Banda Cabruêra traz um pouco do Nordeste para Sete Lagoas na segunda Noite Fora do Eixo
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No próximo sábado (31), a banda Cabruêra traz um pouco do Nordeste para Sete Lagoas, animando a segunda Noite Fora do Eixo. A banda paraibana vai contar com abertura da banda Djambe, de BH. Formada pelos músicos Arthur Pessoa (voz, violão e escaleta), Pablo Ramires (bateria), Edy Gonzaga (baixo) e Leo Marinho (guitarra), a Cabruêra vem a Minas Gerais para fazer o lançamento do seu quinto álbum, Visagens Nordestinas, recheado de ritmos nordestinos com pegadas de funk e rock.
Há 13 na estrada, o grupo de Campina Grande realiza turnês pelo Brasil e pelo exterior, além da participação em importantes festivais na Inglaterra, Dinamarca, Itália, República Tcheca, Alemanha, França, Holanda, Bélgica, Suíça e Portugal.
O Djambê não fica atrás e mostra o resultado de diferentes misturas de ritmos nacionais com o pop contemporâneo, pitadas de poesias e instrumentos poucos usuais no palco, como extintor de incêndio, tampa de fogão, bojo de máquina de lavar roupa, dentre outros.
Em entrevista ao Coletivo Colcheia o vocalista Arthur Pessoa, falou um pouco da expectativa de tocar em Sete Lagoas:
Conte-nos um pouco sobre a história da Cabruêra. Como vocês começaram a tocar? Há quanto tempo estão na estrada?
A Cabruêra nasceu em Campina Grande em 1998. na Universidade Federal de Campina Grande. Na época, eu cursava antropologia e, depois de algumas experiências com bandas covers, resolvi caminhar para um trabalho autoral e que tivesse uma linguagem local sem deixar de absorver as influências de outros lugares.
Das calouradas nas universidades fomos escalados pra tocar no Maior São João do Mundo que já é uma festa tradicional do calendário junino nacional. A oportunidade gerou um convite pra tocar no festival Abril pro Rock, em Recife, onde fomos vistos por produtores de festivais europeus. No ano seguinte, já estávamos excursionando por grandes festivas europeus em diversos países.
Já estamos na estrada ha 13 anos e de lá pra cá foram 11 turnês pela Europa e agora estamos lançando o quinto CD. Também moramos no Rio de Janeiro por dois anos e fizemos trilhas pravários filmes que foram lançados no Brasil e no exterior (Em 2001, o Cabruêra recebeu o Kikito de melhor trilha sonora no Festival de Gramado pelo curta “A Canga” de Marcus Villar).
Que temas são mais frequentes nas suas músicas? Quais são as suas principais influências?
A Cabruêra tem um sotaque, uma linguagem que está intimamente ligada com as coisas do nordeste e do Brasil, então apesar de termos forte influência de ritmos como o rock ou o funk por exemplo, o coco, a ciranda, o repente, o baião, também está sempre presente.
Nossas influências são muitas e diversas e refletem a história de vida de cada um dos integrantes, então dentro desse balaio cabe muita coisa, de Jackson do Pandeiro a Pink Floyd.
O último álbum de vocês - Visagem (2010) - está disponível para download gratuito no site da banda. Como a internet contribui para a divulgação do trabalho do Cabruêra?
Nascemos junto com o boom da internet e, desde o começo, mantemos essa conectividade permanente. Acho fundamental para difusão do trabalho a nível mundial que as pessoaspossam ter acesso ao nosso trabalho, principalmente os que foram patrocinados através de leide incentivo - como no caso do “Visagem” e agora do “Nordeste Oculto” que tem o patrocíniodo BNB - BNDES.
O novo álbum também vai estar disponível pra download gratuito, mas as pessoas temtambém a opção de comprar o CD original que vem num formato diferenciado, acompanhadode um livro de fotografias do Augusto Pessoa.
Quais são os seus projetos para 2012? Quando será o lançamento do novo CD?
Agora em abril lançaremos mundialmente o novo álbum. Chama-se “Nordeste Oculto” e tevedireção artística do escritor-músico-filósofo Alberto Marsicano que é o introdutor da Cítarano Brasil, foi discipúlo do Ravi Shankar e já teve um disco nomeado ao Grammy americano chamado Citar Hendrix. O disco tem participações especiais de Chico Cesar, Chico Correa, Oliveira de Panelas entre outros. A produção musical foi do Haley Guimarães da também paraibana Burro Morto.
Este CD faz parte de um projeto de artes integradas que une fotografia, música e literatura. O projeto chama-se Visagens Nordestinas e, além do disco da Cabruêra (Nordeste Oculto), vem também com um livro de fotografias do Augusto Pessoa (Nordeste Desvelado) e com textos do Marsicano que tem relação com as músicas do disco e com as fotos do Augusto.
Esta é a segunda vez que vocês estão vindo para Sete Lagoas. É uma viagem e tanto vindo da Paraíba, não? Como vocês percebem o trabalho de coletivos da rede Fora do Eixo – como oColetivo Colcheia - para a divulgação de bandas autorais no país?
É interessante porque só depois de tocarmos em quase toda a Europa, Escandinávia e leste europeu é que conseguimos viajar pra outras regiões do Brasil como o norte por exemplo. E foi através do circuito Fora do Eixo em parceria com os coletivos que conseguimos circular por outras regiões do Brasil.
E
ntão se esse circuito é interessante até pra uma banda que já tem uma certa estrada, imagine pras bandas que estão começando... Projetos que ainda estão em processo de formação de público precisam entender que é preciso circular pra se fazer conhecido, e nesse sentido o circuito FDE se apresenta como uma oportunidade única de expandir as fronteiras do seu trabalho.
O que é que os setelagoanos podem esperar do show do Cabruêra no dia 31?
A diversão de sempre presente nos nossos shows e, claro, músicas do mais recente trabalho que traz uma forte pegada mística com canções que falam da Jurema e do Padre Cícero por exemplo. Tudo num clima de luz, paz e amor sempre.
Para quem quiser saber mais e baixar o último CD do Cabruêra, acesse www.cabruera.com.br
Da redação, com informações do Coletivo Colchea