como a tatuagem da pianista.

“Se a gente pode fazer, criando uma ilusão feita com tinta, por que não? Muitas vezes, é uma forma de colocar um ponto final em uma situação triste. Então, por que não colocar esse ponto final?”, conclui.

Com g1