Os feirantes e camelôs que têm barracas na Rua Randolfo Simões foram notificados a sair do local até o dia 5 janeiro. Segundo a notificação “como acordado em reuniões anteriores” os feirantes deveriam se retirar do camelódromo no dia indicado, quando já devem estar com as mercadorias empacotadas e prontas para a mudança de local.

A presidente do centro de feirantes Ariadne Furtado afirmou que o local para onde os comerciantes irão ser deslocados não oferece infraestrutura nem condições sanitárias para o comércio. “Somos cerca de 60 famílias e geramos 200 empregos diretos e indiretos. Não estamos contra a retirada, mas precisamos ir para um local digno para trabalhar e lá, não é”.

Feirantes estão desde 1998 no local / Foto: Juliana Nunes

A feirante Cléia Morais trabalha no local há 14 anos e vende temperos e ervas, o medo da comerciante é que no galpão ao lado do Mercado Municipal, onde eles serão realocados, não haja visibilidade e o movimento diminua, “nós morreremos lá”. Outros desafios como estrutura do banheiro e falta de espaço para todas as barracas também foram citados. Além disso, no galpão os comerciantes terão gastos adicionais com água e luz.

Barraca de Cléia vende temperos e ervas / Foto: Juliana Nunes

O vereador Milton Martins afirmou que “todo final de ano a prefeitura efetua ações dessa natureza, sempre tentando empurrar algo goela abaixo na calada da noite”. Para o vereador a situação dos feirantes “É uma vergonha”.

O vereador Marcelo Cooperseltta pediu que fosse formada uma comissão para acompanhar a elaboração de um projeto e a construção de um shopping popular, como havia sido anunciado pela prefeitura através da secretaria de Desenvolvimento e Turismo, durante a retirada dos camelôs da Rua Fernandino Junior.

Segundo o vereador Douglas Melo a verba para a construção do “bolsão comercial” já estaria prevista no orçamento do município. E segundo o vereador Caramelo a notícia da construção do shooping popular é boa, “ mas a condução da coisa está transformando em uma coisa ruim”.

Segundo os vereadores será formada uma comissão para avaliar o caso e a secretária Mônica Vasconcelos, responsável pela pasta, será chamada à Casa para prestar informações sobre a questão.

A secretária Mônica Vasconcelos afirma que não há definições sobre a construção do shopping popular, e que prefere não falar sobre esse assunto enquanto nada for definido.


Por Nayara Souza