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Agora toda semana você encontra no site três obras para ler e copiar.
 
 
 
 

O CORTIÇO


AUTOR: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo[ver Vida e Obra]

GÊNERO: Romance

 

RESUMO: Os tipos humanos e o dia-a-dia de um cortiço no final do século XIX. Obra máxima de Aluísio Azevedo, este romance representa a maturidade de um escritor preocupado em registrar e analisar à luz da ciência os males da sociedade brasileira. Texto integral enriquecido com notas explicativas.

 

 

 

 

 AMOR DE PERDIÇÃO


AUTOR: Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco [ver Vida e Obra]

GÊNERO: Drama

 

RESUMO: Amor de Perdição é o romance mais célebre de Camilo Castelo Branco, um dos principais autores do romantismo português, com a primeira publicação em 1862.

Ao longo de uma novela passional, o autor retrata em tom trágico as frustrações da busca da felicidade e do amor. Conta-nos a história amorosa de Simão Botelho e Teresa Albuquerque, um amor proibido, condenado pela rivalidade das respectivas famílias.

Teresa acaba num convento. Simão segue os impulsos do coração e envolve-se em peripécias várias, conduzindo-se a um fim trágico.

 

 

 

O SEMINARISTA

 

AUTOR: Bernardo Joaquim da Silva Guimarães [ver Vida e Obra]

GÊNERO: Drama

 

RESUMO: O Seminarista narra o drama de Eugênio e Margarida que, na infância passada no sertão mineiro, estabelecem uma amizade que logo vira paixão. O pai de Eugênio, indiferente aos sentimentos do filho, obriga-o a ir para um seminário. Dilacerado entre o amor e a religiosidade, Eugênio segue para o mosteiro.

 

 

Luiz Vaz de Camões Vida e Obra (c. 1524 — †10/06/1580)

Luís Vaz de Camões (c. 1524 — †10/06/1580) é frequentemente considerado como o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. O seu génio é comparável ao de Virgílio, Dante, Cervantes ou Shakespeare; das suas obras, a epopéia Os Lusíadas é a mais significativa.


Origens e juventude


Desconhece-se a data e o local onde terá nascido Camões. Admite-se que nasceu entre 1517 e 1525. A sua família é de origem galega que se fixou na cidade de Chaves e mais tarde terá ido para Coimbra e para Lisboa, lugares que reivindicam ser o local de seu nascimento. Frequentemente fala-se também em Alenquer, mas isto deve-se a uma má interpretação de um dos seus sonetos, onde Camões escreveu "[…] / Criou-me Portugal na verde e cara / pátria minha Alenquer […]". Esta frase isolada e a escrita do soneto na primeira pessoa levam as pessoas a pensarem que é Camões a falar de si. Mas a leitura atenta e completa do soneto permite concluir que os factos aí presentes não se associam à vida de Camões. Camões escreveu o soneto como se fosse um indivíduo, provavelmente um conhecido seu, que já teria morrido com menos de 25 anos de idade, longe da pátria, tendo como sepultura o mar.

O pai de Camões foi Simão Vaz de Camões e sua mãe Ana de Sá e Macedo. Por via paterna, Camões seria trineto do trovador galego Vasco Pires de Camões, e por via materna, aparentado com o navegador Vasco da Gama.

Entre 1542 e 1545, viveu em Lisboa, trocando os estudos pelo ambiente da corte de D. João III, conquistando fama de poeta e feitio altivo.

Viveu algum tempo em Coimbra onde teria freqüentado o curso de Humanidades, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, onde tinha um tio padre, D. Bento de Camões. Não há registos da passagem do poeta por Coimbra. Em todo o caso, a cultura refinada dos seus escritos torna a única universidade de Portugal do tempo como o lugar mais provável de seus estudos.

Ligado à casa do Conde de Linhares, D. Francisco de Noronha, e talvez preceptor do filho D. António, segue para Ceuta em 1549 e por lá fica até 1551. Era uma aventura comum na carreira militar dos jovens, recordada na elegia Aquela que de amor descomedido. Num cerco, teve um dos olhos vazados por uma seta pela fúria rara de Marte. Ainda assim, manteve as suas potencialidades de combate.

De regresso a Lisboa, não tarda em retomar a vida boémia. São-lhe atribuídos vários amores, não só por damas da corte mas até pela própria irmã do Rei D. Manuel I. Teria caído em desgraça, a ponto de ser desterrado para Constância. Não há, porém, o menor fundamento documental de que tal fato tenha ocorrido. No dia de Corpus Christi de 1552 entra em rixa, e fere um certo Gonçalo Borges. Preso, é libertado por carta régia de perdão de 7 de Março de 1553, embarcando para a Índia na armada de Fernão Álvares Cabral, a 24 desse mesmo mês.



Oriente

Chegado a Goa, Camões toma parte na expedição do vice-rei D. Afonso de Noronha contra o rei de Chembe, conhecido como o "rei da pimenta". A esta primeira expedição refere-se a elegia "O Poeta Simónides falando". Depois Camões fixou-se em Goa onde escreveu grande parte da sua obra épica. Considerou a cidade como uma "madrasta de todos os homens honestos" e ali estudou os costumes de cristãos e hindus, e a geografia e a história locais. Tomou parte em mais expedições militares. Entre Fevereiro e Novembro de 1554 integrou a Armada de D. Fernando de Meneses, constituída por mais de 1000 homens e 30 embarcações, ao Golfo Pérsico, aí sentindo a amargura expressa na canção "Junto de um seco, fero e estéril monte". No regresso foi nomeado "provedor-mor dos defuntos nas partes da China" pelo Governador Francisco Barreto, para quem escreveria o "Auto do Filodemo".

Em 1556 partiu para Macau, onde continuou os seus escritos. Viveu numa gruta, hoje com o seu nome, e aí terá escrito boa parte d'Os Lusíadas. Naufragou na foz do rio Mekong, onde conservou de forma heróica o manuscrito da obra, então já adiantada (cf. Lus., X, 128). No desastre teria morrido a sua companheira chinesa Dinamene, celebrada em série de sonetos. É possível que datem igualmente dessa época ou tenham nascido dessa dolorosa experiência as redondilhas "Sôbolos rios".

Regressou a Goa antes de Agosto de 1560 e pediu a protecção do Vice-rei D. Constantino de Bragança num longo poema em oitavas. Aprisionado por dívidas, dirigiu súplicas em verso ao novo Vice-rei, D. Francisco Coutinho, conde do Redondo, para ser liberto.

De regresso ao reino, em 1568 fez escala na ilha de Moçambique, onde, passados dois anos, Diogo do Couto o encontrou, como relata na sua obra, acrescentando que o poeta estava "tão pobre que vivia de amigos" (Década 8.ª da Ásia). Trabalhava então na revisão de Os Lusíadas e na composição de "um Parnaso de Luís de Camões, com poesia, filosofia e outras ciências", obra roubada. Diogo do Couto pagou-lhe o resto da viagem até Lisboa, onde Camões aportou em 1570. Em 1580, em Lisboa, assistiu à partida do exército português para o norte de África.

Faleceu numa casa de Santana, em Lisboa, sendo enterrado numa campa rasa numa das igrejas das proximidades. Os seus restos encontram-se atualmente no Mosteiro dos Jerónimos.


Os Lusíadas e a obra lírica


Os Lusíadas é considerada a principal epopéia da época moderna devido à sua grandeza e universalidade. As realizações de Portugal desde o Infante D. Henrique até à união dinástica com Espanha em 1580 são um marco na História, marcando a transição da Idade Média para a Época Moderna. A epopeia narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia. É uma epopéia humanista, mesmo nas suas contradições, na associação da mitologia pagã à visão cristã, nos sentimentos opostos sobre a guerra e o império, no gosto do repouso e no desejo de aventura, na apreciação do prazer e nas exigências de uma visão heróica.
As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
(...)
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte

    Camões, Lusíadas, Canto I.

   

A obra lírica de Camões foi publicada como "Rimas", não havendo acordo entre os diferentes editores quanto ao número de sonetos escritos pelo poeta e quanto à autoria de algumas das peças líricas. Alguns dos seus sonetos, como o conhecido Amor é fogo que arde sem se ver, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam o Barroco.



O estilo

É fácil reconhecer na obra poética de Camões dois estilos não só diferentes, mas talvez até opostos: um, o estilo das redondilhas e de alguns sonetos, na tradição do Cancioneiro Geral; outro, o estilo de inspiração latina ou italiana de muitos outros sonetos e das composições (h)endecassílabas maiores. Chamaremos aqui ao primeiro o estilo engenhoso, ao segundo o estilo clássico.

O estilo engenhoso, tal como já aparece no Cancioneiro Geral, manifesta-se sobretudo nas composições constituídas por mote e voltas. O poeta tinha que desenvolver um mote dado, e era na interpretação das palavras desse mote que revelava a sua subtileza e imaginação, exactamente como os pregadores medievais o faziam ao desenvolver a frase bíblica que servia de tema ao sermão. No desenvolvimento do mote havia uma preocupação de pseudo-rigor verbal, de exactidão vocabular, de modo que os engenhosos paradoxos e os entendimentos fantasistas das palavras parecessem sair de uma espécie de operação lógica.

As obras dele foram divididas em líricas e amorosas. Um exemplo das obras líricas foi Os Lusíadas, dividido em 10 cantos, exalta a conquista de Portugal na rota das índias.



Obras


Lírica

    * 1595 - Amor é fogo que arde sem se ver
    * 1595 - Eu cantarei o amor tão docemente
    * 1595 - Verdes são os campos
    * 1595 - Que me quereis, perpétuas saudades?
    * 1595 - Sobolos rios que vão
    * 1595 - Transforma-se o amador na cousa amada
    * 1595 - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
    * 1595 - Quem diz que Amor é falso ou enganoso
    * 1595 - Sete anos de pastor Jacob servia
    * 1595 - Alma minha gentil, que te partiste


Teatro

    * 1587 - El-Rei Seleuco
    * 1587 - Auto de Filodemo
    * 1587 - Anfitriões



Bibliografia

    * "Os Lusíadas". Catálogo da Exposição Bibl., iconogr. e medalhística de Camões. Intr., sel. e notas de José V. de Pina Martins. Lisboa, 1972;
    * Col. Camoniana de José do Canto. Lisboa, 1972.


Bibliografia activa

    * Anfitriões. Pref. e notas de Vieira de Almeida. Lisboa, 1942;
    * El-Rei Seleuco. Id. Ib., 1944;
    * Obras completas. Com prefácio e notas de Hernâni Cidade. Lisboa, 1946-1947;
    * Obra completa. Org., intr., com. e anotações de A. Salgado Júnior. R. de Janeiro, 1963;
    * Os Lusíadas. Leitura, prefácio e notas de Álvaro J. da Costa Pimpão. Lisboa, 1992;
    * Rimas. Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão. Coimbra, 1994;
    * Os Lusíadas. Edição comentada e anotada por Henrique Barrilaro Ruas. Lisboa, Editora Rei dos Livros, 2002.


Bibliografia passiva

    * Rebelo Gonçalves, Dissertações Camonianas. S. Paulo, 1937;
    * António Salgado Júnior, Os Lusíadas e a viagem do Gama. O tratamento mitológico de uma realidade histórica. Porto, 1939;
    * B. Xavier Coutinho, Camões e as artes plásticas. Porto, 1946-1948;
    * J. Vieira de Almeida, Le théâtre de Camões dans l'histoire du théâtre portugais. Lisboa, 1950;
    * H. Cidade, L. de Camões. Os Autos e o teatro do seu tempo. As cartas e o seu conteúdo biográfico. Lisboa, 1956;
    * Jorge de Sena, Uma canção de Camões. Lisboa, 1966; id., Os sonetos de Camões e o soneto quinhentista peninsular. Lisboa, 1969;
    * Georges le Gentil, Camões. Lisboa, 1969;
    * Roger Bismut, La Lyrique de Camões. Paris, 1970;
    * Vítor M. de Aguiar e Silva, Maneirismo e Barroco na poesia lírica portuguesa. Coimbra, 1971;
    * M.ª Isabel F. da Cruz, Novos subsídios para uma ed. crítica da Lírica de Camões. Porto, 1971;
    * Visages de L. de Camões. Paris, 1972;
    * António José Saraiva, Camões. Lisboa, 1972;
    * XLVIII Curso de Férias da Faculdade de Letras de Coimbra. Ciclo de lições comemorativas do IV Cent. da publ. de "Os Lusíadas". Coimbra, 1972;
    * Luciano Pereira da Silva, A Astronomia de "Os Lusíadas". Lisboa, 1972;
    * Ocidente (n.º especial). Nov. 1972;
    * Garcia de Orta (n.º especial). Lisboa, 1972;
    * Cleonice Berardinelli, Estudos Camonianos. R. de Janeiro, 1973; Estudos Camonianos. R. de Janeiro, 1974;
    * João Mendes, Lit. Portuguesa I. Lisboa, 1974;
    * E. Asensio, Sobre El Rey Seleuco de Camões, em Estudios Portugueses. Paris, 1974;
    * Roger Bismut, Les Lusiades de Camões, confession d'un poète. Paris, 1974;
    * Vítor M. de Aguiar e Silva, Notas ao cânone da Lírica camoniana. Coimbra, 1968 e 1975;
    * Gilberto Mendonça Teles, Camões e a poesia brasileira. R. de Janeiro,1979;
    * José Maria Rodrigues, Fontes dos Lusíadas. Lisboa, 1979;
    * Quaderni Portoghesi, 6. Pisa, 1979;
    * Studi Camoniani. L'Aquila, 1980;
    * Homenaje a Camoens. Estudios y ensayos hispano-portugueses. Granada, 1980;
    * Brotéria, vols. 110 e 111;
    * Luís F. Rebelo, Variações sobre o teatro de Camões. Lisboa, 1980;
    * A. Costa Ramalho, Estudos Camonianos. 2Lisboa, 1980;
    * A. Pinto de Castro (et al.), Quatro orações camonianas. Lisboa, 1980;
    * Eduardo Lourenço, Poesia e Metafísica. Lisboa, 1980;
    * Hélder de Macedo, Camões e a viagem iniciática. Lisboa, 1980;
    * Jorge de Sena, A estrutura de "Os Lusíadas" e outros estudos camonianos e de poesia peninsular do século XVI. Lisboa, 1980; id.,30 Anos de Camões. Lisboa, 1980;
    * Cleonice Berardinelli, Os sonetos de Camões. Paris, 1980;
    * Jorge Borges de Macedo, "Os Lusíadas e a História. Lisboa, 1980;
    * J. G. Herculano de Carvalho, Contribuição de "Os Lusíadas" para a renovação da língua portuguesa. Coimbra, 1980;
    * Vasco Graça Moura, L. de Camões: alguns desafios. Lisboa, 1980;
    * José Hermano Saraiva, Vida Ignorada de Camões. Lisboa, 1980.
    * W. Storck, Vida e obras de L. de Camões. Lisboa, 1980;
    * Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1980-1981;
    * M.ª Vitalina Leal de Matos, Introdução à poesia de L. de Camões. Lisboa, 1980; id., O canto na poesia épica e lírica de Camões. Paris, 1981;
    * M.ª Clara Pereira da Costa, O enquadramento social da Família de Camões na Lisboa do século XVI. Lisboa, 1981;
    * José Pedro Machado, Notas Camonianas. Lisboa, 1981;
    * J. Filgueira Valverde, Camões. Coimbra, 1981; Cuatro lecciones sobre Camoens. Madrid, 1981;
    * A. Pinto de Castro, Camões, poeta pelo mundo em pedaços repartido. Lisboa, 1981;
    * A Viagem de "Os Lusíadas": símbolo e mito. Lisboa, 1981;
    * E. Asensio e J. V. de Pina Martins, L. de Camões. El Humanismo en su obra poética. Los Lusíadas y las Rimas en la poesía española. Paris, 1982;
    * M.ª Lucília G. Pires, A crítica camoniana no século XVII. Lisboa, 1982;
    * J. de Sena, Estudos sobre o vocabulário de "Os Lusíadas". Lisboa, 1982;
    * Jacinto do Prado Coelho, Camões e Pessoa, poetas da utopia. Lisboa, 1983;
    * H. Cidade, L. de Camões. I. O Lírico. Lisboa, 1985; id., L. de Camões. II. O Épico. Lisboa, 1985;
    * Camoniana Californiana. St.ª Bárbara, 1985;
    * Vasco Graça Moura, Camões e a divina proporção. Lisboa, 1985; id., Os penhascos e a serpente. Lisboa, 1987;
    * Fidelino de Figueiredo, A épica portuguesa do século XVI. Lisboa, 1987;
    * Martim de Albuquerque, A expressão do Poder em L. de Camões. Lisboa, 1988;
    * J. A. Cardoso Bernardes, O Bucolismo português. Coimbra, 1988;
    * M.ª Helena Ribeiro da Cunha, A dialéctica do desejo na Lírica de Camões. Lisboa, 1989;
    * A. Costa Ramalho, Camões no seu e no nosso tempo. Coimbra, 1992;
    * Actas das Reuniões Internacionais de Camonistas: I (Lisboa, 1973); III (Coimbra, 1987); IV (Ponta Delgada, 1984) e V (S. Paulo, 1992);
    * Revista Camoniana (S. Paulo, 10 vols publ. desde 1964).
    * Grande enciclopédia do conhecimento

 
 
Fonte: Wikipédia

William Shakespeare Vida e Obra (26/04/1564 – †23/04/1616)

William Shakespeare (26/04/1564 – †23/04/1616)[1] foi um poeta e dramaturgo inglesa, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo.[2] É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo"). De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças,[3] 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e diversos outros poemas. Suas peças foram traduzidas para os principais idiomas do globo, e são encenadas mais do que qualquer outro dramaturgo.[4] Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permaneceram vivos até aos nossos dias, sendo revisitados com freqüência pelo teatro, televisão, cinema e literatura. Entre suas obras mais conhecidas estão Romeu e Julieta, que se tornou a história de amor por excelência, e Hamlet, que possui uma das frases mais conhecidas da língua inglesa: To be or not to be: that's the question (Ser ou não ser, eis a questão).

Shakespeare nasceu e foi criado em Stratford-upon-Avon. Aos 18 anos, segundo alguns estudiosos, casou-se com Anne Hathaway, que lhe concedeu três filhos: Susanna, e os gêmeos Hamnet e Judith. Entre 1585 e 1592 William começou uma carreira bem-sucedida em Londres como ator, escritor e um dos proprietários da companhia de teatro chamada Lord Chamberlain's Men, mais tarde conhecida como King's Men. Parece que ele reformou a Stratford em torno de 1613, morrendo três anos depois. Restaram poucos registros da vida privada de Shakespeare, e existem muitas especulações sobre assuntos como a sua aparência física, sexualidade, crenças religiosas, e se algumas das obras que lhe são atribuídas teriam sido escritas por outros autores.[5]

Shakespeare produziu a maior parte de sua obra entre 1590 e 1613. Suas primeiras peças eram principalmente comédias e histórias, gêneros que ele levou ao ápice da sofisticação e do talento artístico ao fim do século XVI. A partir de então escreveu apenas tragédias até por volta de 1608, incluindo Hamlet, Rei Lear e Macbeth, consideradas algumas das obras mais importantes na língua inglesa. Nesta sua última fase, escreveu tragicomédias, também conhecidas como romances, e colaborou com outros dramaturgos. Diversas de suas peças foram publicadas, em edições com variados graus de qualidade e precisão, durante sua vida. Em 1623 dois de seus antigos colegas de teatro publicaram o First Folio, uma coletánea de suas obras dramáticas que incluía todas as peças (com a exceção de duas) reconhecidas atualmente como sendo de sua autoria.

Shakespeare foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra hoje no século XIX. Os românticos, especialmente, aclamaram a genialidade de Shakespeare, e os vitorianos idolatraram-no como um herói, com uma reverência que George Bernard Shaw chamava de "bardolatria".[6] No século XX sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos, tanto na academia e quanto na performance. Suas peças permanecem extremamente populares hoje em dia , e são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos, por todo o mundo.


Nome

Embora o mundo o conheça como William Shakespeare, na época de Elizabeth I de Inglaterra a ortografia não era fixa e absoluta, então encontrou-se nos documentos os nomes Shakspere, Shaksper e Shake-speare.


Vida


Primeiros anos

Acredita-se que William Shakespeare foi filho de John Shakespeare, um bem-sucedido luveiro e sub-prefeito de Straford (depois comerciante de lãs), vindo de Snitterfield, e Mary Arden, filha afluente de um rico proprietário de terras. Embora a sua data de nascimento seja desconhecida, admite-se a de 23 de Abril de 1564 com base no registro de seu batizado, a 26 do mesmo mês, devido ao costume, à época, de se batizarem as crianças três dias após o nascimento. Shakespeare foi o terceiro filho de uma prole de oito e o mais velho a sobreviver.

Muitos concordam que William foi educado em uma excelente grammar schools da época, um tipo de preparação para a Universidade. No entanto, Park Honan conta, em Shakespeare, uma vida que John foi obrigado a tirá-lo desta escola, quando William deveria ter quinze ou dezesseis anos (algumas fontes citam doze anos). Na década de 1570, John passou a ter um declínio econômico que o impossibilitou junto aos credores e teve um desagradável descenso da sociedade. Acredita-se que, por causa disso, logo o jovem Shakespeare possuiu uma formação colegial incompleta. Segundo certos biógrafos, Shakespeare precisou trabalhar cedo para ajudar a família, aprendendo, inclusive, a tarefa de esquartejar bois e até abater carneiros.

Em 1582, aos 18 anos de idade, casou-se com Anne Hathaway, uma mulher de 26 anos, que estava grávida. Há fontes que dizem que Shakespeare queria ter uma vida mais favorável ao lado de uma esposa rica. O casal teve uma filha, Susanna, e dois anos depois, os gêmeos Hamnet e Judith.

Após o nascimento dos gêmeos, há pouquíssimos vestígios históricos a respeito de Shakespeare, até que ele é mencionado como parte da cena teatral de Londres em 1592. Devido a isso, estudiosos referem-se aos anos 1585 e 1592 como os Anos perdidos de Shakespeare.

As tentativas de explicar por onde andou William Shakespeare durante esses seis anos, foi o motivo pelo qual surgiram dezenas de anedotas envolvendo o dramaturgo. Nicholagas Rowe, o primeiro biógrafo de Shakespeare, conta que ele fugiu de Stratford para Londres devido a uma acusação envolvendo o assassinato de um veado numa caça furtiva, em propriedade alheia (provavelmente de Thomas Lucy). Outra história do século XVIII é a de que Shakespeare começou uma carreira teatral com os Lord Chamberlains.

Foi em Londres onde se atribui a Shakespeare seus momentos de maiores oportunidades para destaque. Não se sabe de exato quando Shakespeare começara a escrever, mas alusões contemporâneas e registros de performances mostram que várias de suas peças foram representadas em Londres em 1592. Neste período, o contexto histórico favorecia o desenvolvimento cultural e artístico, pois a Inglaterra vivia os tempos de ouro sob o reinado da rainha Elizabeth I. O teatro deste período, conhecido como teatro elisabetano, foi de grande importância e primor para os ingleses da alta sociedade. Na época, o teatro também era lido, e não apenas assistido e encenado. Havia companhias que compravam obras de autores em voga e depois passavam a vender o repertório às tipografias. As tipografias imprimiam os textos e vendiam a um público leitor que crescia cada vez mais. Isso fazia com que as obras ficassem em domínio público.

Biógrafos sugerem que sua carreira deve ter começado a qualquer momento a partir de meados dos anos 1580. Ao lado do The Globe, haveria um matadouro, onde aprendizes do açougue deveriam trabalhar. Ao chegar em Londres, há uma tradição que diz que Shakespeare não tinha amigos, dinheiro e estava pobre, completamente arruinado. Segundo um biógrafo do século XVIII, ele foi recebido pela companhia, começando num serviço pequeno, e logo fora subindo de cargo, chegando provavelmente à carreira de ator. Há referências que apresentam Shakespeare como um cavalariço. Ele dividiria seu emprego entre tomar conta dos cavalos dos espectadores do teatro, atuar no palco e auxiliar nos bastidores. Segundo Rowe, Shakespeare entrou no teatro como ponto, encarregado de avisar os atores o momento de entrarem em cena. O então cavalariço provavelmente tinha vontade mesmo era de atuar e de escrever.

Seu talento limitante como ator teria o inspirado a conhecer como funcionava o teatro e seu poeta interior foi floreando, floreando, foi lembrando-se dos textos dos mestres dramáticos da escola, e começou a experimentar como seria escrever para teatro. Desde 1594, as peças de Shakespeare foram realizadas apenas pelo Lord Chamberlain's Men. Com a morte de Elizabeth I, em 1603, a companhia passou a atribuir uma patente real ao novo rei, James I da Inglaterra, mudando seu nome para King's Men (Homens do Rei).

Todas as fontes marcam o ano de 1599 como o ano da fundação oficial do Globe Theatre. Foi fundado por James Burbage e ostentava uma insígnia de Hércules sustentando o globo terrestre. Registros de propriedades, compras, investimentos de Shakespeare o tornou um homem rico. William era sócio do Globe. O edifício tinha forma octogonal, com abertura no centro. Não existia cortina e, por causa disso, os personagens mortos deveriam ser retirados por soldados, como mostra-se em Hamlet. Inclusive, todos os papéis eram representados pelos homens, sendo os mais jovens os encarregados de fazerem papéis femininos. Em 1597, fontes dizem que ele comprou a segunda maior casa em Stratford, a New Place. De 1601 a 1608, especula-se que ele esteve motivado para escrever Hamlet, Otelo e Macbeth. Em 1613, O Globe Theatre foi destruído pelo fogo. Alguns biógrafos dizem que foi durante a representação da peça Henry VIII.

Shakespeare teria estado um tanto cansado e por esse motivo resolveu se desligar do Globe e voltar para Stratford, onde a família o esperava.
Possível assinatura de Shakespeare.


Últimos anos e morte

Após 1606-7, Shakespeare escreveu peças menores, que jamais são atribuídas como suas após 1613. Suas últimas três obras foram colaborações, talvez com John Fletcher, que sucedeu-lhe com o cargo de dramaturgo no King's Men. Escreveu a sua última peça, A Tempestade terminada somente em 1613.[7]
Em Strantford, a tumba de Shakespeare.

Então, Rowe foi o primeiro biógrafo a dizer que Shakespeare teria voltado para Stratford algum tempo antes de sua morte; mas a aposentadoria de todo o trabalho era rara naquela época; e Shakespeare continuou a visitar Londres. Em 1612, foi chamado como testemunha em um processo judicial relativo ao casamento de sua filha Mary. Em março de 1613, comprou uma gatehouse no priorado de Blackfriars; a partir de novembro de 1614, ficou várias semanas em Londres ao lado de seu genro John Hall.

William Shakespeare morreu em 23 de Abril de 1616, mesmo dia de seu aniversário. Susanna havia se casado com um médico, John Hall, em 1607, e Judith tinha se casado com Thomas Quiney, um vinificador, dois meses antes da morte do pai. A morte de Shakespeare envolve mistério ainda hoje. No entanto, é óbvio que existam diversas anedotas. A que mais se propagou é a de que Shakespeare estaria com uma forte febre, causada pela embriaguez. Recebendo a visita de Ben Jonson e de Michael Drayton, Shakespeare bebeu demais e, segundo diversos biógrafos, seu estado se agravou.

Bom amigo, por Jesus, abstém-te
de profanar o corpo aqui enterrado.
Bendito seja o homem que respeite estas pedras,
e maldito o que remover meus ossos.
Epitáfio na tumba de Shakespeare

Admite-se que Shakespeare deixou como herança sua segunda melhor cama para a esposa. Em sua vontade, ele deixou a maior parte de sua propriedade à sua filha mais velha, Susanna. Essa herança intriga biógrafos e estudiosos porque, afinal, como Anne Hathaway aguentaria viver mais ou menos vinte anos cuidando de seus filhos, enquanto Shakespeare fazia fortuna em Londres? O escritor inglês Anthony Burgess tem uma explicação ficcional sobre esse assunto. Em Nada como o Sol, um livro de sua autoria, ele cita Shakespeare espantado em um quarto diante de seu irmão Richard e de sua esposa Anne; estavam nus e abraçados.

Os restos mortais de Shakespeare foram sepultados na igreja da Santíssima Trindade (Holy Trinity Church) em Stratford-upon-Avon. Seu túmulo mostra uma estátua vibrante, em pose de literário, mais vivo do que nunca. A cado ano, na comemoração de seu nascimento, é colocada uma nova pena de ave na mão direita de sua estátua. Acredita-se que Shakespeare temia o costume de sua época, em que provavelmente havia a necessidade de esvaziar as mais antigas sepulturas para abrir espaços à novas e, por isso, há um epitáfio na sua lápide, que anuncia a maldição de quem mover seus ossos.

Com a morte de Shakespeare, a Inglaterra passou por alguns momentos políticos e religiosos. Jaime I morreu em 27 de março de 1625, em Theobalds House, e tão logo sua morte foi anunciada, Carlos I, seu filho com Ana da Dinamarca, assumiu o reinado. É válido lembrar que, com a morte de Elizabeth I, Shakespeare e os demais dramaturgos da época não foram prejudicados. Jaime I, o sucessor da rainha, contribuiu para o florescimento artístico e cultural inglês; era um apaixonado por teatro.

Em 1649, a Câmara dos Comuns cria uma corte para o julgamento de Carlos I. Era a primeira vez que um monarca seria julgado na história da Inglaterra. No dia 29 de janeiro do mesmo ano, Carlos I foi condenado a morte por decapitação. Ele foi decapitado no dia seguinte. Foi enterrado no dia 7 de fevereiro na Capela de St.George do Castelo de Windsor em uma cerimônia privada.

Nota: É bem conhecida a coincidência das datas de morte de dois dos grandes escritores da humanidade, Miguel de Cervantes e William Shakespeare, ambos com data de falecimento em 23 de Abril de 1616). Porém, é importante notar que o Calendário gregoriano já era utilizado na Espanha desde o século XVI, enquanto que na Inglaterra sua adoção somente ocorreu em 1751. Daí, em realidade, Miguel de Cervantes faleceu dez dias antes de William Shakespeare
 
 
Peças

Os eruditos costumam anotar quatro períodos na carreira de dramaturgia de Shakespeare. Até meados de 1590, escreveu principalmente comédias, influenciado por modelos das peças romanas e italianas. O segundo período iniciou-se aproximadamente em 1595, com a tragédia Romeu e Julieta e terminou com A Tragédia de Júlio César, em 1599. Durante esse tempo, escreveu o que são consideradas suas grandes comédias e histórias. De 1600 a 1608, o que chamam de "período sombrio", Shakespeare escreveu suas mais prestigiadas tragédias: Hamlet, Rei Lear e Macbeth. E de aproximadamente 1608 a 1613, escrevera principalmente tragicomédias e romances.

Os primeiros trabalhos gravados de Shakespeare são Ricardo III' e as três partes de Henry V, escritas em 1590, adiantados durante uma moda para o drama histórico. É difícil datar as primeiras peças de Shakespeare, mas estudiosos de seus textos sugerem que A Megera Domada, A Comédia dos Erros e Titus Andronicus pertecem também ao seu primeiro período. Suas primeiras histórias, parecem dramatizar os resultados destrutivos e fracos ou corruptos do Estado e têm sido interpretadas como uma justificação para as origens da dinastia Tudor. Suas composições foram influenciadas por obras de outros dramaturgos isabelinos, especialmente Thomas Kyd e Christopher Marlowe, pelas tradições do teatro medieval e pelas peças de Sêneca. A Comédia dos Erros também foi baseada em modelos clássicos.

As clássicas comédias de Shakespeare, contendo plots (centro da ação, o núcleo da história) duplos e sequências cênicas de comédia, cederam, em meados de 1590, para uma atmosfera romântica em que se encontram suas maiores comédias. Sonho de uma Noite de Verão é uma mistura de romance espirituoso, fantasia, e envolve também a baixa sociedade. A sagacidade das anotações de Muito Barulho por Nada', a excelente definição da área rural de Como Gostais, e as alegres sequências cênicas de Noite de Reis completam essa sequência de ótimas comédias. Após a peça lírica Ricardo II, escrito quase inteiramente em versículos, Shakespeare introduziu em prosa as histórias depois de 1590, incluindo Henry VI, parte I e II, e Henry V.

Seus personagens tornam-se cada vez mais complexos e alternam entre o cômico e o dramático ou o grave, ou o trágico, expandindo, dessa forma, suas próprias identidades. Esse período entre essas tais alternações começa e termina com duas tragédias: Romeu e Julieta, sem dúvida alguma sua peça mais famosa e a história sobre a adolescência, o amor e a morte; e Júlio César. O período chamado "período trágico" durou de 1600 a 1608, embora durante esse período ele tenha escrito também a "peça cômica" Medida por medida. Muitos críticos acreditam que as maiores tragédias de Shakespeare representam o pico de sua arte. Seu primeiro herói, Hamlet, provavelmente é o personagens shakesperiano mais discutido do que qualqueis outros, em especial pela sua frase "Ser ou não ser, eis a questão". Ao contrário do reflexivo e pensativo Hamlet, os heróis das tragédias que se seguiram, em especial Otelo e Rei Lear, são precipitados demais e mais agem do que pensam. Essas precipitações sempre acabam por destruir o herói e frequentemente aqueles que ele ama. Em Otelo, o vilão Iago acaba assassinando sua mulher inocente, por quem era apaixonado. Em Rei Lear, o velho rei comete o erro de abdicar de seus poderes, provocando cenas que levam ao assassinato de sua filha e à tortura e a cegueira do Conde de Glócester. Segundo o crítico Frank Kermode, "a peça não oferece nenhum personagem divino ou bom, e não supre da audiência qualquer tipo de alívio de sua crueldade". Em Macbeth, a mais curta e compactada tragédia shakesperiana, a incontrolável ambição de Macbeth e sua esposa, Lady Macbeth, de assassinar o rei legítimo e usurpar seu trono, até à própria culpa de ambos diante deste ato, faz com que os dois se destruam. Portanto, Hamlet seria seu personagem talvez mais admirado. Hamlet reflete antes da ação em si, é inteligente, perceptivo, observador, profundamente proprietário de uma grande sabedoria diante dos fatos. Suas últimas e grandes tragédias, Antônio e Cleópatra e Coriolano contêm algumas das melhores poesias de Shakespeare e foram consideradas as tragédias de maior êxito pelo poeta e crítico T.S. Eliot.

No seu último período, Shakespeare centrou-se na tragicomédia e no romance, completando suas três mais importantes peças dessa fase: Cimbelino, Conto de Inverno e A Tempestade, e também Péricles, príncipe de Tiro. Menos sombrias do que as tragédias, essas quatro peças revelam um tom mais grave da comédia que costumavam produzir na década de 1590, mas suas personagens terminavam com reconciliação e o perdão de seus erros. Certos comentadores vêem essa mudança de estilo como uma forma de visão da vida mais serena por parte de Shakespeare. Shakespeare colaborou com mais dois trabalhos, Henry VIII e Dois parentes nobres, provavelmente com John Fletcher.



Performances

Ainda não está claro para as companhias as datas exatas de quando Shakespeare escreveu suas primeiras peças. O título da página da edição de 1594 de Titus Andronicus revela que a peça havia sido encenada por três diferentes companhias. Após a peste negra de 1592-3, as peças shakesperianas foram realizadas por sua própria empresa no The Theatre e no The Curtain, em Shoreditch. As multidões londrinas foram ver a primeira parte de Henrique IV. Depois de uma disputa com o caseiro, o teatro foi desmantelado e a madeira usada para a construção do Globe Theatre, a primeira casa de teatro construída por atores para atores. A maioria das peças shakesperianas pós-1599 foram escritas para o Globe, incluindo Hamlet, Otelo e Rei Lear.

Quando a Lord Chamberlain's Men mudou seu nome para King's Men, em 1603, eles entraram com uma relação especial com o novo rei, James I. Embora as performances realizadas são díspares, o King's Men realizou sete peças shakesperianas perante à corte, entre 1 de novembro de 1604 e 31 de outubro de 1605, incluindo duas performances de O mercador de Veneza. Depois de 1608, eles a realizaram no teatro Blackfriars Theatre. A mudança interior, combinada com a moda jacobina de aprimorar a montagem dos palcos e cenários, permitiu com que Shakespeare pudesse introduzir uma fase com dispositivos e recursos mais elaborados. Em Cibelino, por exemplo, "Júpiter desce em trovão e relâmpagos, sentado em uma águia e lança um raio".

Os atores da empresa de Shakespeare incluem o famoso Richard Burbage, William Kempe, Henry Condell e John Heminges. Burbage desempenhou um papel de liderança em muitas performances das peças de Shakespeare, incluindo Richard III, Hamlet, Otelo e Rei Lear. O popular ator cômico Will Kempe encenou o agente Peter em Romeu e Julieta e também encenou em Muito barulho por nada. Kempe fora substituído na virada do século XVI por Robert Armin, que desempenhou papéis como a de Touchstone em Como Gostais e os palhaços no Rei Lear. Sabe-se que em 1613, Sir Henry Wotton encenou Henry VIII e foi nessa encenação que o Globe foi devorado por um incêndio causado por um canhão. Imagina-se que Shakespeare, já retirado em Stratford-on-Avon, retornou para auxiliar na recuperação do prédio.


Imortalidade

Em 1623, John Heminges e Henry Condell, dois amigos de Shakespeare no King's Men, publicaram uma compilação póstuma das obras teatrais de Shakespeare, conhecida como First Folio. Contém 36 textos, sendo que 18 impressos pela primeira vez. Não há evidências de que Shakespeare tenha aprovado essa edição, que o First Folio define como "stol'n and surreptitious copies". No entanto, é nele em que se encontram um material extenso e rico do trabalho de Shakespeare.

As peças shakesperianas são peculiares, complexas, misteriosas e com um fundo psicológico espantoso. Uma das qualidades do trabalho de Shakespeare foi justamente sua capacidade de individualizar todos seus personagens, fazendo com que cada um se tornasse facilmente identificado. Shakespeare também era excêntrico e se adaptava a gêneros diferentes. Trabalhando com o sombrio e com o divertido ou cômico, Shakespeare conseguiu chegar perto da unanimidade.

Diversos filósofos e psicanalistas estudaram as obras de Shakespeare e a maioria encontrou uma riqueza psicológica e existencial. Entre eles, Arthur Schopenhauer, Freud e Goethe são os que mais se destacam. No Brasil, Machado de Assis foi muito influenciado pelo dramaturgo. Diversas fontes alegam que Bentinho, de Dom Casmurro, seja a versão tropical de Otelo. A revolta dos canjicas, em O Alienista, é provavelmente uma outra versão da revolta fracassada do Jack Cage, descrita em Henrique IV. Na introdução de A Cartomante, Assis utiliza a frase "há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe vossa vã filosofia", frase que pode ser encontrada em Hamlet.



Poemas


Em 1593 e 1594, quando os teatros foram fechados por causa da peste, Shakespeare publicou dois poemas eróticos, hoje conhecidos como Vênus e Adônis e O Estupro de Lucrécia. Ele os dedica a Henry Wriothesley, o que fez com que houvesse várias especulações a respeito dessa dedicatória, fato esse que veremos mais tarde. Em Vênus e Adônis, um inocente Adônis rejeita os avanços sexuais de Vênus (mitologia); enquanto que o segundo poema descreve a virtuosa esposa Lucrécia que é violada sexualmente. Ambos os poemas, influenciados pela obra Metamorfoses, do poeta latino Ovídio, demonstram a culpa e a confusão moral que resultam numa determinada volúpia descontrolada. Ambos tornaram-se populares e foram diversas vezes republicados durante a vida de Shakespeare. Uma terceira narrativa poética, A Lover's Complaint, em que uma jovem lamenta sua sedução por um persuasivo homem que a cortejou, fora impresso na primeira edição do Sonetos em 1609. A maioria dos estudiosos hoje em dia aceitam que fora Shakespeare quem realmente escreveu o soneto A Lover's Complaint. Os críticos consideram que suas qualidades são finas e dirigidas por efeitos.



Sonetos

Publicado em 1609, a obra Sonetos foi o último trabalho publicado de Shakespeare sem fins dramáticos. Os estudiosos não estão certos de quando cada um dos 154 sonetos da obra foram compostos, mas evidências sugerem que Shakespeare as escreveu durante toda sua carreira para leitores particulares.

Ainda fica incerto se estes números todos representam pessoas reais, ou se abordam a vida particular de Shakespeare, embora Wordsworth acredite que os sonetos abriram suas emoções. A edição de 1609 foi dedicada a "Mr. WH", creditado como o único procriados dos poemas. Não se sabe se isso foi escrito por Shakespeare ou pelo seu editor Thomas Thorpe, cuja sigla aparece no pé da página da dedicação; nem se sabe quem foi Mr. WH, apesar de inúmeras teorias terem surgido a respeito.

Os críticos elogiam os sonetos e comentam que são uma profunda meditação sobre a natureza do amor, a paixão sexual, a procriação, a morte e o tempo.



Especulações quanto à sua identidade

Alguns estudiosos e pesquisadores acreditam na hipótese de que Shakespeare não seja realmente o autor das próprias obras, discutindo a questão da identidade de Shakespeare. A maioria dos pesquisadores, porém, despreza essa hipótese.



Principais obras



Comédias

    * Sonho de uma Noite de Verão
    * O Mercador de Veneza
    * A Comédia dos Erros
    * Os Dois Cavalheiros de Verona
    * Muito Barulho por Nada
    * Noite de Reis
    * Medida por Medida
    * Conto do Inverno
    * Cimbelino
    * A Megera Domada
    * A Tempestade
    * Como Gostais
    * Tudo Bem quando Termina Bem
    * As Alegres Comadres de Windsor
    * Trabalhos de Amores Perdidos
    * Péricles, Príncipe de Tiro



Tragédias

    * Tito Andrônico
    * Romeu e Julieta
    * Júlio César
    * Macbeth
    * Antônio e Cleópatra
    * Coriolano
    * Timão de Atenas
    * Rei Lear
    * Otelo, o Mouro de Veneza
    * Hamlet
    * Tróilo e Créssida
    * A Tempestade



Dramas históricos

    * Rei João
    * Ricardo II
    * Ricardo III
    * Henrique IV, Parte 1
    * Henrique IV, Parte 2
    * Henrique V
    * Henrique VI, Parte 1
    * Henrique VI, Parte 2
    * Henrique VI, Parte 3
    * Henrique VIII
    * Eduardo III
 
 
Fonte: Wikipédia

Dante Alighieri Vida e Obra (29/05/1265 — 13 ou †14/09/1321)

Dante Alighieri (29/05/1265 - 13 ou †14/09/1321)foi um escritor, poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como il sommo poeta ("o sumo poeta").

Seu nome, segundo o testemunho do filho Jacopo Alighieri, era um hipocorístico de "Durante". [1] Nos documentos, era seguido do patronímico "Alagherii" ou do gentílico "de Alagheriis", enquanto a variante "Alighieri" afirmou-se com o advento de Boccaccio.

Foi muito mais do que apenas um literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico, La Divina Commedia (A Divina Comédia), que se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a afirmação do modo medieval de entender o mundo. Nasceu em Florença, onde viveu a primeira parte da sua vida até ser injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física de sua terra natal: foi abandonado por seus parentes. Apesar dessa condição, seu amor incondicional e capacidade visionária o transformaram no mais importante pensador de sua época.
 
 
Vida

Primeiros anos de vida e família
Afresco transferido da madeira, por Andrea del Castagno.

Não há registro oficial da data de nascimento de Dante. Ele informa ter nascido sob o signo de Gêmeos, entre fim de Maio e meados de Junho. A referência mais confiável é a data de 29 de maio de 1265. Dante, na verdade, é uma abreviação de seu real nome, Durante. Nasceu numa importante família florentina (cujo apelido era, na realidade, Alaghieri) comprometida politicamente com o partido dos Guelfos, uma aliança política envolvida em lutas com outra facção de florentinos: os Gibelinos. Os Guelfos estavam ainda divididos em "Guelfos Brancos" e "Guelfos Negros". Dante, no Inferno (XV, 76), pretende dizer que a sua família tem raízes na Roma Antiga, ainda que o familiar mais antigo que se lhe conhece (citado pelo próprio Dante, no livro Paraíso, (XV, 135), seja Cacciaguida do Eliseu, que terá vivido, quando muito, à volta do ano 1100 (o que, relativamente ao próprio Dante, não é muito antigo).

O seu pai, Alighiero di Bellincione, foi um "Guelfo Branco'. Não sofreu, porém, qualquer represália após a vitória do partido Gibelino na Batalha da Montaperti. Essa consideração por parte dos próprios inimigos denota, com alguma segurança, o prestígio da família.

A mãe de Dante chamava-se Dona Bella degli Abati, nome algo comentado por significar "a bela dos abades", ainda que Bella seja uma contracção de Gabriella. Morre quando Dante conta apenas com 5 ou 6 anos de idade. Alighiero rapidamente se casa com Lapa di Chiarissimo Cialuffi. (Há alguma controvérsia quanto a esse casamento, propondo alguns autores que os dois se tenham unido sem contrair matrimónio, graças a dificuldades levantadas, na época, ao casamento de viúvos). Dela nasceram o irmão de Dante, Francesco, e Tana (Gaetana), sua irmã.

Com a idade de 12 anos, em 1277, sua família impôs o casamento com Gemma, filha de Messe Manetto Donati, prática comum -- tanto no arranjo quanto na idade -- na época. Era dada uma importância excepcional à cerimónia que decorria num ambiente muito formal, com a presença de um notário. Dante teve vários filhos de Gemma. Como acontece, geralmente, com pessoas famosas, apareceram muitos supostos filhos do poeta. É provável, no entanto, que Jacopo, Pietro e Antonia fossem, realmente, seus filhos. Antonia tomou o hábito de freira, com o nome de Irmã Beatriz. Um outro homem, chamado Giovanni, reclamou também a filiação mas, apesar de ter estado com Dante no exílio, restam algumas dúvidas quanto à pretensão.
 
Pouco se sabe sobre a educação de Dante, presumindo-se que tivesse estudado em casa, de forma autodidata. Sabe-se que estudou a poesia toscana, talvez com a ajuda de Brunetto Latini (numa idade posterior, como se dirá de seguida). A poesia toscana centrava-se na "Scuola poetica siciliana", um grupo cultural da Sicília que se dava a conhecer, na altura, na Toscânia. Esse interesse depressa se alargou a outros autores, dos quais se destacam os menestréis e poetas provençais, além dos autores da Antiguidade Clássica latina (de entre os quais elegia, preferencialmente, Virgílio, ainda que também tivesse conhecimento da obra de Horácio, Ovídio, Cícero e, de forma mais superficial, Tito Lívio, Séneca, Plínio e outros de que encontramos bastantes referências na Divina Comédia.

É importante referir que durante estes séculos escuros (em italiano "Secoli Bui", expressão usada por alguns para referir-se à Idade Média, designando-a como "Idade das trevas" - noção que hoje em dia é rebatida por muitos historiadores que demonstram que essa época foi muito mais rica culturalmente do que aquilo que a tradição pretende demonstrar), a Península Itálica era politicamente dividida em um complexo mosaico de pequenos estados, de modo que a Sicília estava tão longe, cultural e politicamente, de Florença quanto a Provença. As regiões do que hoje é a Itália ainda não compartilhavam a mesma língua nem a mesma cultura, também em virtude das vias de comunicação deficitárias. Não obstante, é notório o espírito curioso de Dante que, sem dúvida, pretendia estar a par das novidades culturais a um nível internacional.

Aos dezoito anos, com Guido Cavalcanti, Lapo Gianni, Cino da Pistoia e, pouco depois, Brunetto Latini, Dante lança o Dolce Stil Nuovo. Na Divina Comédia (Inferno, XV, 82), faz-se uma referência especial a Brunetto Latini, onde se diz que terá instruído Dante. Tanto na Divina Comédia como na Vita Nuova depreende-se que Dante se terá interessado por outros meios de expressão como a pintura e a música.

Ainda jovem (18 anos), conheceu Beatrice Portinari, a filha de Folco dei Portinari, ainda que, crendo no próprio Dante, a tenha fixado na memória quando a viu pela primeira vez, com nove anos (teria Beatriz, nessa altura, 8 anos). Há quem diga, no entanto, que Dante a viu uma única vez, nunca tendo falado com ela. Não há elementos biográficos que comprovem o que é que seja.
Retrato por Gustave Doré.

É difícil interpretar no que consistiu essa paixão, mas, é certo, foi de importância fulcral para a cultura italiana. É sob o signo desse amor que Dante deixa a sua marca profunda no Dolce Stil Nuovo e em toda a poesia lírica italiana, abrindo caminho aos poetas e escritores que se lhe seguiram para desenvolverem o tema do Amor (Amore) que, até então, não tinha sido tão enfatizado. O Amor por Beatriz (tal como o amor que Petrarca demonstra por Laura, ainda que numa perspectiva diferente) aparece como a justificativa da poesia e da própria vida, quase se confundindo com as paixões políticas, igualmente importantes para Dante.

Quando Beatriz morre, em 1290, Dante procura refúgio espiritual na filosofia da Literatura latina. Pelo Convívio, sabemos que leu a "De consolatione philosophiae", de Boécio, e a "De amicita", de Cícero. Dedicou-se, pois, ao estudo da filosofia em escolas religiosas, como a Dominicana de Santa Maria Novella, tanto mais que ele próprio era membro da Ordem Terceira de São Domingos. Participou nas disputas entre místicos e dialécticos, que se travavam, então, em Florença nos meios académicos, e que se centravam em torno das duas ordens religiosas mais relevantes. Por um lado, os Franciscanos, que defendiam a doutrina dos místicos (São Boaventura), e, por outro, os Dominicanos, que se socorriam das teorias de São Tomás de Aquino. A sua paixão "excessiva" pela filosofia é criticada por Beatriz (representando a Teologia), no Purgatório.

Dante participou, também, na vida militar da época. Em 1289 combateu ao lado dos cavaleiros florentinos, contra os de Arezzo, na batalha de Campaldino, em 11 de Junho. Em 1294, estava com os soldados que escoltavam Carlos Martel (filho de Carlos de Anjou e herói de Poitiers) quando este estava em Florença.

Foi, também, médico e farmacêutico; não pretendia exercer essas profissões mas, segundo uma lei de 1295, todo nobre que pretendesse tomar um cargo público devia pertencer a uma das Guildas (Corporazioni di Arti e Mestieri - ou seja, "Corporação de Artes e Ofícios"). Ao entrar na guilda dos boticários, Dante podia, assim, aceder à vida política. Esta profissão não era, de todo, inadequada para Dante, já que, na época, os livros eram vendidos nos boticários. De 1295 a 1300, fez parte do "Conselho dos Cem" (o Conselho da Comuna de Florença), onde fez parte dos seis priores que governavam a cidade.

O envolvimento político de Dante acarretou-lhe vários problemas. O Papa Bonifácio VIII tinha a intenção de ocupar militarmente Florença. Em 1300, Dante estava em San Gimignano, onde preparava a resistência dos guelfos toscanos contra as intrigas papais. Em 1301, o papa enviou Carlos de Valois, (irmão de Felipe o Belo, rei de França), como pacificador da Toscânia. O governo de Florença, no entanto, já recebera mal os embaixadores papais, semanas antes, de forma a repelir qualquer influência da Santa Sé. O Conselho da cidade enviou, então, uma delegação a Roma, com o fim de indagar ao certo as intenções do Sumo Pontífice. Dante chefiava essa delegação.
 
 
Exílio e morte

Bonifácio rapidamente enviou os outros representantes de Florença de volta, retendo apenas Dante em Roma. Entretanto, a 1 de Novembro de 1301, Carlos de Valois entrava em Florença com os Guelfos Negros que, por seis dias, devastaram a cidade e massacraram grande número de partidários da facção branca. Instalou-se, então, um governo apoiante dos Guelfos Negros, e Cante dei Gabrielli di Gubbio foi nomeado "Podestà" (funcionário público designado pelas famílias mais influentes da cidade). Dante foi condenado, em Florença, ao exílio por dois anos, além de ser condenado a pagar uma elevada multa em dinheiro. Estando ainda em Roma, o papa "sugeriu-lhe" que aí se mantivesse, sendo considerado, a partir de então, um proscrito. Não tendo pago a multa, foi, por consequência, condenado ao exílio perpétuo. Se fosse, entretanto, capturado por soldados de Florença, seria sumariamente executado, queimado vivo. O poeta participou em várias tentativas para repor os Guelfos Brancos no poder; em Florença, no entanto, devido a diversas traições, todas falharam. Dante, amargurado com o tratamento de que foi alvo por parte dos seus inimigos, afligia-se também com a inacção dos seus antigos aliados. Declarou solenemente, na altura, que pertencia a um partido com um único membro. Foi nesta altura que começou a fazer o esboço do que viria a ser a "Divina Comédia", poema constituído por 100 cantos, divididos em 3 livros ("Inferno", "Purgatório" e "Paraíso") com 33 cantos cada (exceptuando o primeiro livro que, dos seus 34 cantos, o primeiro é considerado apenas como Canto introdutório).

Foi para Verona, onde foi hóspede de Bartolomeo Della Scala; mudou-se para Sarzana (Ligúria), e, depois, supõe-se que terá vivido algum tempo em Lucca com Madame Gentucca, que o acolheu de forma calorosa (o que, mais tarde, será referido de forma agradecida no Purgatório XXIV,37). Algumas fontes chegam a avançar que terá estado em Paris, entre 1308 e 1310. Outras fontes, menos credíveis, porém, dizem que terá ido até Oxford.

Em 1310, Arrigo VII do Luxemburgo invadia Itália. Dante viu nele a hipótese de se vingar. Escreveu-lhe, bem como a vários príncipes italianos, cartas abertas onde incitava violentamente à destruição do poderio dos Guelfos Negros. Misturando religião e assuntos privados, invocou a ira divina sobre a sua cidade, sugerindo como alvo principal do desagrado de Deus os seus mais tenazes inimigos pessoais.

Em Florença, Baldo d'Aguglione perdoou a maior parte dos Guelfos Brancos que estavam no exílio, permitindo-lhes o seu regresso. Dante, no entanto, tinha ultrapassado largamente os limites toleráveis para o partido negro nas suas cartas a Arrigo VII, pelo que o seu regresso não foi permitido.
"Dante no exílio", autor desconhecido.

Em 1312, Arrigo assalta Florença, derrotando os "Guelfos Negros". Não há, no entanto, qualquer evidência de uma possível participação de Dante no evento. Há quem diga que Dante se recusou a participar num ataque à sua cidade ao lado de um estrangeiro. Outros, porém, sugerem que o seu nome se tinha tornado incómodo para os próprios "Guelfos Brancos", pelo que qualquer traço da sua passagem foi prontamente apagado para a posteridade. Em 1313, com a morte de Arrigo, morre também a esperança de Dante de rever a sua cidade. Volta para Verona onde Cangrande Della Scala lhe permite viver seguro, confortável e, presume-se, com alguma prosperidade. Cangrande é uma das personagens admitidas por Dante no seu Paraíso (XVII, 76).

Em 1315, Florença foi obrigada, por Uguccione della Faggiuola (oficial militar que controlava a cidade) a outorgar amnistia a todos os exilados. Dante constava na lista daqueles que deveriam receber o perdão. No entanto, era exigido que estes pagassem uma determinada multa e, acima de tudo, que aceitassem participar numa cerimónia de cariz religioso onde se retractariam como ofensores da ordem pública. Dante recusou-se a semelhante humilhação, preferindo o exílio.

Quando Uguccione derrota, finalmente, Florença, a sentença de morte que recaía sobre Dante foi comutada numa pena de prisão, sob a única condição de que teria de ir a Florença jurar solenemente que jamais entraria na cidade. Dante não foi. Como resultado, a pena de morte estendeu-se aos seus filhos.

Dante ainda esperou, mais tarde que fosse possível ser convidado por Florença a um regresso honrado. O exílio era como que uma segunda morte, privando-o de muito do que formava a sua identidade. No Canto XVII do Paraíso, Dante refere o quanto era dolorosa para si a vida de exilado, quando o seu trisavô, Cacciaguida, lhe "profetiza" aquilo que o espera:

        . . . Tu lascerai ogne cosa diletta
        più caramente; e questo è quello strale
        che l'arco de lo essilio pria saetta.

        Tu proverai sì come sa di sale
        lo pane altrui, e come è duro calle
        lo scendere e 'l salir per l'altrui scale . . .»

(segue-se uma tradução livre, feita pelo editor da primeira versão deste artigo na Wikipédia Portuguesa):

        ". . . Deixarás tudo aquilo que te agrada
        mais profundamente; é esta seta a tal
        logo no arco do exílio disparada.

        E provarás como é falto de sal
        o pão d' outros, e como é dura estrada
        subir e sair pelas escadas de al."

(Nota: al = outros)

Paraíso, XVII, 55-60. Quanto à esperança de um dia voltar a Florença, Dante descreve o seu sentimento melancólico, como se já estivesse resignado a essa impossibilidade, no Canto XX do Paraíso:

        Se mai continga che 'l poema sacro
        al quale ha posto mano e cielo e terra,
        sì che m'ha fatto per molti anni macro,

        vinca la crudeltà che fuor mi serra
        del bello ovile ov'io dormi' agnello,
        nimico ai lupi che li danno guerra;

        con altra voce omai, con altro vello
        ritornerò poeta, e in sul fonte
        del mio battesmo prenderò 'l cappello . . .

(a tradução que se segue é também uma tradução livre do primeiro editor deste artigo em português):

        Se acontecer que o poema sagrado,
        em que céu e terra puseram mão,
        (magro me fez, de tanto ano passado)

        Vencer a crueldade que em prisão
        me exila do redil onde, cordeiro,
        dormi, oposto aos lobos que o atacam;

        Voz e pêlo distinto do primeiro
        terei, chegando poeta, e me façam
        a testa ornar com folha de loureiro ...

Tumba de Dante, esculpida por Pietro Lombardo.

Paraíso, XXV, 1-9. É claro que isto nunca aconteceu. Os seus restos mortais mantêm-se em Ravena, não em Florença.

Guido Novello da Polenta, príncipe de Ravena, convidou-o para aí morar, em 1318. Dante aceitou a oferta. Foi em Ravena que terminou o "Paraíso" e, pouco depois, falecia, talvez de malária, em 1321, com 56 anos, sendo sepultado na Igreja de San Pier Maggiore (mais tarde chamada Igreja de San Francesco). Bernardo Bembo, pretor de Veneza, decidiu honrar os restos mortais do Poeta, erigindo-lhe um monumento funerário de acordo com a dignidade de Dante Alighieri.

Na sepultura, constam alguns versos de Bernardo Canaccio, amigo de Dante, onde se refere a Florença com os seguintes termos:

    parvi Florentia mater amoris
    "Florença, mãe de pequeno amor"

 
 
Obras


A Divina Comédia descreve uma viagem de Dante através do Inferno, Purgatório, e Paraíso, primeiramente guiado pelo poeta romano Virgílio, autor do poema épico Eneida, através do Inferno e do Purgatório e, depois, no Paraíso, pela mão da sua amada Beatriz (com quem, presumem muitos autores, nunca tenha falado e, apenas visto, talvez, de uma a três vezes). Em termos gerais, os leitores modernos preferem a descrição vívida e psicologicamente interessante para a sensibilidade contemporânea do "Inferno", onde as paixões se agitam de forma angustiada num ambiente quase cinematográfico. Os outros dois livros, o Purgatório e o Paraíso, já exigem outra abordagem por parte do leitor: contêm subtilezas ao nível filosófico e teológico, metáforas dificilmente compreensíveis para a nossa época, requerendo alguma pesquisa e paciência. O Purgatório é considerado, dos três livros, o mais lírico e humano. É interessante verificar que é, também, aquele onde aparecem mais poetas. O Paraíso, o mais pesadamente teológico de todos, está repleto de visões místicas, raiando o êxtase, onde Dante tenta descrever aquilo que, confessa, é incapaz de exprimir (como acontece, aliás, com muitos textos místicos que fazem a história da literatura religiosa). O poema apresenta-se, como se pode ver num dos excertos acima, como "poema sagrado" o que demonstra que Dante leva muito a sério o lado teológico e, quiçá, profético, da sua obra.

O poema chama-se "Comédia" não por ser engraçado mas porque termina bem (no Paraíso). Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens.

Dante escreveu a "Comédia" no seu dialeto local. Ao criar um poema de estrutura épica e com propósitos filosóficos, Dante demonstrava que a língua toscana (muito aproximada do que hoje é conhecido como língua italiana, ou língua vulgar, em oposição ao latim, que se considerava como a língua apropriada para discursos mais sérios) era adequada para o mais elevado tipo de expressão, ao mesmo tempo que estabelecia o Toscano como dialecto padrão para o italiano.
Estátua de Dante na Piazza Dante, Nápoles.

Outras obras importantes do autor são:

    * De Vulgari Eloquentia ("Sobre a Língua vulgar", escrita, curiosamente, em latim);
    * Vita Nova ("Vida Nova"), onde insere sonetos, comentados, onde narra a história do seu amor por Beatriz. A língua utilizada é a toscana, tanto para os poemas (o que não é grande novidade, já que muitas obras líricas tinham sido escritas em língua vulgar) como para os comentários que, pelo seu carácter mais teórico, já inovam ao prescindir do latim.
    * Le Rime - "As rimas", também chamadas de "Canzoniere", onde aparecem vários textos de cariz lírico (sonetos, canções, baladas, sextinas...), onde, novamente, canta o amor idealizado (amor platónico), Beatriz, bem como a Ciência, a Filosofia, a Moral (num sentido alargado do termo);
    * Il Convivio - "O Convívio", de carácter filosófico, é apresentado pelo poeta como um banquete com 14 pratos (simbolizando as canções), acompanhados do pão (os comentários). Faz parte das obras que pretendem dignificar a língua vulgar, tanto mais que Dante chega aqui a citar autores tão importantes como Aristóteles ou São Tomás de Aquino;
    * Monarchia - "Monarquia", onde expõe as suas ideias políticas;
    * Outras obras, consideradas menores, como "As Epístolas", "Éclogas" e "Quaestio de aqua et terra".

Nota: Quando nos referimos a excertos da Divina Comédia, indicamos primeiro o livro (por exemplo, "Inferno"), depois o Canto, em numeração romana; e, finalmente, em numeração árabe, os versos (que aparecem numerados na maior parte das edições da obra).
 
 
Curiosidades

Em 2007, cientistas italianos da Universidade de Bologna recriaram a face de Dante. Crê-se que o modelo seja o mais próximo possível de sua verdadeira aparência. Um seu retrato, feito por Botticelli foi usado como base, junto ao crânio.[2]

Dante, como expoente da literatura universal foi utilizado como referência cultural e didáctica indispensável pela autora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andressen, que o utilizou como personagem no livro infanto-juvenil "O Cavaleiro da Dinamarca", onde é apresentado às jovens gerações como alguém que terá tido contacto com realidades transcendentes ou que, não as tendo tido, deixou, ainda assim, uma obra por si mesma transcendente.
 
 
Reabilitação

Em julho de 2008 o Comitê Cultural de Florença revogou o exílio e concedeu a seus herdeiros, como forma de compensação a mais alta honraria da cidade, Il Fiorino D'Oro. A proposta, aprovada na Câmara de Vereadores da cidade,foi apresentada pelo vereador Enrico Bosi, do Partido Povo da Liberdade, tendo sido aprovada por apenas um voto acima do quórum mínimo, uma vez que recebeu oposição de muitos vereadores da esquerda, que a consideraram apenas uma forma de beneficiar o único herdeiro vivo de Dante, Peralvise Serego Alighieri, um produtor de vinho da região de Valpolicella[3].
 
 
Fonte: Wikipédia

Guimarães Rosa Vida e Obra (27/06/1908 — †19/11/1967)

João Guimarães Rosa, mais conhecido como Guimarães Rosa (27/06/1908 — †19/11/1967) foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi também médico e diplomata.

Os contos e romances escritos por João Guimarães Rosa ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro. A sua obra destaca-se, sobretudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela influência de falares populares e regionais. Tudo isso, somado a sua erudição, permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas.


Biografia

Foi o primeiro dos sete filhos de Florduardo Pinto Rosa ("Fulô") e de D. Francisca Guimarães Rosa ("Chiquitinha").

Autodidata, começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês quando ainda não tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde:
“     Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.     ”

Ainda pequeno, mudou-se para a casa dos avós, em Belo Horizonte, onde concluiu o curso primário. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João del-Rei, mas logo retornou a Belo Horizonte, onde se formou. Em 1925, matriculou-se na então "Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais", com apenas 16 anos.

Em 27 de junho de 1930, casou-se com Lígia Cabral Penna, de apenas 16 anos, com quem teve duas filhas: Vilma e Agnes. Ainda nesse ano se formou e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que passou a ter contato com os elementos do sertão que serviram de referência e inspiração a sua obra.

De volta de Itaguara, Guimarães Rosa serviu como médico voluntário da Força Pública (atual Polícia Militar), durante a Revolução Constitucionalista de 1932, indo para o setor do Túnel em Passa-Quatro (MG) onde tomou contato com o futuro presidente Juscelino Kubitschek, naquela ocasião o médico-chefe do Hospital de Sangue. Posteriormente, entrou para o quadro da Força Pública, por concurso. Em 1933, foi para Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Aprovado em concurso para o Itamaraty, passou alguns anos de sua vida como diplomata na Europa e na América Latina.

No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganhado, no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto, em Israel.

No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967, chegou a afirmar sob tom sarcástico: "...a gente morre é para provar que viveu."[1] Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional". Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de Riobaldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Riobaldo (Rosa-IO-bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática.
 
 
Contexto literário

Realismo mágico, regionalismo, liberdades e invenções lingüísticas e neologismos são algumas das características fundamentais da literatura de Guimarães Rosa, mas não as suficientes para explicar seu sucesso. Guimarães Rosa prova o quão importante é ter a linguagem a serviço da temática, e vice-versa, uma potencializando a outra. Nesse sentido, o escritor mineiro inaugura uma metamorfose no regionalismo brasileiro que o traria de novo ao centro da ficção brasileira.

Guimarães Rosa também seria incluído no cânone internacional a partir do boom da literatura latino-americano pós-1950. O romance entrara em decadência nos Estados Unidos (onde à época era vitrine da própria arte literária, concorrendo apenas com o cinema), especialmente após a morte de Céline (1951), Thomas Mann (1955), Albert Camus (1960), Hemingway (1961), Faulkner (1962). E, a partir de Cem anos de solidão (1967), do colombiano Gabriel García Márquez, a ficção latino-americana torna-se a representação de uma vitalidade artística e de uma capacidade de invenção ficcional que pareciam, naquele momento, perdidas para sempre. São desse período os imortais Vargas Llosa (Peru), Carlos Fuentes (México), Julio Cortázar (Argentina), Juan Rulfo (México), Alejo Carpentier (Cuba) e mais recentemente Angel Ramá (Uruguai).

Obras

    * 1936: Magma
    * 1946: Sagarana
    * 1947: Com o Vaqueiro Mariano
    * 1956: Corpo de Baile
    * 1956: Grande Sertão: Veredas
    * 1962: Primeiras Estórias
    * 1964: Campo Geral
    * 1965: Noites do Sertão
    * 1967: Tutaméia – Terceiras Estórias
    * 1969: Estas Estórias (póstumo)
    * 1970: Ave, Palavra (póstumo)
 
 
Fonte: Wikipédia
 
 
 

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