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Jules Verne Vida e Obra (08/02/1828 — †24/03/1905)

Jules Verne (aportuguesado para Júlio Verne) (8/02/1828 — 24/03/1905) foi um escritor francês.

Júlio Verne foi o filho mais velho dos cinco filhos de Pierre Verne, advogado (avoué), e Sophie Allote de la Fuÿe, esta de um família burguesa de Nantes. É considerado por críticos literários o precursor do gênero de ficção científica, tendo feito predições em seus livros sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, máquinas voadoras e viagem à Lua.


Infância e juventude

Júlio Verne passou a infância com os pais e irmãos, na cidade francesa de Nantes e na casa de verão da família. A proximidade do porto e das docas constituíram provavelmente grande estímulo para o desenvolvimento da imaginação do autor sobre a vida marítima e viagens a terras distantes. Com nove anos foi mandado para o colégio com seu irmão Paul. Mais tarde, seu pai, com a esperança de que o filho seguisse sua carreira de advogado, enviou o jovem Júlio para Paris, a fim de estudar Direito. Ali começou a se interessar mais pelo teatro do que pelas leis, tendo escrito alguns livretos de operetas e pequenas histórias de viagens. Seu pai, ao saber disso, cortou-lhe o apoio financeiro, o que o levou a trabalhar como corretor de ações, o que teve como propósito lhe garantir alguma estabilidade financeira. Foi quando conheceu uma viúva com duas filhas chamada Honorine de Viane Morel, com quem se casou em 1857 e teve em 1861 um filho chamado Michel Jean Pierre Verne. Durante esse período conheceu os escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo.


Carreira literária
Capa das edições Hetzel : As Aventuras do Capitão Hatteras no Polo Norte

A carreira literária de Júlio Verne começou a se destacar quando se associou a Pierre-Jules Hetzel, editor experiente que trabalhava com grandes nomes da época, como Alfred de Brehat, Victor Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian.

Hetzel publicou a primeira grande novela de sucesso de Júlio Verne em 1862, o relato de viagem à África em balão, intitulado Cinco semanas em um balão. Essa história continha detalhes tão minunciosos de coordenadas geográficas, culturas, animais, etc., que os leitores se perguntavam se era ficção ou um relato verídico. Na verdade, Júlio Verne nunca havia estado em um balão ou viajado à África. Toda a informação sobre a história veio de sua imaginação e capacidade de pesquisa.

Hetzel apresentou Verne a Félix Nadar, cientista interessado em navegação aérea e balonismo, de quem se tornou grande amigo e que introduziu Verne ao seu círculo de amigos cientistas, de cujas conversações o autor provavelmente tirou algumas de suas ideias.

O sucesso de Cinco semanas em um balão lhe rendeu fama e dinheiro. Sua produção literária seguia em ritmo acelerado. Quase todos os anos Hetzel publicava novo livro de Verne, quase todos grandes sucessos. Dentre eles se encontram: Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem ao centro da terra, A volta ao mundo em oitenta dias, Da terra à lua, Robur - o conquistador.

Seu último livro publicado foi Paris no século XX. Escrito em 1863, somente publicado em 1989, quando o manuscrito foi encontrado por bisneto de Verne. Livro de conteúdo depressivo, foi rejeitado por Hetzel, que recomendou Verne a não publicá-lo na época, por fugir à fórmula de sucesso dos livros já escritos, que falavam de aventuras extraordinárias. Verne seguiu seu conselho e guardou o manuscrito em um cofre, só sendo encontrado mais de um século depois.

Até hoje Júlio Verne é o escritor cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 70 livros.



Últimos anos

Michel, seu filho, era considerado um rapaz rebelde, e não seguiu as orientações do pai. Júlio Verne mandou o seu filho, aos 16 anos, em uma viagem de instrução em um navio, por 18 meses, com esperança que a disciplina a bordo e a vida no mar corrigissem o seu carácter rebelde, mas de nada adiantou. Michel não se corrigiu e acabou por casar com uma actriz, contra a vontade do pai, tendo com ela dois filhos.

Em 9 de Março de 1886, seu sobrinho Gaston deu dois tiros contra o autor, quando este chegava em casa na cidade de Amiens. Um dos tiros o atingiu no ombro e demorou a cicatrizar, o outro atingiu o tornozelo, deixando-o coxo nos seus últimos 19 anos de vida. Não se sabe bem por que seu sobrinho tenha cometido o atentado, mas ele foi considerado louco e internado em um manicômio até o final da vida. Este episódio serviu para aproximar pai e filho, pois Michel vendo-se em vias de perder o pai passou a encarar a vida com mais seriedade. Neste mesmo ano, morria o editor Pierre Hetzel, grande amigo de Júlio Verne, facto que o deixou muito abalado.

Nos últimos anos, Verne escreveu muitos livros sobre o uso erróneo da tecnologia e os seus impactos ambientais, sua principal preocupação naquela época. Continuou sua obra até a sua morte em 24 de Março de 1905. O seu filho Michel editou seus trabalhos incompletos e escreveu ele mesmo alguns capítulos que estavam faltando, quando da morte do pai.



Alguns dos seus livros

   1. Cinco semanas em um balão (br) / Cinco semanas em balão (pt), 1863
   2. Paris no século XX, 1863 (publicado apenas em 1994)
   3. O capitão Hateras (br) / Aventuras do capitão Hatteras (pt), 1864-1867
   4. Viagem ao centro da terra, 1864
   5. Da Terra à Lua, 1865
   6. Os filhos do capitão Grant, 1866-1868
   7. À roda da Lua (br) / À volta da Lua (pt), 1869
   8. Vinte mil léguas submarinas, 1870
   9. Os conquistadores, 1870
  10. Uma cidade flutuante, 1871
  11. Três russos e três ingleses, 1872
  12. A volta ao mundo em oitenta dias, 1872
  13. A ilha misteriosa, 1873-1875
  14. Martin Paz, 1874
  15. O Chancellor, 1875
  16. Miguel Strogoff, o correio do czar, 1876
  17. Um drama no México,1876
  18. Heitor Servadac, 1874-1876
  19. As Índias Negras, 1876-1877
  20. Martin Paz, 1877
  21. Um capitão de quinze anos, 1878
  22. História das grandes viagens e dos grandes viajantes, 1878
  23. As atribulações de um chinês na China, 1879
  24. Os quinhentos milhões da begum, 1879
  25. A revolta da Bounty, 1879
  26. A jangada, 1880
  27. A casa a vapor, 1880
  28. A escola dos Robinsons, 1882
  29. O raio verde, 1882
  30. Dez horas de casa, 1882
  31. O arquipélago em chamas (br) / Os piratas do arquipélago (pt), 1883
  32. Kerabán, o teimoso, 1883
  33. A estrela do Sul, 1884
  34. Um bilhete de loteria (br) / Um bilhete de lotaria (pt), 1885
  35. Matias Sandorf, 1885
  36. O náufrago do Cynthia, 1885
  37. Robur, o conquistador, 1886
  38. Norte contra Sul, 1887
  39. O caminho da França, 1887
  40. Dois anos de férias, 1888
  41. Família sem nome, 1888-1889
  42. A esfinge dos gelos, 1895
  43. O segredo de Wilhelm Storitz, 1898 (revisado em 1901 e publicado somente em 1985)
  44. Os irmãos Kip, 1902
  45. O senhor do mundo, 1904



Adaptações

Do conjunto das obras de Júlio Verne, trinta e três foram levadas ao cinema, dando lugar a um total de noventa e cinco filmes, sem contar com as adaptações para séries de televisão. A obra mais vezes adaptada foi Miguel Strogoff (dezesseis vezes), seguida de Vinte Mil Léguas Submarinas (nove vezes) e Viagem ao Centro da Terra (cinco vezes).



Principais filmes baseados nas suas obras

    * Viagem à Lua, de 1902, realizado por Georges Méliès.
    * A ilha misteriosa, de 1951, realizado por Spencer Gordon Bennet e protagonizada por Richard Crane.
    * 20.000 léguas submarinas, de 1954, realizado por Richard Fleischer com Kirk Douglas no papel de Ned e James Mason como o capitão Nemo.
    * Michel Strogoff, de 1956, realizado por Carmine Gallone e com Curd Jürgens como Miguel Strogoff.
    * A volta ao mundo em 80 dias, de 1956, realizado por Michael Anderson com David Niven como Phileas Fogg e Cantinflas como Passpartout.
    * Da Terra à Lua, de 1958, realizado por Byron Haskin com Joseph Cotten, Debra Paget e George Sanders.
    * Viagem ao centro da Terra, de 1959, realizado por Henry Levin e protagonizada por James Mason.
    * A ilha misteriosa, de 1961, realizado por Cy Endfield com Michael Craig como protagonista.
    * Os filhos do capitão Grant, de 1962, realizado por Robert Stevenson e com Maurice Chevalier, George Sanders e Hayley Mills como protagonistas.
    * Cinco semanas em balão, de 1962, realizado por Irwin Allen, com Red Buttons e Barbara Eden.
    * O farol do fim do mundo, de 1971, realizado por Kevin Billington e interpretado por Kirk Douglas, Yul Brynner e Fernando Rey.
    * A volta ao mundo em 80 dias, de 2004, realizado por Frank Coraci, com Jackie Chan.
    * A ilha misteriosa de Júlio Verne, filme para a televisão de 2005, realizado por Russell Mulcahy e interpretado por Kyle MacLachlan, Patrick Stewart e Gabrielle Anwar.
    * Viagem ao centro da terra, de 2008, realizado por Eric Brevig e interpretado por Brendan Fraser, Josh Hutcherson e Anita Briem.
 
 
Fonte: Wikipédia

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco Vida e Obra (16/03/1825 — †01 06/1890)

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (16/03/1825 — †01 06/1890) foi um escritor português. Camilo foi romancista português, além de cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor.

Teve uma vida atribulada que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas novelas. Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para um público, sujeitando-se assim aos ditames da moda, conseguiu ter uma escrita muito original.



Biografia

Camilo Castelo Branco teve uma vida atribulada, passional e impulsiva. Uma vida tipicamente romântica.

Camilo Castelo Branco, primeiro visconde de Correia Botelho, nasceu em Lisboa, no Largo do Carmo, a 16 de Março de 1825.

De uma família da aristocracia de província, era filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, nascido na casa dos Correia Botelho em 1778, que teve uma vida errante entre Vila Real, Viseu e Lisboa, tomando-se de amores por Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira, com quem não casou, mas de quem teve os seus dois filhos. Camilo foi assim perfilhado por seu pai em 1829, como "filho de mãe incógnita".

Foi órfão de mãe quando tinha um ano de idade e de pai aos dez anos, o que lhe criou um carácter de eterno insatisfeito com a vida. Estando órfão, foi recebido por uma tia de Vila Real, e depois por uma irmã mais velha, Carolina Rita Botelho Castelo Branco, em Vilarinho de Samardã, em 1839, recebendo uma educação irregular através de dois padres de província.

Na sua adolescência formou-se lendo os clássicos portugueses e latinos, literatura eclesiástica e em contacto com a vida ao ar livre transmontana.

Com apenas dezasseis anos (1841), Camilo casa com Joaquina Pereira de França e instala-se em Friúme (Ribeira de Pena). O casamento precoce parece ter sido resultado de uma mera paixão juvenil, não tendo resistido muito tempo. No ano seguinte prepara-se para ingressar na Universidade, indo estudar com o Padre Manuel da Lixa, em Granja Velha.

O seu carácter instável e irrequieto leva-o a amores tumultuosos (Patrícia Emília, a freira Isabel Cândida).

Ainda a viver com Patrícia Emília de Barros, Camilo publicou n'O Nacional, correspondências contra José Cabral Teixeira de Morais, governador civil. Devido a esta desavença é espancado pelo «Olhos-de-Boi», capanga do governador. As suas irreverentes correspondências jornalísticas valeram-lhe, em 1848, nova agressão a cargo de Caçadores 3. Camilo abandona Patrícia nesse mesmo ano, fugindo para casa da irmã, residente agora em Covas do Douro.

Camilo tenta então o curso de Medicina no Porto que não conclui, optando depois por Direito. A partir de 1848 faz uma vida de boémia repleta de paixões, repartindo o seu tempo entre os cafés e os salões burgueses, dedicando-se entretanto ao jornalismo.

Apaixona-se por Ana Plácido, e quando esta se casa, tem, de 1850 a 1852, uma crise de misticismo, chegando a frequentar o seminário que depois abandona. Ana Plácido tornara-se mulher de um negociante de seu nome, Pinheiro Alves, um brasileiro que o inspira como personagem em algumas das suas novelas, muitas vezes com carácter depreciativo. Seduz e rapta Ana Plácido e, depois de algum tempo a monte, são capturados pelas autoridades e depois julgados. Naquela época o caso emocionou a opinião pública pelo seu conteúdo tipicamente romântico do amor contrariado, que se ergue à revelia das convenções e imposições sociais. Presos na cadeia da relação do Porto, escreveu Memórias do Cárcere, tendo conhecido o famoso delinquente Zé do Telhado. Depois de absolvidos do crime de adultério, Camilo e Ana Plácido passam a viver juntos, contando ele trinta e oito anos de idade.

Entretanto, Ana Plácido tem um filho, teoricamente do seu antigo marido, ao que se somam mais dois de Camilo. Com uma família tão numerosa para sustentar Camilo vai escrever a um ritmo alucinante.

Quando o ex-marido de Ana Plácido, falece em 1863, o casal vai viver para a sua casa, em São Miguel de Seide.
Em 1870 vai viver para Vila do Conde motivado por problemas de saúde, aí se mantendo até 1871. Foi em Vila do Conde que escreveu a peça de teatro "O Condenado", bem como inúmeros poemas, crónicas, artigos de opinião e traduções. A peça "O Condenado" é representada no Porto em 1871. Outras obras de Camilo estão associadas a Vila do Conde. Na obra "A Filha do Arcediago", relata a passagem de uma noite do Arcediago com um exército numa estalagem, conhecida pela Estalagem das Pulgas. Essa estalagem pertencera outrora ao Mosteiro de São Simão da Junqueira, e situa-se no lugar Casal de Pedro, freguesia da Junqueira. Camilo dedicou ainda o romance "A Engeitada” a um ilustre vilacondense seu conhecido, o Dr. Manuel Costa.
Em 1885 é-lhe concedido o título de visconde de Correia Botelho e posteriormente, a 9 de Março de 1888 casa-se finalmente com Ana Plácido.

Camilo passa os últimos anos da sua vida ao lado de Ana Plácido, não encontrando a estabilidade emocional por que ansiava. As dificuldades financeiras, e os filhos dão-lhe enormes preocupações: considera Nuno irresponsável e Jorge sofre de uma doença mental.

A progressiva e crescente cegueira (causada pela sífilis), impede Camilo de ler e de trabalhar capazmente, o que o mergulha num enorme desespero.

Camilo Castelo Branco, depois da consulta a um oftalmologista que lhe confirmara a gravidade do seu estado, em desespero desfere um tiro de revólver na têmpora direita, ás 15h15 de 1 de Junho de 1890, acabando por morrer às 17h00 desse mesmo dia.



Pseudónimos

Entre 1851 e 1890, e durante quase 40 anos, escreveu mais de duzentas e sessenta obras, com a média superior a 6 por ano, redigidas à pena, logo sem qualquer ajuda mecânica. Prolífico e fecundo escritor deixa obras de referencia na literatura lusitana.

Apesar de toda essa fecundidade, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, não permitiu que a intensa produção prejudicasse a sua beleza idiomática ou mesmo a dimensão do seu vernáculo, transformando-o numa das maiores expressões artísticas e a sua figura num mestre da língua portuguesa. De entre os vários romances, deixou um legado enorme de textos inéditos, comédias, folhetins, poesias, ensaios, prefácios, traduções e cartas – tudo com assinatura própria ou os menos conhecidos pseudónimos tais como:

    * Manoel Coco
    * Saragoçano
    * A.E.I.O.U.Y
    * Árqui-Zero
    * Anastácio das Lombrigas[1]



Camilo: Realismo ou Romantismo?

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Terá sido Camilo Castelo Branco, Realista ou Romântico? A sua obra é predominantemente romântica isso parece incontestável, no entanto não o é totalmente.

Camilo gostaria de se situar acima das escolas literárias. No entanto os modelos clássicos vão ter sempre peso na sua produção literária, mas, também se deixa impressionar pela literatura misteriosa e macabra de Ann Radcliffe. Foi imensamente influenciado por Almeida Garrett, no entanto a fidelidade à linguagem e aos costumes populares ao cheiro do torrão (como aponta Jacinto do Prado Coelho) vão permanecer como uma das suas maiores qualidades. A Crítica tem apontado que se por um lado Camilo nos enredos das suas novelas, com as suas peripécias mais ou menos rocambolescas, está claramente numa filiação romântica por outro lado nas explicações psicológicas, na maneira como analisa os sentimentos e acções das personagens, pelas justificações e explicações dos acontecimentos, pela crítica a determinado tipo de educação, não pode ser considerado simplesmente como romântico.

Jacinto do Prado Coelho considera-o “ideologicamente flutuante, Camilo mantém-se um narrador de histórias românticas ou romanescas com lances empolgantes e situações humanas comoventes” e também diz que “O romantismo de Camilo é um romantismo em boa parte dominado, contido, classicizado”, e que há ao “lado do seu alto idealismo romântico a viril contenção da prosa, um bom-senso ligado às tradições e a certo cânones clássicos, um realismo sui generis, de vocação pessoal que parece na razão directa da autenticidade do seu romantismo.

Eça de Queiroz publica a primeira versão de O Crime do Padre Amaro, já depois da sua exposição nas Conferências do Casino acerca do Realismo como nova expressão da arte. Isso faz com que Camilo, de certa maneira sentindo-se a perder terreno para o único prosador que lhe podia ser rival, envereda em duas novelas Eusébio Macário e A Brasileira de Prazins por tentar ser mais realista. E o que é que é mais extremado que o Realismo? O Naturalismo. O resultado é de um certo efeito cómico porque Camilo, com a sua maneira de escrever particular, não se contém e acaba por fazer uma paródia do Naturalismo.

No prefácio de Eusébio Macário, Camilo afirma que não tentou ridicularizar a escola Realista, e alega que: “tenho sido realista sem o saber. Nada me impede de continuar”, e ainda que “Eu não conhecia Zola; foi uma pessoa da minha família que me fez compreender a escola com duas palavras: “É a tua velha escola com uma adjectivação de casta estrangeira, e uma profusão de ciência (...) Além disso tens de pôr a fisiologia onde os românticos punham a sentimentalidade: derivar a moral das bossas, e subordinar à fatalidade o que, pelos velhos processos, se imputava à educação e à responsabilidade” compreendi e achei eu, há vinte e cinco anos, já assim pensava, quando Balzac tinha em mim o mais inábil dos discípulos.”

Portanto: Camilo tenta apanhar o comboio da nova escola Realista, e fá-lo de uma maneira que não é isenta de chacota.



Temas recorrentes em Camilo

    * a bastardia
    * a orfandade
    * os direitos do coração por oposição às convenções sociais
    * as relações familiares
    * o sentido metafísico de raiz cristão
    * o anticlericalismo



Obras

    * Anátema (1851)
    * Mistérios de Lisboa (1854)
    * A Filha do Arcediago (1854) (eBook)

    * Livro negro de Padre Dinis (1855)
    * A Neta do Arcediago (1856)
    * Onde Está a Felicidade? (1856)
    * Um Homem de Brios (1856)
    * Lágrimas Abençoadas (1857) (eBook)

    * Cenas da Foz (1857) (eBook)

    * Carlota Ângela (1858) (eBook)

    * Vingança (1858)
    * O Que Fazem Mulheres (1858)
    * O Morgado de Fafe em Lisboa (Teatro, 1861)
    * Doze Casamentos Felizes (1861)
    * O Romance de um Homem Rico (1861)
    * As Três Irmãs (1862)
    * Amor de Perdição (1862) (eBook)

    * Mamórias do Carcere (1862)
    * Coisas Espantosas (1862)
    * Coração, Cabeça e Estômago (1862)
    * Estrelas Funestas (1862)
    * Anos de Prosa (1863) (eBook)

    * Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado (1863)
    * O Bem e o Mal (1863)
    * Estrelas Propícias (1863)
    * Memórias de Guilherme do Amaral (1863)
    * Agulha em Palheiro (1863)
    * Amor de Salvação (1864) (eBook)

    * A Filha do Doutor Negro (1864)
    * Vinte Horas de Liteira (1864)
    * O Esqueleto (1865)
    * A Sereia (1865)
    * A Enjeitada (1866)
    * O Judeu (1866)
    * O Olho de Vidro (1866) (eBook)

    * A Queda dum Anjo (1866) (eBook)

    * O Santo da Montanha (1866)
    * A Bruxa do Monte Córdova (1867)
    * A doida do Candal (1867)
    * Os Mistérios de Fafe (1868)
    * O Retrato de Ricardina (1868)
    * Os Brilhantes do Brasileiro (1869)
    * A Mulher Fatal (1870)
    * O Regicida (1874) (eBook)

    * A Filha do Regicida (1875)
    * A Caveira da Mártir (1876)
    * Novelas do Minho (1875-1877) (eBook)

    * Eusébio Macário (1879)
    * A Corja (1880)
    * A Brasileira de Prazins (1882)
    * A Infanta Capelista (1872) (conhecem-se apenas 3 exemplares deste romance porque D.Pedro II pediu a Camilo para não o publicar, uma vez que versava sobre um familiar da Família Real Portuguesa e da Família Imperial Brasileira)

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo Vida e Obra (14/04/1857 — †21/01/1913)

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (14/04/1857 — †21/01/1913). Escritor, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro.



Biografia

Era filho do português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães. Seu pai era viúvo e a mãe era separada do marido, algo que configurava grande escândalo na sociedade da época. Foi irmão do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo.

Desde cedo dedicou-se ao desenho através de caricaturas e à pintura. Em 1876 viaja ao Rio de Janeiro, a fim de estudar Belas Artes, obtendo desde então sustento com seus desenhos para jornais.

Com o falecimento do pai em 1879, volta para o Maranhão, onde começa finalmente a escrever. E em 1881, publica O Mulato, obra que choca a sociedade pela sua forma crua ao desnudar a questão racial. O autor já era abolicionista convicto.

O sucesso desta habilita-o a voltar para a Capital do Império, onde escreve incessantemente novos romances, contos, crônicas e até peças teatrais.

Sua obra é vista como irregular por diversos críticos, uma vez que oscilava entre o Romantismo açucarado, com cunho comercial e direcionado ao grande público, e outras mais elaboradas, pois deixava a sua marca de grande escritor naturalista.

Feito diplomata, em 1895, serve em diversos países, inclusive o Japão. Chega finalmente, em 1910, a Buenos Aires, cidade onde veio a falecer menos de três anos depois.



Importância

    * Foi o responsável por inaugurar a estética naturalista no Brasil com o romance "O mulato" (1881). É também autor dos romances "Casa de pensão" (1884) e "O cortiço" (1890), entre vários outros.

    * A influência de Aluísio Azevedo são os escritores naturalistas europeus, entre eles, o mais importante foi Émile Zola. Através dessa ótica naturalista, capta a mediocridade da rotina, os sestros e mesmo as taras do indivíduo, uma opção contrária dos românticos que o precederam.

    * As características fundamentais do naturalismo, quais sejam influência do meio social e da hereditariedade na formação dos indivíduos, além do fatalismo, estão presentes nas obras de Aluísio de forma veemente. Nele "a natureza humana afigura-se-lhe uma certa selvageria onde os fortes comem os fracos", afirma o estudioso Alfredo Bosi.

    * Quando jovem, fazia caricaturas e poesias como colaborador para jornais e revistas do Rio de Janeiro. Seu primeiro romance publicado foi: Uma lágrima de mulher, em 1880.

    * Fundador da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras e crítico social, este escritor naturalista foi autor de diversos livros, entre eles estão: "O Mulato", que provocou escândalo na época de seu lançamento, "Casa de Pensão", que o consagrou e "O Cortiço", conhecido como sua obra mais importante.

    * O autor, que não escondia seu inconformismo com a sociedade brasileira e com suas regras, escreveu ainda outros títulos: "Condessa Vésper", "Girândola de Amores", "Filomena Borges", "O Coruja", "O Homem", "O Esqueleto", "A Mortalha de Alzira", "O livro de uma Sogra" e contos como: "Demônios".

    * Durante grande parte de sua vida, Aluísio Azevedo viveu do pouco que ganhava como escritor. Ao entrar para a vida diplomática, desiludido, abandonou a produção literária.

    * Faleceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de janeiro de 1913




Obras

    * 1880 Uma Lágrima de Mulher, novela;
    * 1881 O mulato, novela;
    * 1882 Mysterio da Tijuca ou Girândola de amores, novela;
    * 1882 Memórias de Um Condenado ou Condessa Vésper, novela;
    * 1884 Casa de pensão, novela;
    * 1884 Filomena Borges, novela;
    * 1887 O homem, novela;
    * 1890 O cortiço, novela;
    * 1890 O coruja, novela;
    * 1894 A Mortalha de Alzira, novela;
    * 1895 Demônios, contos;
    * 1895 O livro de uma sogra, novela;
    * 1984 O Japão, publicado, a partir de manuscritos encontrados na Academia Brasileira de Letras.
    * O Bom Negro, crônica
    * Os Doidos, peça
    * Casa de Orates, peça
    * Flor de Lis, peça
    * Em Flagrante, peça
    * Caboclo, peça
    * Um Caso de Adultério, peça
    * Venenos que Curam, peça
    * República, peça

    * O esqueleto, apesar de ter saído em suas obras completas, organizadas por Nogueira Jr., não é de autoria de Aluízio Azevedo, mas sim de Olavo Bilac e Pardal Mallet.
 
 
 
Fonte: Wikipedia

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães Vida e Obra (15/08/1825 — †10/03/1884)

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães (15/08/1825 — †10/03/1884) foi um romancista e poeta brasileiro, conhecido por ter escrito o livro de nome A Escrava Isaura.



Biografia

É filho de João Joaquim da Silva Guimarães, também poeta, e de Constança Beatriz de Oliveira Guimarães. Ele se casou com Teresa Maria Gomes de Lima Guimarães, e tiveram oitos filhos: João Nabor (1868-1873), Horário (1870-1959), Constança (1871-1888), Isabel (1873-1915), Affonso (1876-1955), José (1882-1919), Bernardo (1832-1955) e Pedro (1884-1948).

Formou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1847, e nesta cidade tornou-se amigo dos poetas Álvares de Azevedo (1831-1852) e Aureliano Lessa (1828-1861). Os três e outros estudantes fundaram a Sociedade Epicuréia. Foi nessa época em que Bernardo Guimarães teria introduzido no Brasil o bestialógico (ou pantagruélico), que se tratava de poesia cujos versos não tinham nenhum sentido, embora bem metrificados. A maioria dessa poesia não foi publicada porque era considerada pornográfica, e se perdeu. Para alguns críticos, o melhor do escritor seria o bestialógico. Um exemplo dessa produção (não-pornográfica) é o soneto Eu Vi dos Pólos o Gigante Alado.



Histórico das obras
Estátua de Bernardo Guimarães, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.

O seu livro mais conhecido é A Escrava Isaura. Foi publicado pela primeira vez em 1875, pela Garnier. Conta as agruras de uma bela escrava branca que vivia em uma fazenda do Vale do Paraíba, na região fluminense de Campos.

O romance foi levado à tela da Rede Globo de Televisão em 1976 e em 1977 e à da Rede Record em 2004 (Ver Escrava Isaura (telenovela) e A Escrava Isaura (2004), respectivamente). A versão da Globo foi exportada para cerca de 150 países. Na China, protagonizada por Lucélia Santos, a Escrava Isaura foi assistida por mais de 1 bilhão de pessoas. Uma edição do livro naquele país teve pelo menos 300 mil exemplares. O romance é considerado por alguns críticos como antiescravista. José Armelim Bernardo Guimarães (1915-2004), neto do escritor, argumenta que, se a história fosse de uma escrava negra, não chamaria a atenção dos leitores daquela época para a questão da escravidão.

O livro de Bernardo Guimarães mais bem aceito pela crítica é O seminarista, cuja primeira edição é de 1872. Permanece atual porque questiona o celibato dos padres. Conta a história de um fazendeiro de Minas Gerais que obriga o seu filho a ser padre. Eugênio, o filho, ama desde criança Margarida, filha de uma agregada da fazenda. Ele tenta abandonar o Seminário de Congonhas em Minas Gerais, mas o pai dele, o capitão Antunes, inventa que Margarida se casou. Eugênio se ordena. Mas ele se endoidece no dia em que volta a sua cidade para rezar a sua primeira missa e se depara, na igreja, com um cadáver, o da Margarida, que tinha estado muito doente.

Duas das poesias mais conhecidas são consideradas pornográficas, embora não sejam do período bestialógico. Trata-se do O Elixir do Pajé e A Origem do Mênstruo. Ambas foram publicadas clandestinamente em 1875.

Em 1852, tornou-se juiz municipal e de órfãos de Catalão (Goiás). Exerceu o cargo até 1854. Em 1858, mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1859, trabalhou como jornalista e crítico literário no jornal Atualidade, do Rio de Janeiro. Em 1861, reassumiu o cargo de juiz municipal e de órfãos de Catalão. Foi quando, ao ocupar interinamente o juizado de Direito, Bernardo Guimarães convocou uma sessão extraordinária do júri, que liberou 11 réus porque a cadeia não estava em condições de abrigá-los. Em 1864, volta para o Rio de Janeiro. Em 1866, é nomeado professor de retórica e poética do Liceu Mineiro, de Ouro Preto. Em 1867, casa-se. Em 1873, leciona latim e francês em Queluz (Minas Gerais). Em 1881, é homenageado pelo imperador Dom Pedro II. Morre pobre em 10 de março de 1884.


Obras

    * Cantos da Solidão (1852)
    * Inspirações da Tarde (1858)
    * O Ermitão de Muquém (1858)
    * A Voz do Pajé (drama – 1860)
    * Poesias Diversas (1865)
    * Evocações (1865)
    * Poesias (volume que reúne as quatro obras de versos anteriores publicadas e mais o poema A Baia de Botafogo – 1865)
    * Lendas e Romances (contos – 1871)
    * O Garimpeiro (romance – 1872)
    * História e Tradições da Província de Minas Gerais (crônicas e novelas – 1872)
    * O Seminarista (romance – 1872)
    * O Índio Afonso (romance – 1872)
    * A Escrava Isaura (romance – 1875)
    * Novas Poesias (1876)
    * Maurício ou Os Paulistas em São João del-Rei (romance – 1877)
    * A Ilha Maldita ou A Filha das Ondas (romance – 1879)
    * O Pão de Ouro (conto – 1879)
    * Folhas de Outono (poesias – 1883)
    * Rosaura
    * A Enjeitada (romance – 1883)
    * O Bandido do Rio das Mortes (romance terminado em 1905 por Teresa Guimarães, mulher do autor).
    * Dança dos Ossos



Obras não-publicadas

    * Os Inconfidentes (drama – 1865)
    * Os dois Recrutas (drama – cerca de 1870)
    * As Nereidas de Vila Rica ou As Fadas da Liberdade (drama – cerca de 1870)
    * A Catita Isaura (drama – 1876).
    * A História de Minas Gerais (encomendada pelo imperador D. Pedro II, em 1881).

Machado de Assis Vida e Obra (2/06/1839 — †29/09/1908)

Joaquim Maria Machado de Assis (2/06/1839 — †29/09/1908) foi um poeta, romancista, dramaturgo, contista, jornalista e teatrólogo brasileiro, considerado como o maior nome da literatura brasileira, de forma majoritária entre os estudiosos da área.Sua extensa obra constitui-se de nove romances e nove peças teatrais, 200 contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado assumiu cargos públicos ao longo de toda sua vida, passando pelo Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, Ministério do Comércio e pelo Ministério das Obras Públicas.

A obra ficcional de Machado de Assis tendia para o Romantismo em sua primeira fase, mas converteu-se em Realismo na segunda, na qual sua vocação literária obteve a oportunidade de realizar a primeira narrativa fantástica e o primeiro romance realista brasileiro em Memórias Póstumas de Brás Cubas (sua magnum opus). Ainda na segunda fase, Machado produziu obras que mais tarde o colocariam como especialista na literatura em primeira pessoa (como em Dom Casmurro, onde o narrador da obra também é seu protagonista). Como jornalista, além de repórter, utilizava os periódicos para a publicação de crônicas, nas quais demonstrava sua visão social, comentando e criticando os costumes da sociedade da época, como também antevendo as mutações tecnológicas que aconteceriam no século XX, tornando-se uma das personalidades que mais popularizou o gênero no país.


Biografia

Filho do mulato Francisco José de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma lavadeira açoriana da Ilha de São Miguel. Machado de Assis, que era canhoto [8], passou a infância na chácara de D. Maria José Barroso Pereira, viúva do senador Bento Barroso Pereira, na Ladeira Nova do Livramento, (como identificou Michel Massa), onde sua família morava como agregada, no Rio de Janeiro. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Ficou órfão de mãe muito cedo e também perdeu a irmã mais nova. Não freqüentou escola regular, mas, em 1851, com a morte do pai, sua madrasta Maria Inês, à época morando no bairro em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é provável que tenha assistido às aulas quando não estava trabalhando.

Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem. Em São Cristóvão, conheceu a senhora francesa Madamme Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado acabou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, na juventude. Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas deste idioma, como O Corvo, de Edgar Allan Poe. Posteriormente, estudou alemão, sempre como autodidata.

De origem humilde, Machado de Assis iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo diretor era o romancista Manuel Antônio de Almeida. Em 1855, aos quinze anos, estreou na literatura, com a publicação do poema "Ela" na revista Marmota Fluminense. Continuou colaborando intensamente nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista. Machado conquistou a admiração e a amizade do romancista José de Alencar, principal escritor da época. Era, no dizer do historiador literário Marques da Cruz, "ponderado e honesto. Sóbrio na vida e no estilo".

Baptiste Louis Garnier, convida Machado a trabalhar no Jornal das Famílias (1863 - 1878), aonde tem contato com as obras de Shakespeare, através das páginas do periódico.[10]

Em 1864 estréia em livro, com Crisálidas (poemas). Em 1869, casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais e quatro anos mais velha do que ele. Em 1873, ingressa no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, como primeiro-oficial. Posteriormente, ascenderia na carreira de servidor público, aposentando-se no cargo de diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas.

Podendo dedicar-se com mais comodidade à carreira literária, escreveu uma série de livros de caráter romântico. É a chamada primeira fase de sua carreira, marcada pelas obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Contos Fluminenses (1870), , Histórias da Meia Noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deuses de Casaca (1866), O Protocolo (1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864).

Em 1881, abandona, definitivamente, o romantismo da primeira fase de sua obra e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marca o início do realismo no Brasil. O livro, extremamente ousado, é escrito por um defunto e começa com uma dedicatória inusitada: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas". Tanto Memórias Póstumas de Brás Cubas como as demais obras de sua segunda fase vão muito além dos limites do realismo, apesar de serem normalmente classificados nessa escola. Machado, como todos os autores do gênero, escapa aos limites de todas as escolas, criando uma obra única.

Na segunda fase suas obras tinham caráter realista, tendo como características: a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Da segunda fase, são obras principais: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), além das coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias Ocidentais. Em 1904, morre Carolina Xavier de Novaes, e Machado de Assis escreve um de seus melhores poemas, Carolina, em homenagem à falecida esposa. Muito doente, solitário e triste depois da morte da esposa, Machado de Assis morreu em 29 de setembro de 1908, em sua velha casa no bairro carioca do Cosme Velho. Nem nos últimos dias, aceitou a presença de um padre que lhe tomasse a confissão. Bem conhecido pela quantidade de pessoas que visitaram o escritor carioca em seus últimos dias, como Mário de Alencar, Euclides da Cunha e Astrogildo Pereira (ainda rapaz e por isso desconhecido dos demais escritores), ficcionalmente o tema da morte de Machado de Assis foi revisto por Haroldo Maranhão.


Estilos literários

É considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. Suas crônicas não têm o mesmo brilho e seus poemas têm uma diferença curiosa com o restante de sua produção: ao passo que na prosa Machado é contido e elegante, seus poemas são algumas vezes chocantes na crueza dos termos similar talvez à de Augusto dos Anjos.

Em sua fase romântica: ambítua seus poemas em ambiente urbano, espelha-se em José de Alencar, mas sem sua rispidez e sua volúpia, pelo contrário mostra certo conservadorismo.
 
Abandona muita dessas características e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, iniciando o realismo no Brasil, um tom próximo ao coloquial, mas com certo requinte, impactante e provocante, incluindo na literatura nacional temas antes não expostos como: a natureza feminina; utiliza-se de ironias refinadas para criticar e abusa da narração em primeira pessoa para criar certo humor, com metalinguagem conversando com o leitor e deixando a obra subjetiva, com uma visão parcial do narrador, o maior exemplo é Dom Casmurro.
 
«Machado reúne os pré-requisitos da genialidade. Possui exuberância, concisão e uma visão irônica ímpar do mundo.»
    
( Harold Bloom, crítico literário estadunidense, sobre o escritor brasileiro Machado de Assis)


O crítico estadunidense Harold Bloom considera Machado de Assis um dos 100 maiores gênios da literatura de todos os tempos (chegando ao ponto de considerá-lo o melhor escritor negro da literatura ocidental), ao lado de clássicos como Dante, Shakespeare e Cervantes. A obra de Machado de Assis vem sendo estudada por críticos de vários países do mundo, entre eles, Giusepe Alpi (Itália), Lourdes Andreassi (Portugal), Albert Bagby Jr. (Estados Unidos da América), Abel Barros Baptista (Portugal), Hennio Morgan Birchal (Brasil), Edoardo Bizzarri (Itália), Jean-Michel Massa (França), Helen Caldwell (Estados Unidos da América), John Gledson (Inglaterra), Adrien Delpech (França), Albert Dessau (Alemanha), Paul Dixon (Estados Unidos da América), Keith Ellis (Estados Unidos da América), Edith Fowke (Canadá), Anatole France (França), Richard Graham (Estados Unidos da América), Pierre Hourcade (França), David Jackson (Estados Unidos da América), Linda Murphy Kelley (Estados Unidos da América), John C. Kinnear, Alfred Mac Adam (Estados Unidos da América), Victor Orban (França), Houwens Post (Itália), Samuel Putnam (Estados Unidos da América), John Hyde Schmitt, Tony Tanner (Inglaterra), Jack E. Tomlins (Estados Unidos da América), Carmelo Virgillo (Estados Unidos da América), Dieter Woll (Alemanha) e Susan Sontag (Estados Unidos da América).

O estilo literário de Machado de Assis tem inspirado muitos escritores brasileiros ao longo do tempo e sua obra tem sido adaptada para a televisão, o teatro e o cinema. Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes. Suas principais obras foram traduzidas para diversos idiomas e grandes escritores contemporâneos como Salman Rushdie, Cabrera Infante e Carlos Fuentes confessam serem fãs de sua ficção, como também o confessou Woody Allen. A Academia Brasileira de Letras criou o Espaço Machado de Assis, com informações sobre a vida e a obra do escritor.

Machado em suas obras interpela o leitor, ultrapassando a chamada quarta parede, nisso tendo sido influenciado por Manuel Antônio de Almeida, que já havia utilizado a técnica, bem como Miguel de Cervantes, e outros autores, mas nenhum deles com tanta ênfase quanto Machado.

 Machado de Assis e o Social

M.A., não produziu nenhuma obra que ilustra-se o Brasil, deu preferência a expor o esqueleto moral que a suportava a sociedade do Segundo Reinado em transição para a República.
 
 
 Machado e o determinismo

Paralelo ao realismo de Machado, ocorre o Naturalismo, que tem como sua base o determinismo. Em Portugal não ocorre essa separação por não contar com Machado, pois é um dos poucos autores da época, senão o único, a não ser influenciado por essas idéias. Em uma famosa carta ele critica o Primo Basílio de Eça de Queirós por falta de profundidade, já que todos são frutos do meio, são personagens exagerados e presos as suas caricaturas, já predeterminados pelo ambiente. Há algumas contradições como o personagem Quincas Borba com a sua filosofia Humanitismo, onde o forte é superior ao fraco.
 
 
 Obra

Toda a obra de Machado de Assis é de domínio público, por ter expirado o correspondente direito de autor em 1978, completando-se 70 anos do falecimento do autor.

 Romance

Diretos, de vocabulário enxuto, com um tom de simplicidade, baseados no cotidiano. Com o tempo Machado ganhou confiança e seus contos tonaram-se mais sóbrios: Memórias Póstumas é o inicio dessa sobriedade.

Os romances não fogem das duas fases de Machado. Em um primeiro momento é influenciado pelo romantismo, por José de Alencar, mas já demonstra certa análises psicológicas, especialmente a feminina, e traços de humor.

Em sua segunda fase, provavelmente influenciado por Flaubert e Balzac, mantém o humor, mas inclui a maldade, pessimismo e sofrimento; os caracteres psicológicos das personagens são aprofundados e a metalinguagem aparece.
 
 
 Conto

Assim como nos contos, duas fases. Machado é considerado o introdutor de peso do gênero no Brasil, utilizando ironia e humor. Em sua romântica, temática centrada no amor, com enredos pobres, mas com indicativos de sua ironia e capacidade de construir o caráter do personagem, mesmo centrando-se no enredo e não na análise do personagem.

Em sua segunda fase, centra-se na análise psicológica, o enredo é deixado em segundo plano, passa a utilizar os recursos da narração, seus grandes contos nessa fase tendo mulheres como protagonistas.
 
 
 Teatro

Foi como M.A. iniciou sua carreira literária, escrevendo a maior parte das obras em sua juventude, não tendo muito peso, apenas uma etapa para as suas obras futuras.
 
 
 Crítica

Iniciando desde o início de sua carreira, gostava de fazer críticas teatrais, tendo destaque em "Notícias da Atual Literatura Brasileira: Instinto de Nacionalidade". Escreve sobre o teatro de Alencar, Gonçalves de Magalhães e Macedo.
 
 
 Poesia

Em seus três livros iniciais tem forte ligação com o romantismo, escrevendo até poesias indianistas, já na época totalmente ultrapassadas. Mas não tem os mesmo excessos românticos e nem a rigidez parnasiana, teve como base investigações da natureza do homem e reflexões filosóficas.
 
 
Fonte: Wikipédia
 
 
 

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