Entenda os riscos e cuidados que se deve ter com a hipertensão
- Categoria: Saúde
No dia 26 de abril é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão Arterial, uma doença que atinge, no Brasil, 17 milhões de pessoas. De acordo com o médico cardiologista Doutor Antônio Fernandino de Castro Bahia Neto, coordenador do CTI do Hospital Nossa Senhora das Graças e proprietário da Angiosete, algo em torno de 90% dos hipertensos têm uma predisposição genética para a doença. No entanto, explica o fato de existir essa predisposição não é uma sentença de que aquela pessoa vai se tornar um hipertenso um dia. Isso acontece porque, ainda segundo o doutor, hábitos de vida saudáveis podem retardar ou até evitar o aparecimento da doença.
“Restringir a ingestão de sódio e praticar, regularmente, atividades físicas aeróbicas pode contribuir para níveis menores de hipertensão até mesmo naquelas pessoas que têm predisposição genética para a doença”, afirma o médico que lembra, ainda, que mesmo sem o fator hereditário, a hipertensão pode acometer em indivíduos que não mantém hábitos saudáveis de vida.
A doença pode aparecer também a partir de causas secundárias, como tumores que excretam adrenalina ou em pacientes com obstruções nas artérias renais, por exemplo. O tabagismo, segundo o médico, também é um fator que contribui para o aparecimento da doença.
Como detectar a hipertensão
Um dos maiores riscos da hipertensão, segundo Antônio Bahia é o fato de se tratar de uma doença silenciosa e assintomática. “Existe um estigma de que a hipertensão causa dor de cabeça e de fato muitos pacientes conseguem diagnosticar a doença a partir desse sintoma. No entanto, a maioria das pessoas fica mesmo sem saber. Afinal, quantas vezes por ano elas monitoram a pressão arterial?”, questiona.
Para ser diagnosticada como hipertensão, a pressão diastólica precisa estar acima dos 140mm/hg e a sistólica, acima de 90. “Se a pressão está em 13x8,5 já consideramos um estágio pré-hipertenso”.
Mas o médico explica ainda que, ao longo do dia, a pressão arterial pode sofrer variações e, inclusive, ultrapassar o nível considerado como parâmetro para a hipertensão. Por isso, ele adverte que para se ter um diagnóstico da doença, não basta apenas o registro de um episódio de pressão alta. “Se a pessoa passa por uma situação de stress, como um assalto, por exemplo, pode olhar que a pressão vai estar acima dos 14x9. Mas isso não quer dizer que ela seja hipertensa. Para dar o diagnóstico é preciso que, em dois momentos distintos da mesma consulta, a pressão esteja acima desse nível. O exame ainda deve ser repetido em outro dia para confirmar”, esclarece.
Riscos
O grande perigo para o hipertenso, segundo o cardiologista, é a pressão alta mal controlada a longo prazo. “A hipertensão crônica é muito mais deletéria do que picos isolados de pressão alta em um ou outro momento. É claro que existem situações muito específicas de hipertensão associados a emergências, como no caso de um paciente hipertenso estar tendo um AVC, um infarto ou uma hemorragia ocular naquele momento”, diz o médico, que adverte que a pressão alta, acima de 14x9 em longo prazo pode causar lesões internas em vários órgãos, o que significa que ela não é prejudicial somente a nível vascular. “Essa condição está associada a altos índices de mortalidade e de incapacidade”, afirma Dr. Antônio que contabiliza, entre seus pacientes que foram submetidos a procedimentos de cateterismo, o dobro do número de hipertenso se comparados aos casos de diabéticos. Por isso, ele reafirma: “Adotar hábitos de vida saudáveis é a única maneira de prevenir o aparecimento da hipertensão”.
Com Ascom HNSG