O diretor do Sindicato dos Servidores Públicos de Sete Lagoas (Sindsel) e também Guarda Municipal Geraldo de Assis Moreira participou da reunião ordinária da Câmara Municipal dessa terça-feira (8). Ele utilizou a tribuna do povo para pedir melhores condições de trabalho para os guardas da cidade e obteve o apoio dos vereadores.

Em sua fala, Geraldo chamou atenção para a situação precária das instalações da Guarda Municipal, das viaturas e para os problemas de comunicação e segurança vivenciados pelos agentes. “A gente vem trabalhando em locais que colocam em risco a nossa integridade física, cercado por marginais, acuados e isso é tido como normal. O marginal quando vê um guarda municipal entende que aquilo é uma força de segurança e desrespeita porque a gente não tem a devida estrutura para atuar frente a essa ameaça que é a sociedade hoje”, afirma.

Geraldo de Assis Moreira durante a reunião da Câmara dessa terça-feira (8) / Foto: Reprodução

De acordo com ele, quando participaram do programa “Crack, é possível Vencer”, em junho de 2015, seriam entregues para a Guarda Municipal de Sete Lagoas duas viaturas, 50 armas de choque e dois ônibus. No entanto, isso nunca aconteceu.

Para o diretor do Sindsel, a guarda não tem a valorização e a estrutura devida na cidade, problemas que ele atribui à má administração. “Essa reclamação não é de hoje, mas a gente chegou no limite. Isso tudo é fruto da má administração. Preferências pessoais, tratamento desigual, isso tem que acabar”, desabafa.

O vereador Padre Décio ressaltou que todas as reclamações foram passadas para o prefeito, que, segundo ele, fez vista grossa para a situação. Para ele, o armamento da guarda não é a solução. “Não basta armar uma guarda municipal, é preciso ter estrutura. Armar esta guarda de hoje é uma irresponsabilidade”, disse se referindo ao curso de tiros feito recentemente pela guarda (relembre).

"A pior guarda deste país está em Sete Lagoas. Comando sem respeito humano e sem estrutura", disse Pe. Décio / Foto: Reprodução

Já o vereador Milton Martins falou sobre a agressão sofrida por dois guardas no dia 31 de outubro, na Lagoa da Boa Vista. Durante uma abordagem, eles foram atacados por um grupo de indivíduos (veja aqui). “Será que a nossa Guarda Municipal vai ser ridicularizada por apanhar de bandido e as autoridades não vão tomar nenhuma atitude?”, questionou. O parlamentar pediu que fosse tomada ação imediata na Câmara Municipal para resguardar a vida dos agentes da guarda.

Sobre as agressões, Geraldo Assis ressaltou os problemas enfrentados atualmente na região da Lagoa da Boa Vista. “O Boa Vista passou da hora de ter batida policial. É todo domingo. Lá está tomado, está dominado pelo tráfico de drogas, é venda, é consumo, é comportamento promíscuo que está acontecendo ali. A agressão aos guardas foi só mais um elemento que aconteceu”, revelou.


Por Marcelle Louise