Ao que tudo indica não adiantou muita coisa a instalação de equipamentos anunciada pela Agrogen ano passado que resolveria a questão do mau cheiro na região do bairro Montreal por causa do beneficiamento de aves na indústria. O problema, segundos moradores da região, persiste e incomoda, além de interferir nos lucros de comércios vizinhos a empresa.

O mau cheiro causado pelo abate de aves já foi denunciado outras vezes pelo SeteLagoas.com.br. Nossa reportagem esteve no local na última semana para verificar novas reclamações. Chegamos em frente ao portão principal, na Rua Zoélio Zola, pouco depois das 11h da manhã e constatamos que as críticas têm fundamento. O fedor é forte e incomoda muito também quem está a algumas ruas de distância.

Agrogen Sete Lagoas / Foto: Marcelo Paiva

Em julho do ano passado a empresa garante que instalou um equipamento que reduziu o problema, algumas pessoas até sentiram uma melhora no ar, mas agora, principalmente no fim da manhã e da tarde, o mau cheiro está novamente sendo sentido. Um morador disse que “não é todo dia não, mas quase sempre esse fedor está aí”.

Funcionários de um açougue que fica quase em frente à empresa afirmam que o problema vem interferindo nas vendas. “O pessoal chega aqui e acha que tem alguma coisa estragada no açougue por conta desse mau cheiro”, reclama a funcionária Dilce Aparecida de Souza que mora no Montreal e garante que o problema acontece desde a instalação da Agrogen no bairro. “Desde que eles chegaram é isso aí, antes não tinha isso”, afirma.

Ainda em julho passado a Agrogen informou que os moradores teriam acesso a informações detalhadas sobre as soluções tomadas e os projetos existentes que comprovariam o compromisso com o desenvolvimento sustentável das atividades da empresa. Mas, de acordo com vizinhos, as informações não foram disponibilizadas e nenhuma reunião com a comunidade aconteceu.

Em nota a empresa admite que a comunidade ainda sente o mau cheiro, mas que está trabalhando para contornar a situação, veja o texto.

“A Agrogen continua trabalhando evoluindo no sentido de eliminar totalmente o cheiro causado, que, por razões das melhorias implementadas acabam ocorrendo apenas pontualmente, em uma frequência muito menor em relação ao ocorrido anteriormente. Ou seja: Estamos melhorando nesse sentido. Há evolução nesse processo, no sentido de minimizar os efeitos relativos ao cheiro e gradativamente eliminá-lo ao máximo possível.

O que já foi uma ocorrência constante ou diária não existe mais. O que ocorre são eventos pontuais por motivos de falhas de processo que estão sendo corrigidas.

Estamos fazendo mais investimentos para a eliminação dos odores causados em nosso processo de produção. Já em janeiro de 2014 (próximo mês) instalaremos mais equipamentos com o objetivo, justamente, da eliminação do cheiro que ainda permanece de forma pontual”.


Por Marcelo Paiva.