Após a polêmica sobre sua viagem à Brasília para realizar oitiva com a funcionária Neyla Rocha Nunes Segredo, uma das envolvidas no processo de cassação, o relator da CPI dos funcionários fantasmas, vereador Dalton Andrade (PT) falou sobre o fato e questionou a demora da comissão para votar o relatório. No dia 16 de fevereiro Dalton entregou o relatório final para apreciação da comissão, mas a votação só deve acontecer no dia 30 de março.

O vereador Dalton foi acusado de colocar em risco os trabalhos da Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) por ter ido à Brasília sem a companhia de nenhum membro da comissão (Veja AQUI). Também foi levantado a hipótese de que Dalton poderia estar buscando alguma forma de anular a CPI caso Marcio Reinaldo fosse considerado culpado, já que o Partido dos Trabalhadores (PT) se tornou base aliada do prefeito.

Em entrevista com o SeteLagoas.com.br, ele afirmou que não agiu influenciado por interesse político e que avisou todos os seus passos ao advogado responsável pela CPI.

Vereador Dalton Andrade/Foto: Cristiane Cândido

Outro ponto levantado por seus colegas foi o fato do vereador Renato Gomes (PV), líder do prefeito, ter acompanhado Dalton na viagem. De acordo com Dalton, alguns membros da CPI não estão interessados nos resultados e sim buscando alguma forma de achar problemas para fazer jogos políticos.

“A sensação é que eles estão manipulando, tentando fazer alguma coisa. Eu não cometi nenhum vício, o advogado do processo não podia ir porque ele não estava mais sendo pago. Fui com o Renato que é uma pessoa de confiança, ele foi de companhia, mas não participou da oitiva. Fui com a intenção de achar a verdade dos fatos, já tinha alguns documentos da pessoa que fui entrevistar, então não estava correndo nenhum risco. Estava com minhas convicções, fazendo coisas que eles (comissão) não fizeram.”

O advogado que vem auxiliando os trabalhos da comissão,  Doutor Henrique Faleiro, confirmou que foi convidado pelo vereador Dalton para o acompanhar até Brasília, mas devido ao fato de seu contrato ter encerrado e a Câmara não ter autorizado sua ida, ele não pode acompanhar o vereador.

De acordo com Dalton, alguns membros da CPI não estão interessados nos resultados e sim buscando alguma forma de achar problemas para fazer jogos políticos/ Foto: Cristiane Cândido

Dalton explicou que foi necessário fazer a viagem para colher dados e fatos que foram essenciais para escrever o relatório. O vereador entregou o relatório final no dia 16 de fevereiro, desde lá a votação já foi adiada por três vezes. O presidente da CPI, vereador Milton Martins, explicou que as reuniões foram canceladas por motivos externos alheios a sua vontade como ausência de alguns membros da CPI, e também devido a eventos realizados na Casa nas mesmas datas agendadas para a reunião.

“Eles estão criando formas de achar algum problema na CPI, não estão interessados no resultado ou no que é a CPI. Me acusaram diversas vezes de que estava demorando para entregar o relatório, até mesmo antes do prazo final. O relatório foi protocolado dia 16 de fevereiro e até agora eles não colocaram em votação. São eles que estão dificultando o processo. Não queriam saber de novidades, não me procuraram em nenhum momento para saber do andamento do trabalho, mas iam para a rádio me acusar, sem apurar os fatos”, desabafou Dalton.

O vereador ainda reforçou que desde o início da investigação vem tentando buscar mais informações sobre o caso e que sua investigação não tem qualquer ligação política. “Meu compromisso é com a verdade, muito antes da aliança do PT com o prefeito eu já era contrário a algumas atitudes que aconteceram dentro da CPI. Imagina assinar documentos sem ler, sem nem saber o que é? Pois é, isso aconteceu lá dentro.  Como vou acusar uma pessoa de ser funcionário fantasma, se ela não for?”, indagou.

Sobre os resultados do relatório final, Dalton afirmou que certamente a população vai ficar satisfeita pois ele deve esclarecer bem os fatos. A reunião para finalizar os assuntos referentes à CPI está marcada para a próxima quarta-feira (30) entre os membros da comissão e o advogado responsável.

A Comissão é composta pelos vereadores Marcelo Cooperselta (PMN), Dalton Andrade, Marli de Luquinha (PMN), Milton Martins (PSC) e Dr. Euro Andrade (PP), sendo o presidente o vereador Milton Martins e o relator o vereador Dalton Andrade.

Por Cristiane Cândido