Representante da Itambé em Sete Lagoas vai a faculdade Promove prestar esclarecimentos sobre a fábrica
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Alunos do curso de Comunicação e Marketing da Faculdade Promove de Sete Lagoas, se reuniram durante essa quinta-feira com o gerente de sustentabilidade da fábrica Itambé, Maurício Petenusso para conversar sobre alguns problemas apontados pelos estudantes.
O encontro foi marcado após algumas postagens feitas no blog “Pensar faz Bem” da disciplina Ética e Responsabilidade Social, que é ministrada pela professora e coordenadora Fernanda Motta.
A partir dos comentários dos alunos, Maurício se dispôs a ir à faculdade explicar o funcionamento da empresa. O gerente conta que hoje, a Itambé está desenvolvendo diversas ações voltadas para a sustentabilidade, não só em Sete Lagoas, mas nas outras unidades do Estado.
Na ocasião, o gerente também prestou esclarecimentos sobre o cheiro forte vindo da fábrica, citado pelos alunos nos comentários do blog.
Ele relatou que como a Itambé é uma cooperativa, ela acaba recebendo leite de diferentes lugares do estado. Segundo o gerente o leite vem de diferentes formas de conservação e muitas vezes não chega a fábrica da forma correta. “As vezes o leite vem com muito antibiótico, vem estragado e com isso, não tem como a Itambé mandar devolver esse leite. Com isso a fabrica faz o ‘descarte’ desse leite, e por isso dá esse cheiro”, afirma.
Maurício explicou também que o leite não é jogado fora no córrego, assim como a maioria das pessoas pensam. O leite não aproveitado passa por um processo de reaproveitamento, que resulta em uma água tida como limpa. “A água que cai no Córrego Diogo não é poluída nem tem produtos químicos. Ela é tratada e é considerada um efluente”, reforça.
Segundo o gerente hoje a empresa trabalha dentro da lógica de sustentabilidade, desenvolvendo programas que gerem menos impacto para o meio ambiente. “Na unidade de Sete Lagoas a gente tem hoje uma economia de 40% da água que é retirada dos poços artesianos, além de 100% de aproveitamento da água que sai do leite”, explica.
Os alunos também puderam expor seu ponto de vista em relação à Itambé. A aluna do segundo período de comunicação, Suelem Luize e Silva chamou atenção para o distanciamento entre a fábrica e a comunidade, fato que dificulta a resolução dos problemas entre os dois lados. “A relação da Itambé com a comunidade é muito distante. Isso por que a fábrica é muito fechada. Acredito que seria interessante se esse distanciamento acabasse. Isso seria bom não só para a Itambé, mas também para os moradores da região que têm uma imagem negativa da fábrica”, diz.
Já Laiza Katherine Gonçalves conta que por ser formada em engenharia agrícola pode ver de perto o funcionamento de algumas cooperativas no estado. Ela relata que o cheiro forte e os mesmos problemas não eram vivenciados por outros produtores. “Onde eu fiz estágio eu pude ver como era feito todo processo e ter um contato maior com os produtores. Isso é importante para saber como funciona o processo em fábricas como a Itambé”, afirma.
Em relação a questão levantada sobre o distanciamento da fábrica em relação à comunidade, Maurício disse que em uma outra unidade da fábrica, foi montado um Comité Gestor do Entorno, onde membros da comunidade se reuniram com representantes de diferentes setores para discutir melhorias para a fábrica e para o entorno. “Essa pode ser uma saída para Sete Lagoas. Basta a gente reunir pessoas que queiram manter esse diálogo com a Itambé”, disse o gestor.
A partir da sugestão, Fernanda propôs que os alunos pensassem em pessoas que pudessem compor este comitê. “O cheiro é uma coisa que incomoda a gente. Nos temos interesse em colocar isso para frente. A nossa conversa de hoje (ontem) foi como um começo para possamos nos mobilizar e começar a buscar essas pessoas”, finaliza Fernanda.
por Cíntia Rezende