Diário de um Cicloturista: hospedagem de graça e churrasco a La Uruguai
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Segunda-feira (14) né? Deveria ser brava, pesada e penosa depois de um super domingo de descanso em Punta del Leste. Parecia que alguma coisa queria que eu ficasse um pouco mais. Pois logo na largada, na avenida que me levaria a saída da cidade, não é que minha câmara de ar traseira estoura? Nesse momento, me lembrei do vídeo que havia feito ontem (13) agradecendo as peças reservas. Tratei de trocar a câmara e seguir viagem.
A ideia era passar em Piriapolis e me hospedar em algum camping em Atlantida. Porém, foram 33 km percorridos em um ritmo bem frenético (ainda bem). A estrada é composta por paisagens lindas e o tempo estava mais que excelente para pedalar e com isso, nem vi o tempo passar. Quando vi, a placa apontando Piriapolis já estava quase passando.
Eu já tinha lido sobre aqui, claro. E a excitação da vontade de chegar aqui ao ver a placa fez com que as pedaladas tomassem um ritmo mais apertado. Na estrada que dá acesso a Piriapolis, me deparei com um ciclista, mas não era um qualquer. Quando eu estava na estrada, passou um cara de moto buzinando e gritando "Dale Dale Dale" várias vezes. E ai, quando assustei... o cara tinha ido, trocou de roupa, pegou a bike (estilo speed) e foi pedalar e no retorno dele, nos emparelhamos.
Ele me apresentou um pouco a cidade e logo fui procurar o hostel. Que por sua vez, não tinha ninguém (que sorte). No retorno do camping me deparei com um senhor que para quebrar o gelo, brincou comigo dizendo que poderia me ajudar com água gelada.
Eu, brinquei que ele poderia me ajudar com um cantinho no quintal dele pra passar a noite, pois tinha bastante água gelada. E não foi que colou?
Tratei de armar barraca antes que ele mudasse de ideia feliz da vida. O pedido não foi atoa. O quintal da casa dele é maravilhoso e como minha barraca pode ficar sem a capa, me deu uma vista invejável é indescritível do céu com uma lua linda, com uma vista pra serra Del Toro (que está atrás de mim) e na frente, serra San Antonio.
Mas descobri que havia um interesse dele também... Ele não era competidor de bike? Quando falei pra ele o que estava fazendo, acho que a paixão dele de competir fez com que o seu espírito uruguaio e acolhedor (que já havia ouvido falar e que vinha ficando cada vez mais visível) de ser, fez a ajuda ser inevitável.
Conversamos sobre um mundo de coisas. Tivemos tempo pra isso... Fomos ao mercado e fizemos uma compra básica para que pudéssemos fazer um churrasco bem a "lá Uruguay" com direito a chouriço, linguiça e rim de boi (é estranho, mas se comer sem preconceitos, pode se surpreender), ele me mostrou a cidade e tudo mais.
Durante o churrasco, no quintal, em frente a barraca, aquela vista nos deu um momento de muita conversa. Ele me contava dos campeonatos e eu das trilhas com meus amigos. O Sr. Gustavo é casado e sua esposa é simplesmente um doce de senhora. Sabe aquelas que dá vontade de abraçar e apertar ela toda? E o fato dela ser secretária da escola que tem aqui perto, deixa a mulher ainda mais graciosa.
Agora fala ai, tinha como ser melhor?
Amanhã (15) vou fazer um turismo nessas montanhas que tem aqui. Porque depois, é só reta.
Um abraço.
Por Rafael Batalha