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Lorena Castro

Sustentabilidade X Crise

 
Aquecimento global, Amazônia, sustentabilidade. O meio ambiente é o tema mais comentado dos últimos anos, no entanto, outra questão virou pauta pelo mundo afora: a crise econômica. Alguns têm dito que com a crise, quem anda levando a melhor é o meio ambiente. Mas isto é um argumento sem análise. Só porque estamos em recessão, não significa uma população mais consciente, menos consumista e um planeta menos poluído.

Vivemos uma fase de incertezas, em que uns enfatizam o tema com alarmismo e exagero, e outros afirmam que ainda existe muito desconhecimento sobre as questões ambientais. E o mesmo está acontecendo agora, este alarde de que a crise é benéfica ao planeta faz parte do puro “achismo”.

Com um pouco mais de análise, o único fato mais visível é que a crise gerou um paradoxo. Em um mundo em que os governos de 99% dos países buscam incentivar ainda mais o consumo devido à crise, resta pensar que a origem da crise está no próprio consumismo. A partir daí, várias questões são levantadas. Uma delas é se os governos e, até mesmo as empresas, devem seguir os passos para a sustentabilidade ou será que este novo modelo está em risco pela situação financeira atual. A única resposta coerente é que se realmente este novo modelo – de mundo sustentável – estivesse mesmo implantado pelo mundo, a crise não estaria acontecendo.

O modelo econômico contemporâneo tende a permanecer, pois continuar em algo que se conhece é muito mais fácil que mexer com sistemas cristalizados. A crise é muito mais interna do que se apresenta. Não é um problema somente do modo de vida americano, mas da própria estrutura econômica. Sabemos de um histórico de fatores problemáticos como, por exemplo, as mudanças climáticas, a pobreza, poluição abundante, insegurança, por fim, as guerras.

Os riscos não se mostram mais calculáveis ou mensuráveis. Vamos precisar de muito esforço para melhorar alguns aspectos até chegar um momento de romper com este paradoxo. E isto só é possível, com a integração de todos os sujeitos da sociedade de risco, como definiu Beck – sociólogo alemão. Temos que aproveitar a crise e mostrar suas inconsistências e não sair dizendo por aí que ela melhora o meio ambiente.

Este padrão econômico em colapso deixa marcas e pagamos o preço mesmo sem ver. Veja um caso simples para que parte do modelo funcione, mesmo com sinais de retração. Compra de madeira não certificada, por exemplo. Qual é o preço? Desmatamento ilegal, emissão de gases-estufa, queimadas, problemas de saúde, etc. Os limites do planeta já foram ultrapassados, resta além de tudo, acreditar numa mudança de paradigma e que encontremos, de fato, um debate profundo na sociedade em que os sujeitos se sintam autorizados tanto no conhecimento quanto no agir.

2009: Teste da Sustentabilidade!


Este ano será o teste para saber se os governos e as empresas estão levando a sério o meio ambiente. A crise vira motivo para que o primeiro corte seja relacionado à sustentabilidade. Vamos saber  em 2009 quem usava do meio ambiente apenas como instrumento de marketing.

 
Um bom exemplo é a Coca Cola que incorpora o meio ambiente com estratégia, mesmo na crise, e lança o Kuat Eko este mês. A proposta é trazer não apenas uma nova opção de bebida, mas também renovar a forma como seu público, jovens de 18 a 35 anos, se relaciona com o meio ambiente.

O objetivo é de disseminar mais conhecimento sobre o tema da sustentabilidade, por meio do site de Kuat Eko (www.kuateko.com.br) e do Disk Eko que contará com dicas diárias sobre renovação e sustentabilidade, além de orientar os jovens sobre como reduzir os impactos ambientais através de pequenas atitudes em seu dia-a-dia.

O mais interessante de tudo é que todo o material de divulgação é fabricado com materiais sustentáveis e todas as embalagens terão a mensagem de incentivo à reciclagem: "Renove seu mundo”!
 
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