Padre de Santa Luzia é denunciado por assédio sexual contra funcionárias
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Nessa quinta-feira (28), uma mulher denunciou um conhecido padre por assédio sexual. Ele é dono do colégio onde ela trabalhou por dois anos, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima contou à polícia que o religioso se aproximava dela com diferentes formas de assédio ou importunação sexual.
“Ele tocou meu seio. Só que eu pensei que teria sido um esbarrão. Teve um episódio que ele me chamou na porta do colégio e beijou o canto da minha boca. E aí eu percebi que não era sem querer. Aconteceu de novo. Ele me chamou, na hora de se despedir, tentou beijar minha boca”, descreveu a mulher que não quis se identificar.
Em entrevista ao portal de notícias G1, a mãe da vítima contou que está arrasada. “A gente que é mãe nunca está preparada para ver os filhos da gente passar por situações humilhantes, ainda mais nas condições que a minha filha passou. Eu diria que, assim, de todas as decepções que eu passei na minha vida, nada se compara a essa”, desabafou.
Outras vítimas
A mulher que fez a denúncia à Polícia Civil contou que outras funcionárias também passaram por situações semelhantes. “A gente compartilhava experiências ruins. A gente sempre contava uma para a outra o que que acontecia. Aí foi assim que eu descobri que eu não estava sozinha”, alertou.
A polícia informou que a investigação é feita na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Santa Luzia. O caso tramita em segredo de Justiça para não prejudicar as apurações. Nessa sexta-feira (29), duas mulheres denunciaram o mesmo padre por assédio sexual.
“Por cerca de um ano acontecia esse tipo de abuso. Era beijo forçado, mão dentro da blusa, pra chegar a tocar nos seios, mãos nas pernas. Toda vez que ficava sozinha com ele acontecia. E era só quando eu ficava sozinha”, diz uma das denunciantes.
A outras vítima disse que foi batizada por ele e que estudou na escola. Como funcionária do centro educacional, ela trabalhou por quase cinco anos. Segundo a vítima, falas de mau gosto sempre existiram, mas os abusos físicos começaram há quase dois anos. “Tem o medo de ser só comigo e de ninguém acreditar. Assim, foi durante muito tempo, muito tempo sofrendo isso, sem ter coragem de contar pra alguém”, fala.
Medidas cabíveis
Segundo o advogado Tiago Lenoir, que representa uma das vítimas, às sextas-feiras o padre dava dinheiro para funcionárias, depois de cometer abusos ao longo da semana. Era uma tentativa de comprar o silêncio das mulheres. O pároco é muito conhecido em Santa Luzia. Há 30 anos ele é o responsável pela igreja que fica no bairro São Benedito. Além disso, ele é dono de uma rede de ensino com dois colégios e uma faculdade, na mesma cidade.
Em nota, a Polícia Civil informou que a investigação está ocorrendo sob sigilo e que outras informações serão prestadas em momento oportuno para não atrapalhar os trabalhos investigativos. Os advogados das vítimas disseram que vão procurar o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
A Arquidiocese de Belo Horizonte informou que confia no processo de apuração das denúncias, que busca a verdade em parceria com as autoridades e que, diante da seriedade da questão, é importante ter rapidez nas apurações para que tudo se esclareça.
Da Redação com G1 Minas