Mau cheiro de indústria causa revolta nos moradores da cidade
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Moradores da região do bairro São Geraldo e residências próximas ao Terminal Rodoviário Deputado Renato Azeredo, no Centro, não suportam mais o mau-cheiro que supostamente é originado da indústria de laticínios Itambé, que tem sede em Sete Lagoas. Revoltados, dizem estar cansados de aguardar providências do poder público municipal e também da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) que, apesar das intensas reclamações, não deram solução para o problema.
A comerciante Nelma Santana, proprietária de um restaurante próximo à Itambé, afirma que moradores e prejudicados pelo mau-cheiro já fizeram abaixo-assinado como protesto, mas de nada adiantou. “O cheiro é característico de leite azedo e fezes. É um incômodo muito grande. Quando está calor, a situação piora. A fedentina vem de uma estação de tratamento de efluentes, possível de avistá-la da rua. Os fregueses do restaurante reclamam muito. Quem não conhece a origem da poluição, acha que o mau-cheiro vem do banheiro. É constrangedor”, afirma.
Desde 2002 tramita na justiça Ação Civil Pública, proposta pelo promotor e Curador do Meio Ambiente, Ernane Araújo, contra a empresa. No entanto, o processo tramita de forma morosa. “O Ministério Público vem fazendo sua parte”, declara o promotor.
O secretário Municipal de Meio Ambiente, Jansen Patrick Paixão da Mata, afirmou que as diversas reclamações feitas juntas ao órgão foram encaminhadas para a Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, órgão ligado à Feam. Segundo ele, o licenciamento que autoriza o funcionamento da indústria de laticínios Itambé é do Estado, o que limita o trabalho da secretaria municipal. “Os diretores da fábrica não permitem a entrada de nossos fiscais. Existe a possibilidade de firmarmos convênio com o Feam para que nossos fiscais sejam autorizados a fazer as vistorias na empresa que é alvo de várias acusações”, conta.
A reportagem procurou a empresa. Através de comunicado enviado pelo seu assessor jurídico, Rodrigo Coelho de Lima, a indústria não admite que é a causadora da fedentina. “A Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais Ltda., proprietária dos produtos da marca ITAMBÉ, esclarece que todo efluente gerado é devidamente tratado pela ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) sem causar nenhum mau-cheiro”. Em nota, afirma ainda que desconhece qualquer relação entre as atividades desenvolvidas na fábrica de Sete Lagoas com os alegados danos nos imóveis dos moradores do bairro.
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Da redação - Sete Dias
Celso Martinelli